Se o
discurso ideológico de quem defende sua opinião é desagradável para algumas
pessoas, o radicalismo de quem não tem opinião e tenta desmontar a do outro, é
muito mais. Vimos isso nos últimos meses durante a polarização dos que são contra
e pró-impeachment. Quem defendia e ainda defende o impedimento da Presidenta o
faz, ou fazia, de forma intuitiva e reprodutiva.
Nos
frequentes debates não ouvimos defesa do impeachment de maneira consistente,
fundamentada. O que vimos foram preconceitos, sexismo e o insuportável antipetismo
que a mídia disseminou na sociedade. O tema ‘corrupção’ tem sido muito
recorrente, e tem que ser, o país está afundado nela desde o seu descobrimento,
mas as bocas que a repudiam são cheias dela.
O
processo de impeachment está em curso, a Presidenta está afastada, o Senado
deve votar em agosto. O governo impostor está a quinze dias no poder e já
exonerou dois ministros por corrupção. O que seria uma ‘limpeza’ nas contas
públicas se transformou em um derrame de lixo. O órgão internacional de combate
à corrupção, a Transparência Internacional, emitiu nota de repúdio contra o
ministro da transparência, agora exonerado.
O
presidente gambiarra é vulnerável ao sistema corrupto que seu partido, o PMDB,
comanda há décadas. Está virando eminência parda de seu próprio governo e
passando recibo de fraco perante a comunidade internacional. Outros ministros
serão exonerados, há pelo menos, mais sete envolvidos na operação lava jato.
Os
meios de comunicação estão fazendo de tudo para manter o país ‘sossegado’ mas
não estão conseguindo. Há ocupações em vários prédios como os do Ministério da
Cultura, extinto pelos neoliberais; servidores entregaram seus cargos ante a
permanência do ministro da transparência. Os repórteres e os comentaristas do
PIG (partido da imprensa golpista) estão sofrendo um surto de gagueira, não
conseguem esconder o nervosismo quando tentam explicar para a opinião pública a
‘merda’ que fizeram.
Ainda
não sabemos o resultado oficial disso, mas as consequencias já estão aí
distribuídas nas defesas, algumas inacreditáveis, de quem insiste em afirmar
que não vivemos um GOLPE parlamentar, que Michel Temer representa a mudança,
que o PSDB, aquele que está na bandeja, não vai vender o Brasil. Dizem por aí
que, caso o impeachment seja rejeitado no Senado, Dilma Rousseff vai voltar e
encontrar uma ‘armadilha’ governamental montada por esse grupo GOLPISTA,
deixando seu governo amarrado aos acordos que estão promovendo.
In
time: Na esfera estadual temos o governador Luiz Fernando Pezão afastado por
motivo de doença. O governador interino, Francisco Dornelles, um velho político
oportunista, disse que por ele o crime de estupro, como o que aconteceu com a
adolescente na Praça Seca, é hediondo e merecia a pena de morte.
#CasaUmComSuaOpinião.