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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

De Bem com a Vida



Você se surpreenderá do que é capaz de realizar, quando perceber que o mais importante do que todas as “importâncias” que lhe tiram o sono; mais significante do que todos os significados das marcas que a vida te imprime; mais tolerável do que todas as tolerâncias que você tem de engolir; mais abrangente do que todas as abrangências que você tenta atingir; mais perfeita do que todas as perfeições que lhe são cobradas. Voce irá se surpreender quando assumir que o melhor de tudo é viver.

Esse texto não é para melhorar a sua autoestima, nem sei escrever sobre isso, é mais um lembrete para fazer você sorrir por dentro, sentir o valor que voce tem para as pessoas que convivem contigo. Às vezes você vê uma foto onde alguém parece estar de bem com a vida e sente vontade de estar assim também. Experimente fazer o que anda adiando por vergonha, falta de tempo ou acomodação. Se sua autoestima melhorar, ótimo.

A escritora positivista Louise Hay, no livro Course in Miracles, diz que “toda doença tem origem num estado de “não-perdão” e “Sempre que ficamos doentes, precisamos olhar à nossa volta para ver a quem precisamos perdoar”. Mas como se perdoa? Não existe uma resposta, é só deixar a “coisa” ir embora que o universo cuida do resto.

Ouvi, há alguns anos, uma frase sincera e verdadeira vinda de alguém que eu nunca esperei nada: Xuxa. A bem sucedida apresentadora disse certa vez, não sei se fazia referencia a um fato familiar, mas disse que “problema que dinheiro resolve, não é problema"  e " falta de dinheiro deixa de ser problema quando voce consegue pagar as contas." Pensei logo: Quero ver falar isso dura!  Mas não é assim, não. Ela tem toda a razão. Pergunte a quem está doente se não aceitaria a saúde de volta em troca de todas as dívidas do mundo?!

Quando voce se liberta daquilo que te oprime, o teu espírito corre por entre os verdes campos de algum lugar bonito, rodeado por anjos, que brincam com as luzes que se acenderam da tua alegria de estar feliz.


Ricardo Mezavila

sábado, 21 de janeiro de 2012

"Somos todos idiotas"


“Ou o Brasil resolveu todos os seus problemas, ou somos todos idiotas!” Com essa frase o âncora de um jornal televisivo abriu o noticiário noturno. Referia-se ao delírio surrealista de uma, quase nação inteira, apesar de viver em constante ameaça social, valorizar futilidades nascidas, ou abortadas, do apelo pelos quinze minutos de fama e por melhor índice de audiência.

Ao mesmo tempo, na Itália, um transatlântico naufraga ao colidir com rochas próximas à costa. Desde sempre eu ouço que o comandante é o último a abandonar o barco. Essa frase serve para educar. Na escola a professora ensinava que devemos ter responsabilidade e zelo pelo próximo. Se você está no comando deve orientar aqueles que estão sob sua confiança. E o comandante do transatlântico abandonou o barco literalmente. Vada a bordo, Cazzo! Esbravejou o capitão da guarda costeira ao comandante fujão.

O acontecimento na Itália e a frase do capitão mexeram com o brio do povo italiano que, como gostamos de fazer por aqui, foram criativos e, indignados, invadiram as ruas com a frase estampada em camisetas. Aqui também nos manifestamos, só que transformamos um crime em funk, que faz nossos meninos e meninas se divertirem nos bailes. Desconfio que não há brio no DNA do povo brasileiro.

Vada a bordo, Cazzo! Esse grito tinha que ecoar por todas as Casas do poder público. Nós estamos sem comandante há décadas. Nosso barco naufragou e, criativos que somos, foi fácil nos adaptarmos. Assim como os urubus e os morcegos que são adaptáveis ao meio urbano, o povo brasileiro parece que se adaptou às sandices midiáticas e à corrupção política. Provem, por favor, que isso não é verdade!


Ricardo Mezavila

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Bom para o Mundo




Eu sou um bom filho, irmão, esposo, amigo, avô e pai. Pago minhas obrigações, acordo cedo para trabalhar, dou esmolas, ajudo velhinhas a atravessarem ruas, abro o portão para o vizinho que vem chegando das compras, ofereço carona na estrada, alimento pombos, cuido dos cãezinhos, brinco com meu neto, empresto dinheiro e não cobro juros, pago a conta do bar, lembro a empregada que há roupas no varal quando chove, viajo com a minha sogra, devolvo quando o troco está errado, não reclamo quando faltam alguns centavos, dou a vez na fila, vou à missa, não faço ultrapassagens no trânsito, não jogo lixo na rua, aponto o cadarço desamarrado. Sou um good man.

Não! Eu nunca digo não. Nunca diga nunca, alertou Cazuza. Mas sempre que tenho vontade de dizer não, acabo balançando a cabeça verticalmente. Um homem bom tem que  agradar sempre as pessoas. Se meu time vence eu não encarno no outro, respeito. Se alguém comete uma gafe eu não rio, disfarço. Quando usam incorretamente o verbo, não corrijo. Se recebo uma calça de presente e fica apertada, emagreço. Se vou ao cinema e o filme é chato, não comento.

O homem bom não arrisca e não arriscando não transforma. Esse bom homem descrito nos parágrafos anteriores é real. Ele existe quando nasce e logo muda quando para de chorar e abre os olhos. Sinceramente eu não teria paciência de conviver com alguém extremamente serviçal, um “concordino”. O homem tem que ser bom, cordial, mas nunca servil. Duvide se alguém age assim perto de você. Desconfie da bondade excessiva, tem “coisa” por trás dela.

Você tem que ser bom para o mundo! Não precisa concordar ou gostar das coisas que eu gosto para estar comigo, as divergências são necessárias para uma boa acomodação intelectual; ouvir é muito importante, ouça com atenção quando alguém pede um minuto dela; dê sua opinião quando julgar conveniente para esclarecer algum fato; faça uma oração, mas não espere que as coisas caiam do céu, orar + ação, falar e agir, essa é a tradução correta; analise as perspectivas para o futuro e faça a escolha certa agora, mesmo que esteja errada; não hesite em voltar atrás nas suas decisões se houver engano em suas avaliações; ame sua família e seus amigos; se puder, participe das reuniões comunitárias e principalmente, cuide do Planeta. Sendo bom para o mundo você será uma excelente companhia para toda vida.

Ricardo Mezavila


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Houston, Houston!


Permito-me um tempo nas coisas do cotidiano para falar de uma época em que o amor, literalmente, estava no ar, como supõe a canção loves is in the air. Vou dar um tempo nos classificados da Web e viajar no tempo e espaço para ouvir o som da Motown: Smokey Robinson, The Supremes, Marvin Gaye, Diana Ross,  The Temptations, Gladys Knights & The Pips, Stevie Wonder, The Stylistics, Manhattam, Blue Magic, etc.

Os artistas da Motown Records, gravadora de discos norte americana da cidade de Detroit, importante pelas montadoras de automóveis lá instaladas, aliás, era conhecida como “Motor Town”, daí o nome da gravadora, uma redução e ficou (Motown), eram negros e afinadíssimos.

Alguns grupos surpreendiam quando víamos suas imagens: como um negão desse consegue cantar com essa voz, tão fina? Pensava que era mulher. Era mais ou menos assim nossos comentários inocentes sobre as vozes que nos faziam príncipes e princesas nas festinhas regadas a cuba libre e hi-fi.

Existia na época, primeira metade dos anos 1970, o grupo dos roqueiros e o grupo dos Blacks. Para ilustrar: o primeiro cultuava, entre outros, Led Zeppelin e o segundo, entre outros, James Brown. Costumávamos andar em grupo, muitos meninos e meninas que saíam à noite caçando festinhas para entrar como “penetras”. Muitos não vão acreditar, mas a gente entrava em quase todas as festas, mesmo sem ser convidado. Já dancei valsa de quinze anos com a debutante sem, ao menos, saber seu nome; já cumprimentei muitos casais em salões de festas, sem convite.

Naquele tempo se fazia festinhas nos quartos, éramos tantos que, talvez “aquela cara estranha” fosse amigo de algum convidado. A maioria no grupo gostava de rock. Eu gostava (ainda gosto) de rock e de soul music, ou seja, eu era “roqueiro” e “black”, já tinha o sentimento de que o combustível dos conflitos e do ódio é o separatismo, a segregação e a injustiça que faz com que um grupo tenho o domínio sobre o outro.

Houston, Houston! We have a problem!” Com esse clássico chamado dos astronautas da Apollo 13, volto à Terra, ouvindo os últimos acordes de For once in my life. Preciso voltar aos classificados da Web, ao cotidiano... ainda guardo em mim a pulsação dos solos de Page e a dança de Mr.Brown. Ainda bem.

Ricardo Mezavila


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

BBB, Bial e Maluf



Ouvi comentários de que haveria ocorrido um suposto caso de estupro no Big Brother Brasil 12. Ué, mas desde o BBB 1 isso vem acontecendo!! Resmunguei com resquícios daquela ironia petista de alguns anos. Estupro: é a prática não-consensual do sexo, imposto por meio de violência ou grave ameaça de qualquer natureza. O estupro está previsto no código penal brasileiro como crime hediondo, com a pena variando de seis até trinta anos.

O caso do programa é consequência natural, uma evolução do que vinha acontecendo nas últimas edições. Podemos até dizer que o BBB está entrando em uma fase de total amadurecimento. Os protagonistas da cena vão faturar “horrores” nas mídias e serão comentários em quase todas as casas, independente da presença de crianças e adolescentes no local.

No ano passado o governo federal decidiu endurecer as regras para as concessões de rádio e televisão. O ministro das telecomunicações disse que as novas regras dificultarão o uso de "laranjas" – intermediários que assumiriam a titularidade das emissoras, ficando oculta a identidade do verdadeiro comprador – nos processos. “Vai dificultar muito a possibilidade de um laranja no processo”.  A Rede Globo, segundo vários artigos publicados, surgiu a partir de investimentos de um grupo americano, o que na época era inconstitucional, mas tornou-se legal e a emissora foi porta-voz dos governos. Hoje, ela é o governo!

O que me causa um misto de repúdio e decepção é saber que o competente jornalista Pedro Bial, teria dito: “O amor é lindo”, diante das cenas do suposto estupro. Acho até que ele deveria ter feito uma referencia ao Maluf dizendo: “estupra, mas não mata”.  Se o poço tem um fundo, acho que o Bial chegou lá. Se alguém deve pagar a conta do lixo que são os reallity shows, que sejam aqueles que ligam para eliminar os participantes. Revivendo a minha militância petista, eu diria que os produtos anunciados no programa deveriam ser sabotados pelos consumidores.

Que saudades de gritar nas ruas: O povo não é bobo, abaixo a rede globo. Mas isso soa anacrônico, me sentiria um homem das cavernas comendo hamburger. Por isso convoco todos que estão indignados, a reagirem a provocação, que é o baixo nível da cultura brasileira.

Ricardo Mezavila


segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

"Xârap" - Uma lição.

 
Em um dia qualquer do ano de 1999 conheci, quase sem querer, o Dr. Paulo Araújo, clínico geral. Eu estava em minha sala, na entidade social onde atuo, quando ele subiu as escadas à procura da professora que o havia emprestado, dia anterior, um disquete. A professora não estava, ele agradeceu e devolveu o disquete. Aproveitou para saber como funcionava a entidade, mostrando-se interessado em desenvolver ali alguma atividade. Dias depois trouxe projetos de palestras sobre o Poder da Palavra e a Ciência do Ser ou, Ontologia.

Fiquei impressionado quando me relatou um fato, motivo que o levou a questionar a medicina tradicional e, principalmente, a compreensão sobre a bíblia e a ciência metafísica. Lembro de quando ele disse que repudiava a teoria que passa pela manipulação de um pelo outro, mesmo que seja com a intenção de ajudar.

Sua história começa quando, recém-formado, no início e 1980, foi trabalhar em uma cidade pequena no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Nesta cidade aconteceu um fato que o tocou profundamente, fazendo com que desacreditasse de tudo o que havia aprendido na faculdade de medicina. Um paciente sob seus cuidados faleceu. Foi traumático para o jovem médico conviver com o primeiro óbito. À noite foi até a casa onde o corpo estava sendo velado e percebeu que havia um movimento que não era convencional. As pessoas conversavam em voz alta não demonstrando a tristeza normal, parecia que esperavam pela saideira.

Aproximou-se consternado, cumprimentou os parentes. Um tio do rapaz, percebendo que ele estava muito abalado com a perda do seu primeiro paciente, disse para que  não ficasse incomodado, que nada poderia ser feito. Como não? Perguntou. Ele, disse o tio, sempre disse que morreria com a idade, a doença e no mesmo dia que seu pai morreu. E foi o que aconteceu. Todos aqui já sabíamos, desde que ele adoeceu com a mesma idade e com a mesma doença do pai que morreria no dia de hoje. 

“Como pode a medicina ter me negado isso?” “O que há na natureza que desconhecemos?” Refletiu o jovem médico. “Como pode alguém se programar para morrer debaixo das barbas da ciência?” “Por que os remédios não o levaram à cura?” Todas essas perguntas invadiram os seus dias até que, em um sebo de livros no centro do Rio de Janeiro, no início dos anos 1990, ele encontrou um pouco de paz lendo Ciência e Saúde (Com a chave das Escrituras) de M.B.Eddy, e dedicou-se aos estudos, à verdade e à prática da Ciência Cristã.

Doutor Paulo é um amigo muito querido. Com ele adquiri conhecimento sobre a “Mente Única”. Durante os primeiros cinco anos da década de 2000, realizou várias palestras para os jovens da entidade com excelente aproveitamento, principalmente quando realizava o Colóquio para a Juventude sobre A Raiz da Violência. É autor de livros, com destaque para “Xârap”- Uma lição de vida para ninguém depreciar - onde relata toda a experiência dos estudos que praticou acerca da cura e das escrituras.

Ricardo Mezavila


quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Mil Meses...Parabéns pra você!

da internet



Com o crescimento da violência urbana no mundo, das guerras entre os países e do avanço de vírus letais, sugiro um contra ataque ao baixo astral que governa o planeta. O terráqueo necessita de mais alegria em sua vida e para começar, poderíamos aumentar os números de festas no ano. Por que não comemoramos o dia de nosso nascimento todos os meses? Se você nasceu no dia vinte e nove, então todos os dias vinte e nove você comemoraria. Seriam doze comemorações no ano, mais desejos de felicidades, saúde, mais encontros com amigos e parentes.

A idade virou uma ditadura, há milênios que nada muda nessa área. É preciso uma renovação nesses velhos códigos da humanidade, uma revolução que poderia nos levar ao bom rumo da alegria. A gente nasce em um dia, um mês e em um ano, é a data do nosso nascimento, só que os dias e os meses se renovam e o ano é o único que não avança,  podemos também seguir as orientações do escritor Zuenir Ventura que escreveu  o livro 1968 -  O ano que não acabou.

Os anos acabam, eles começam em um primeiro de janeiro e vão até o trinta e um de dezembro, não é justo nem saudável que fiquemos contando nossa idade pelos anos que passaram desde que nascemos. É como se tudo começasse a partir daquela data, é como quebrar uma seqüência e partir novamente do zero.

Eu farei dia dezesseis de janeiro 630 meses de nascido, imaginem o acúmulo de desejos de felicidades eu teria, e isso tudo seria incorporado à aura e à energia positiva que rege o universo. Seríamos mais felizes com certeza. Para alguém saber a nossa antiga idade, para sentir o antigo sentimento de inveja ou consolo,  teria que ter uma calculadora em mãos. Qual a sua idade? - Eu tenho 1020 meses e treze dias. Ultrapassaríamos a barreira nominal e opressora que não permite que avancemos muito além do centenário.

Ricardo Mezavila

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Em busca do Afeto perdido



Pode se transformar em aventura de cinema o resgate de um afeto perdido, por abandono,  esquecimento, covardia, distancia geográfica, desgaste ou que tenha deixado resíduos de tristeza. O sentimento não deixa de existir, só não marcha junto. A qualquer momento do dia lá está ele percorrendo o seu pensamento, apertando os seus olhos, engraxando o seu coração, atravessando a rua ao seu encontro, estendendo as mãos para que você se levante.

Affonso Romano de Santa’Anna, poeta, foi à Toscana, na Itália, e disse que voltou para o Brasil, mas ao mesmo tempo não voltou. Deixou lá a sua alma. Disse que quando chegou no Brasil e leu nos jornais notícias sobre balas perdidas, preferiu, se pudesse escolher, ficar perdido na Toscana.Talvez tenha perdido o afeto pelas coisas daqui, a cidadania e o senso de responsabilidade. Ficar escondido é menos perigoso do que entrar na luta e transformar. O elo foi quebrado.

Amigo Affonso, se o brasileiro comum também pudesse escolher não escolheria ter os políticos que tem, os intelectuais que tem, os artistas que tem, os escritores que tem. Mas com certeza escolheriam a família que tem. A família é um elo indestrutível, assim como a pátria.

No mundo Toscanês do Affonso, os turistas sentam nas pedras, nos muros e no chão, tomam vinho importado acompanhados por presunto de javali, um pão celestial (?), e frutas da estação. Por que não fazem isso em seus países ? Queria ver um brasileiro desses que senta no chão das ruas na Europa, comendo um "podrão" sentado no meio fio de uma rua suburbana daqui.

O Brasileiro foi eleito o povo mais feliz do planeta; a copa de 2014 será aqui; as olimpíadas de 2016 também......

E continuamos atrás do afeto perdido........................!!!!

Ricardo Mezavila

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Voce é a ponta do Iceberg


Iceberg é uma montanha de gelo que se desprende das geleiras, noventa por cento de sua massa vive submersa, é a sua parte oculta, ensejando mistério e perigo, principalmente à navegação. Dez por cento emergem à superfície. São constituídos essencialmente de água doce e a “vida” útil do bloco varia com o decurso do tempo e o contato com o meio por onde flutua.

O grande bloco de gelo flutua por causa do fator físico de sua massa específica, constituída de água doce, ser menor do que a massa específica do mar, constituído de água salgada. Pelos princípios da lei da física o Iceberg necessariamente flutua nas águas do mar.

Esse concreto fenômeno natural deu origem ao conotativo: “Isso é somente a ponta do Iceberg”, quando algo parece originariamente simples, quando na verdade é complexo e inspira cuidados muito maiores do que aparenta.

Da era glacial, onde existem as geleiras, das quais os icebergs se desprendem rumo aos seus destinos, rabisco, sem compromisso, o perfil de todos nós. Quando nascemos nos desprendemos do cordão, existe um mito de que só usamos dez por cento da capacidade do cérebro, os restantes noventa por cento é mistério; dos fatores sociais que nos conduzem vão depender a nossa vida “útil”, agregado ao meio em que vivemos.

Nosso corpo está preso à terra, segundo a lei de Newton, porque sua  atração gravitacional confere peso aos objetos e faz com que caiam ao chão quando soltos no ar. Pelos princípios da lei da física é a atração da gravidade da Terra que nos mantém presos ao chão.

Portanto, somos a ponta do Iceberg. Às vezes nos sentimos mais submersos do que achávamos que suportaríamos. Nessas horas devemos emergir e demonstrar, a nós mesmos, que não é bem assim e somos maiores do que aparentamos momentaneamente. Na verdade não é o iceberg, não é a corrente marítima que move o iceberg e nem o vento que move a corrente marítima que move o iceberg, que são capazes de definir o nosso curso.

Faça o seu “aquecimento global” interior e desmanche todo o gelo que o afasta de quem você ama; eleve o nível de lágrimas desmanchando-se em perdão; mergulhe nas águas quentes de um abraço; desfragmente-se e espalhe-se em torno de seus amigos. E acredite: existem Icebergs tão grandes que ninguém e nada pode impedir que eles se movimentem.

Ricardo Mezavila

sábado, 7 de janeiro de 2012

Pela simples alegria




Pela simples alegria, ande, só um pouquinho, por caminhos “errados”; durma uma vez ao relento; cante uma canção sem conhecer todos os versos; sorria para o“flanelinha”; escreva um poema em um guardanapo; chegue de pileque em casa, sem remorso, e acorde no horário para trabalhar; faça três acordes no violão e um punk rock para a lua; se dormir em uma cama com dois tijolos de sustentação, diga que é de alvenaria.

Pela simples alegria, tatue uma estrela no pescoço; deixe o celular dentro do porta luvas; bata na porta e grite: Vilmaaa; suba sempre pelas escadas; empreste tudo o que te pedirem; jogue fora o maço de cigarros; passe a sua vez na fila e peça para o cliente pagar a sua conta; pague só o que consumiu quando estiver com amigos; não devolva o livro que te emprestaram; ignore o barulho do ventilador amputado de uma hélice; faça a vassoura como lança e pegue o mamão do vizinho.

Pela simples alegria, coma o bife menor; chore quando alguém está chorando; bata palma para o cantor da noite; esfregue as mãos quando for substituir o craque do time; reprove o empata porta que atrasa a sua viagem; tenha sempre algum trocado no bolso da camisa; se jogar na loteria aposte na teimosinha; respeite pedestres e motociclistas; assista televisão para ser educado com os anfitriões; mergulhe quando a água estiver acima da cintura; dance o xote de Luiz Gonzaga na feira de São Cristóvão.

Pela simples alegria, alterne dois quilômetros de caminhada com um de corrida; confirme se o cadarço do tênis  está amarrado quando for atravessar a rua; faça cópia da chave de casa e deixe-a com alguém da família; viaje para Salvador, suba o Pelourinho de mãos dadas e tome sorvete na Baixa do Sapateiro; troque a escova de dentes todos os meses; não tenha ressentimentos, não alimente mágoas.

Pela simples alegria, abrace seu irmão de sangue ou não; ria de uma piada antiga; finja que não sabe a resposta para dar chance a quem precisa alcançar a média; acorde de bom humor; faça um carinho; roube um beijo; ame pela manhã; converse deitado no quarto por duas horas aos domingos antes de sair para comprar pão e jornal; ria de tudo como um bobo; vá ao ensaio da sua escola de samba; não ligue o computador por um dia.

Pela simples alegria, seja tudo o que você quiser, sem restrição alguma quanto à ser feliz, faça tudo o que tiver vontade, obedecendo ao princípio da reciprocidade. A vida tem a cor da alegria e não vale a pena deixar que ela fique desbotada. Ouça o que dizem seus desejos e  embarque neles que, no final, a sua intuição o levará para a realidade viva de todos os seus sonhos.

Ricardo Mezavila

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O Casarão e a História do "Padre"



Houve uma época no Brasil em que era preciso muita criatividade para fugir às leis e o crivo de um  regime cruel, inquisitivo. Para driblar a censura artistas usavam pseudônimos para gravar suas músicas. O caso mais conhecido foi o de Julinho da Adelaide – Chico Buarque – o compositor usava desse artifício porque bastava uma música com a sua assinatura para ser previamente censurada.

Na folia de reis há o palhaço com seu jeito cínico e dissimulado, protege o Menino Jesus, confundindo os soldados de Herodes. O seu jeito alegre e suas vestimentas coloridas são responsáveis pela distração e divertimento de quem assiste à apresentação. É um personagem alegre, que dança e improvisa versos, criando momentos de grande descontração.

Ouvi um relato de um senhor, ele contou que em mil novecentos e sessenta e seis, fazia reparos em um casarão que servia para aprisionar presos políticos e “subversivos”, segundo as forças armadas. Ele contou que estava pintando as paredes do casarão quando viu um homem vestido de padre descendo as escadas e ganhando as ruas. Minutos depois ele retornava sob os cassetetes dos soldados. Era Olavo, um estudante de jornalismo, ele tentara, assim como o palhaço da folia e o Julinho do Chico, disfarçar-se para viver a liberdade de pensar e de se expressar.

Nesse casarão funciona, atualmente, há quatro décadas uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, que trabalha com crianças e jovens. Há relatos sobre a aparição de um certo Homem de Preto que circula pelas salas à noite, uma assombração, acompanhada dos fantasmas de outros, que padeceram naquele local, porque sonharam com uma sociedade onde a justiça fosse igual para todos, a educação fosse acessível e as reformas de base implementadas. Tudo o que eles idealizaram ficou impregnado nas paredes do antigo casarão, muitas pessoas quando entram sentem a  energia positiva do lugar, que resiste quase que utopicamente esses anos todos.

Quando contei ao senhor sobre a assombração que circulava pelo casarão, ele não titubeou: É o Olavo!



Ricardo Mezavila

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Alcoolismo (um voo no escuro)

Os Alcoólicos Anônimos são uma comunidade, com caráter voluntário, de homens e mulheres que se reúnem para alcançar e manter a sobriedade através da abstinência total de ingestão de bebidas alcoólicas. Surgido nos Estados Unidos da América em 1935, por iniciativa de um cirurgião e um corretor, ambos com problemas de alcoolismo, pensaram que o apoio mútuo podia livrá-los do perverso vício.

O AA foi difundido em todo o planeta e não possui caráter religioso, embora incorpore muitos princípios de diversas religiões e receba pessoas de todas as doutrinas. O anonimato é garantido aos freqüentadores e, assim, a irmandade não tem registro ou banco de dados que possa estimar quantas pessoas já foram recebidas.

O uso de substancias que modificam o estado psicológico é antigo e ocorre em todas as culturas, desde a mais remota. Tradicionalmente o uso de substancias alucinógenas está associado a rituais religiosos, até a igreja católica utiliza o vinho durante alguns rituais de celebração. O alcoolismo no Brasil atinge 20% da população.

Quando adolescente, tive uma experiência significativa ao acompanhar três pessoas, moradores da rua em que eu residia, uma delas era pai de dois amigos meus, em sessões dos alcoólicos anônimos. Elas eram dependentes de álcool e a família sofria muito pelo mal que isso lhes causava. Fui ao AA a convite dos meus dois amigos, a presença da família, principalmente, é vital para o sucesso do tratamento.

Os encontros servem para que os membros compartilhem entre si as experiências e sofrimento semelhantes. O método é simplesmente o reconhecimento de que alcoolismo é doença e que é preciso evitar o primeiro gole.

Nos primeiros encontros a pessoa fica muito constrangida pelo fato de estar ali, por ter de reconhecer sua fraqueza, mas com os sucessivos encontros acabam por reconhecer no outro membro um irmão capaz de sustentar a sua decisão de reverter hábitos e costumes. Lembro que um dos meus amigos pediu a palavra para falar de seu pai, de quanto a família o amava e de como era triste vê-lo constantemente declinando,  perdendo parte de sua vida. Era comovente o relato dos familiares. Ao fim de cada sessão era servido um bolo acompanhado de refrigerante. A gente saía de lá brincando com eles: tomou refrigerante hein!!!

Todos os personagens ficaram livres do alcoolismo e suas famílias, ainda tenho contato, puderam experimentar o retorno de alguém tão necessário e amado por eles.

Há quem diga: é melhor ser um bêbado conhecido do que um alcoólico anônimo. Você não tem noção da bobagem que está dizendo.   (http://www.alcoolicosanonimos.org.br/)

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Os Vedas e Jethro Tull



Tive, como todo mundo, experiências religiosas com doutrinas contrárias as que meus pais me ensinaram. Sou batizado, fiz comunhão e crismado, um católico por excelência, mas não praticante e, na juventude, muito curioso.

As religiões antigas para os roqueiros, não passavam de filmes bíblicos na sessão da tarde. O que nós queríamos em 1970 era filosofar, não como os alemães e os gregos, mas filosofar como os deuses das guitarras e os profetas da poesia.

Talvez essa necessidade de incluir o rock como seita ou sociedade alternativa, fez crescer no mundo a ISKCON (International Society for Krishna Consciousness), Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna, popularmente conhecida como Movimento Hare Krishna. Uma associação religiosa, filosófica e cultural.

Eu, naquela época, andava estudando no grupo jovem da igreja a vida de Jethro, pai-de-lei de Moisés, e ouvia Jethro Tull, uma banda inglesa de rock progressivo. Sempre é bom o contraditório para uma conclusão científica. Aprendi nas aulas de catecismo que Moisés peregrinou durante quarenta anos no deserto até chegar em Canaã, a terra prometida, e chegando, a contemplou e morreu.

Voltando à ISKCON, freqüentei durante um período o templo da rua da cascata na Tijuca e entrei em contato com a literatura de A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada (Srila Prabhupada), pensador indiano fundador, em 1966, na cidade de Nova York do Movimento. Tive alguns ensinamentos básicos como: acreditar em um único Deus; não somos corpo, mas alma. A imagem de Krishna é linda, ele possui seis opulências principais: beleza, inteligência, força, fama, riqueza e renúncia. Tem o corpo azulado, rosto juvenil, e gosta de tocar flauta e brincar em companhia de seus servos e servas em sua morada espiritual.

Durante os encontros abertos aos domingos, nós nos alimentávamos de uma dieta basicamente lacto-vegetariana. A prasada, nome do alimento servido à Krishna, era colocada no altar onde estava a sua imagem e ficávamos observando, cantando o mantra Hare Krishna, enquanto ele se alimentava. Passado algum tempo aquela refeição era servida pelos membros e visitantes. Quando fui a primeira vez ao templo perguntei porque serviriam aquela refeição se ela era de Krishna e tive uma resposta lúdica através da parábola: “Se você bebe água contaminada você se contamina, mas se você come o alimento tocado pela pureza, você se purifica.”

Durante um tempo adquiri e li os Bhagavad Gita,  a essência do conhecimento védico, são livros sagrados, fonte original de todo e qualquer conhecimento e sua origem é transcendental.


Ricardo Mezavila








terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Que tudo se realize




Desejo saúde, harmonia e prosperidade para todos os leitores do Blog e seus familiares. Para começar o ano novo vou comentar como foi o réveillon, aliás, de novo não aconteceu nada, a velha fórmula de sempre presente nos lares, nas praias e nos clubes. Há falta de criatividade até nos mensageiros do caos urbano, chamo assim os vendedores dos engarrafamentos, não vendem nada além do velho e bom biscoito globo, pipoca do saco vermelho, água, refrigerante e bananada.

Na beira das estradas são vendidos abacaxis, outras frutas e aquelas panelas de barro, três por dez reais, que os desavisados compram para utilizar uma única vez até  perceberem que não tem muita utilidade, além de servir de jarro para as plantinhas em cima da janela. Estou fazendo referencia à cultura das estradas porque fui passar o réveillon na região dos lagos. Vou muito para esta região e adquiri um hábito que serve de modelo para todos: naturalmente fazemos uma parada para o café, o salgado e o refrigerante; faça a parada técnica, o pit stop, sempre nos mesmos lugares, assim você passa a ser conhecido e quando o local estiver disputado, você sempre será atendido com qualidade. Nós sempre paramos na lanchonete Nat & Leo, na ida e na lanchonete São Jorge, na volta, elas ficam no quilometro 14 da Via Lagos, além do bom atendimento já nos rendeu algumas dúzias de bananas e quilos de aipim graciosamente.

Percebi, antes mesmo do último dia do ano, que as pessoas estão cada vez mais ligadas na Mega Sena da virada. Mais um jogo de azar oficial, enquanto o governo prende os trabalhadores que apontam o jogo de bicho. Bem, a tal mega da virada é um verdadeiro show de ilusionismo. Talvez a única novidade das últimas festas de final de ano tenha sido esse sorteio dos tolos. Agora os números são sorteados ao vivo, todos ficam esperando as bolinhas despencarem e sorrirem seis vezes para elas. A probabilidade de isso acontecer é de uma em cinqüenta milhões. Vai chegar o dia em que o réveillon estará resumido ao sorteio, depois todos vão para suas camas chorar a falta de sorte. Deixo aqui a sugestão de sortear os números no foguetório de Copacabana, os números poderiam explodir com os fogos e apareceriam entre a fumaça.

Para encerrar o ano, o governo ufanista brasileiro, comemorou o fato de a economia nacional ter ultrapassado a da Inglaterra. Faltou o Galvão Bueno para gritar: é tetraaaaaaaaaa. Soube que alguns turistas ingleses, de férias no Rio estão tentando a naturalização brasileira (ic)! O que o Brasil fez de bom mesmo neste fim de 2011 foi ter exportado para o mundo o Michel Teló, nada como Ah! Se eu te pego para combater Lady Gaga e Justin Bieber. Estamos respondendo à altura o lixo musical que a nossa “cultura” tem importado.

Desejo um ano repleto de sucesso para todos os leitores, mas antes preciso registrar o que aconteceu perto da casa onde eu estava. Quando a televisão acabou de divulgar os números da mega sena da virada, uma senhora saiu às ruas gritando e chorando porque tinha acertado cinco dezenas e que, se ninguém acertasse as seis, ela ganharia o prêmio maior. Minutos mais tarde ela soube que cinco pessoas acertaram os seis números e, conferindo melhor, viu que só acertou quatro dezenas. Confesso que nunca fiquei tão próximo a alguém temporariamente tão rico. Feliz 2012 !  

Ricardo Mezavila