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quinta-feira, 31 de março de 2016

Hoje eu estava em casa em 31 de março de 1964.





Eu vivi 31 de março de 1964 com cinco anos de idade e, claro, não tive noção, na época, o que aquilo representava. Em um ano entre 1964 e 1968, minha casa foi 'visitada' por integrantes do DOPS que procuravam por um tio, universitário, que havia escrito um artigo em um jornal, contra a ditadura militar.


Cresci assim, com meu pai sempre falando em esquerda, em Getúlio, Jango, Brizola, e contra os governos de Castelo Branco, Costa e Silva. Medici, Geisel e Figueiredo.


Lembro de meu pai comentando sobre o comício, que ele participou, do presidente João Goulart, na Central do Brasil; assim como lembro quando ele me levou pelas mãos, para ver tanques de guerra em frente a uma escola pública, que ameaçavam os estudantes e a democracia.


Hoje, 52 anos depois do golpe militar, que deu início a um período de obscurantismo, de cassações aos direitos políticos, de tortura, de assassinatos e perseguição às artes e aos artistas, particiipei de um ato, no Largo da Carioca, pela democracia.


Meu pai, não abaixei a cabeça, sei das nossas origens e de como foi difícil chegarmos aqui. Suicídios, renúncias e golpes estiveram em nossas conversas, desde sempre, por isso conheço o lado que somos representados e de onde fincar os meus pés.


Aos da mesma geração que a minha, que eram envolvidos por uma onda de alienação quando criança e, depois na juventude, não cresceu pariticpando do contexto político, sinto muito.


A politica foi cruel com a gente e, agora, aqueles que sempre nos ignoraram, querem retomar as rédeas e, como vocês não acompanharam suas trajetórias, acreditam que são os que trarão a paz e a governabilidade, o fim da corrupção.


Agradeço ao meu pai, por nunca ter se omitido!


Ricardo Mezavila.

Ventos reacionários





Quando a ventania golpista passar e o establishment estiver assentado confortavelmente na posição que sempre foi sua, não por direito, mas pela força da sonegação, não veremos mais o calor das discussões, as coreografias ensaiadas nas ruas e nem os batuques conservadores de panelas nas varandas.


Os ventos serão, paradoxalmente, outros dos mesmos, porque se não há novidade no PSDB, tampouco há no PMDB. Essas legendas são meramente lixo reciclado, o que era adubo retorna a condição original de massa fecal.


Depois de varrer as pegadas dos trabalhadores do poder, a elite social dará por encerradas todas as operações, seus nomes serão apagados das listas da polícia federal. O rebanho, neoliberalmente apascentado, esvaziará o pasto com o sentimento patriótico inflado.


Aí companheiros, uma outra ventania estará se deslocando de uma área de alta pressão, com mais força. As moças vão ter dificuldades em segurar suas anáguas e os rapazes terão que correr atrás de seus chapéus.


Ricardo Mezavila.

quarta-feira, 30 de março de 2016

Venerando o patrão








A Federação das Indústrias de São Paulo - FIESP -, vem patrocinando as manifestações públicas pró-impeachment com apoio logístico, lanches, carros de som e, estranhamente, um enorme pato amarelo com a frase 'chega de pagar o pato'.

Essa expressão é antiga e significa que alguém está pagando por uma coisa sem tirar algum benefício disso. Pato também representa pessoa lograda, fácil de ser enganada, tola.


A FIESP é contra o décimo terceiro salário e as férias dos trabalhadores, financia a campanha de vários deputados para que eles façam projetos contra os direitos trabalhistas. 'Chega de pagar o pato', significa: 'Chega de pagar minhas obrigações trabalhistas'.

Aí eles 'bancam' uma manifestação contra um governo popular, as pessoas utilizam o aparato que eles disponibilizam, alguns ficam acampados por vários dias em frente a sede da federação recebendo apoio e eles, ironicamente, usam como símbolo um pato amarelo.

Chega de ser pato, seu bobão!

Ricardo Mezavila.

terça-feira, 29 de março de 2016

As rosas antes da crise




No dia 1º de abril de 1964, na primeira página do Jornal do Brasil, foi publicado o editorial 'Fora da lei'. O editorial dizia que: "Desde ontem se instalou no Brasil a verdadeira legalidade (...) os verdadeiros brasileiros já fizeram a sua escolha. Estão restabelecendo a legalidade democrática, reformista, sim, mas expurgada do objetivo de comunização do Brasil (...) Nada há a temer. A federação ameaçada logo será reunificada pela ação liderada por Minas e São Paulo. A derrota do Sr. João Goulart é inevitável (...) A legalidade está conosco".

General daquela época, Luis Carlos Guedes, que também gostava de plantar rosas, era o comandante responsável pelas ações militares em Belo Horizonte. Ele comandou a 'operação gaiola' que prendeu sindicalistas, líderes estudantis e políticos de siglas contrárias ao golpe. As rosas vieram antes da crise que se seguiu por vinte e um anos.

Na época falava-se em 'a verdadeira legalidade', o comunismo que ameaçava a federação e que os 'verdadeiros brasileiros' derrotariam Jango.

Ainda hoje eles querem induzir a população, que pouco evoluiu politicamente, de que o comunismo ameaça a legalidade; que são eles os eleitos para reunificarem a nação e escolheram Lula como o vilão a ser derrotado.


Ricardo Mezavila.

A publicação do pecado



O então acadêmico Clóvis de Barros Filho, hoje professor da USP, participava da pauta do Jornal Nacional com sua turma, quando Willian Bonner liga para o celular do ministro do supremo Gilmar Mendes e pergunta: 'Vai decidir alguma coisa importante hoje? Mando ou não mando o repórter?'. Gilmar Mendes: "Depende, se você mandar o repórter, eu decido alguma coisa importante".

Esse diálogo, que está no livro 'Devaneios sobre a atualidade do capital', Editora CDG, demonstra, sem nenhum constrangimento, como funciona os bastidores entre a mídia, a política e a justiça. Os milhões de desavisados que assistem ao JN não sabem, mas mastigam somente o que essa gente fascista quer, apenas o que convém aos seus interesses.

Talvez a gravidade desse depoimento do professor Clóvis não seja relevante para quem assiste o Bonner, porque seus sentidos já foram violados, mas é muito grave para a democracia que haja esse tipo de comprometimento parcial e seletividade midiática.

A seleção das notícias segue um critério que serve para alienar e não informar, já que só divulgam o que é bom para um lado, inibindo a formação de opinião. Não informar tudo o que ocorre já é inaceitável para uma imprensa isenta, mas informar por seleção é servir de instrumento a uma causa.

Segundo a religião 'o mundo é assim porque Deus quis que fosse assim'; segundo Marx, 'a religião é assim, porque o mundo precisou que fosse assim'.

A mídia seletiva é a religião do analfabeto político.


Ricardo Mezavila.

segunda-feira, 28 de março de 2016

A culpa é minha, do Veríssimo e do Aldir




A fragmentação do cenário político está beirando ao insustentável. De repente o país se dividiu entre antes e depois de outubro de 2014. Em 1985, quando a AIDS começou a ganhar os noticiários, diziam que ela havia entrado em nossas 'fronteiras' por algum participante estrangeiro do Rock in Rio; tem quem afirme que a Zika foi inserida nos noticiários por algum torcedor, de outro país, claro, que veio assistir a copa do mundo.

Eu digo que foram inseridas nos 'noticiários', porque, para muita gente, o que não é noticiado não existe. Assim como a microcefalia e a Guillain Barré, que para muita gente são uma novidade da ciência; a inflação e a corrupção são novidades criadas pelo PT.

As balas perdidas e os assaltos, o desemprego e a favelização, as drogas e a violência, segundo uma opositora, também são criações petistas, não existiam antes.

Como em 'E la nave va', de Fellini, estamos participando de um funeral a bordo de um navio. O corpo da democracia é velado e homenageado por um coral de vozes desarmônicas.

A dicotomização traz de volta a igreja do diabo, de Machado de Assis. "Embora seus lucros fossem contínuos e grandes, sentia-se humilhado com o papel avulso que exercia durante séculos. Por que não construir ele a sua igreja? Uma igreja do diabo era a maneira eficaz de combater as outras religiões, destruí-las de uma vez”.

Para fechar, comentaram por aí que eu, Luís Fernando Veríssimo e Aldir Blanc, somos os culpados pela crise porque escrevemos, eles muito mais do que eu, artigos nos jornais em defesa do governo contra o golpe. Talvez seja a hora de construirmos uma igreja.

Ricardo Mezavila.

sábado, 26 de março de 2016

Aleluia, Bruxelas!




Se os problemas do mundo fossem as enchentes, desabamentos e incêndios; as crianças negras que esperam por adoção, o preconceito sexista contra autoridades, a prisão e abandono dos animais nos zoológicos, os naufrágios dos barcos de refugiados na travessia dos oceanos, talvez pudessem ser evitados com uma oração, da agora santa, Madre Teresa de Calcutá, ou por alguns dias de jejum sob o efeito da Ayahuasca, uma vigília petencostal na Assembléia de Deus, uma sessão de caboclos na umbanda, um retiro budista na Índia. Se os problemas do mundo fossem os mosquitos...

Os problemas do mundo não é a falta de religião, se fosse, não teríamos problemas, haja vista a quantidade de igrejas espalhadas pelo planeta. A ciência tem dito que nós suprimimos parte do cérebro para acreditarmos em Deus, que esse é o grande mistério do homem. Pode ser que Deus esteja escondido, ou exilado, dentro de nós mesmos, por isso não o encontramos quando o procuramos fora.

Nossos problemas podem ser minimizados pela sustentabilidade que nos permite a nossa permanência, em um nível tolerável, durante determinado tempo. A sustentabilidade ambiental, alimentar, cultural, emocional e sexual, nos permite compartilhar a solidariedade, o respeito às diferenças, à diversidade, ao pluralismo étnico e de gêneros.

Não há uma solução para os problemas do mundo, não há alternativa na letra de ‘My Sweeet Lord’, de George Harrison e nem nas frases de “It´s allright, ma (I´m only bleeding), de Bob Dylan, mas talvez na doçura de ‘Heart of gold’, de Neil Young.  Não é a falta de um Pastor Messias fundador do hinduísmo, nem o fanatismo de um muçulmano, de um católico, ou de um herege, que podem indicar um caminho com menos pedras.

Se os problemas do mundo fossem os cálculos renais, as reposições hormonais, o hipertireodismo, o alcoolismo, os pólipos intestinais, as dores lombares, a menopausa, a falta de atenção e as manchas nos rins, estaríamos prontos para entrarmos em uma faixa humana de segurança, onde encontros diurnos com lobos e búfalos suados seriam naturais, como nossas roupas listradas, psicodélicas.

Se os problemas do mundo fossem os mosquitos...



Ricardo Mezavila.

quinta-feira, 24 de março de 2016

Os ídolos e os ombros




É perigosa a idolatria na política e em setores essenciais para o funcionamento da república democrática. Um líder partidário, um juiz, um servidor de qualquer área, não devem aceitar, por isonomia e imparcialidade, figurar no imaginário popular como um ídolo. É nefasto, principalmente no judiciário, que haja juízes e ministros do supremo posando de heróis.

Qualquer que seja a decisão, a justiça não pode agir para agradar uma ou outra parcela da sociedade, ou uma ou outra legenda partidária. Tem de haver a equidade na balança para que não haja injustiça, nem 'justiça' prévia e cautelar.

Vejo muita arrogância nos olhos do juiz 'herói' da primeira instância de Curitiba, mas também não vejo muita segurança sob as togas da última. Estão, sim, acovardados, como já disseram mais de uma vez, inclusive por alguém que está lá sentado hoje.

Nossos magistrados estavam acostumados com causas fúteis como a do Flamengo, que vive o eterno chororô pela taça das bolinhas, mas agora estão diante de uma causa de relevância internacional, com a força de iniciar uma convulsão civil violenta, pior até do que a de 1968.

A sociedade, polarizada, tende a apoiar aquilo o que sua informação e sua percepção intelectual permite; muitos estão agindo como se estivessem em período de copa do mundo, outros como se subissem Sierra Maestra.


Estamos vivendo um período de guerra fria, sem as estratégias e objetivos centrais pertinentes, mas com a intolerância deflagrada em cada opinião divergente, desorganizada em bloco, como um todo.

Não vamos fazer como os cavalos que, por alguma recompensa, se abaixam para que alguém suba e tome nas mão as rédeas. Os equinos aprendem por repetição, nós temos livros.


Ricardo Mezavila.

quarta-feira, 23 de março de 2016

Et cetera



Eu, assim como muitos, já deve ter ouvido de um amigo que ele se sente enganado, traído pelo PT. Dizem que se desiludiram, estão decepcionados com Lula. Isso remete a um grau de ingenuidade política. Não se compra uma utopia, muito menos ideológica, para depois abandoná-la dentro da gaveta.

Todos os partidos divulgam agendas positivas, a literatura estatutária segue um padrão quanto aos objetivos sociais, diferem um pouco no conteúdo, mas a forma é bastante parecida.

Em relação ao PT, as pessoas apostaram que seria um partido diferente, porque trazia um discurso mais popular, com conhecimento orgânico profundo, por ter em sua origem os sindicatos dos trabalhadores urbanos e as ligas camponesas.

O PT foi fundado em 1980 e debutou em uma eleição em 1982. Muitos do que se dizem desapontados custaram a entender que Lula era uma liderança de fato, não aderiram de imediato ao discurso e, inclusive, destilaram preconceito contra a maior liderança do partido.

Até acolherem o PT, votaram em Fernando Collor e Fernando Henrique, quer dizer, fizeram suas obrigações com o sufrágio e viraram às costas desinteressados, como sempre. Quando resolveram dar um voto tardio ao PT, o fizeram com desdém, trataram o voto como esmola.

O PT em doze anos fez mais do que todos os outros governos civis anteriores, deu dignidade às famílias dos rincões mais distantes do país, por isso as manifestações fracassam nesses lugares e se vê uma maioria branca nas ruas em um país predominantemente de negros; Lula se transformou na maior personalidade das Américas, respeitado e homenageado em todo o mundo, falar dos programas em educação então...

A oposição não conseguiu vencer nas urnas e começou a perceber que ficaria um bom tempo fora do poder, então começou uma ação nacional, irresponsável, contra o governo da Presidenta Dilma, com objetivo de sangrar a história do PT, para que a sombra de Lula não pairasse e os ameaçasse nas urnas em 2018.

Ainda estamos vivendo uma campanha difamatória, o cenário é de crise política e de pré-convulsão social. Isso não pode interessar aos cidadãos, muito menos à democracia.

Quando encontrarem aquele amigo desencantado com o PT, lembre a ele que 'ainda estão rolando os dados’. Os outros partidos e seus membros nunca foram capazes de acender uma esperança dentro do seu peito; diga que a gente acredita na liberdade porque vivemos em um país jovem; que não queremos convencê-lo a pensar como pensamos, mas precisamos que ele resgate a confiança, a auto-estima, a esperança, e assim por diante.

Ricardo Mezavila.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Quem tem medo do Moro?



Lula não teme o juiz do diretório do PSDB de Curitiba, é que, como disse o sociólogo Roberto Carlos, em conversa grampeada e editada, Lula já está condenado arbitrariamente. É uma pena que nosso povo não lê, e quem não lê tem de acreditar no que lhe dizem, mas qualquer pessoa, minimamente inteligente, se estiver disposta a ouvir a íntegra da conversa, vai entender o porquê da sugestão do sociólogo em Lula aceitar o ministério. Nos telejornais de audiência quantitativa, mas inteligència diminutiva, só se ouve a parte que interessa aos golpistas.

Eu já falei que tudo isso era golpe, depois falei que era uma conspiração internacional, depois falei 'foda-se' diante de tantas manifestações midiáticas e sem conteúdo, como os coxinhas (muita massa e pouco conteúdo), mas depois das manifestações do dia 18, senti a diferença entre a sensatez e o ódio político. Diante de milhares de pessoas bem resolvidas ideologicamente, alegres por natureza, sem os artifícios piegas dos nacionalistas da extrema direita que vestem a camisa da seleção e cantam 'sou brasileiro...', senti que não perdemos a ternura.

Voltando ao provinciano juiz tucano, ele tem a fé pública sob suas asas e a má fé política sobre sua cabeça. Esse diálogo mosta bem isso. Lula: 'Eles podem procurar na 'casa do caralho' que não vão encontrar um centavo que não seja meu. O triplex e a chácara não são meus, porra'. Roberto Carlos em resposta: Cara, já te condeneram e não tem defesa. Isso é uma guerra, usa aquilo que você pode, aceita o ministério'.

Pois bem, a questão não é ter medo do Moro, é muito acima disso, vai para lá da primeira instância. As razões para essa caçada ao Partido dos Trabalhadores atende por BRICS - Bloco econômico entre Brasil, Rússia, India, China e África do Sul. Formado por esses países emergentes, o BRICS têm cacife para competir com os EUA e com a União Européia, de criar um mercado forte, um banco, e até uma moeda comum que abale a hegemonia do dólar.

Segundo estudos, essas nações têm o potencial de ocupar o topo no ranking das maiores economias do mundo. O Brasil e a Rússia possuem recursos naturais em abundância, enquanto China, Índia e a África do Sul são tops em mão-de-obra. Essa realidade tem tirado o sono das economias predominantes que articulam a desestabilização política no Brasil, o alvo da hora é o PT, e financiam o terrorismo psicológico através das grandes mídias que agem massificando a população.

Há rombo na Petrobras? Sim, há rombo. A corrupção é antiga? Sim, é antiga. Então, por que só agora resolveram investigar ? Para criar a convulsão social e aplicarem o golpe econômico travestido com o apoio das ruas. Quem pode temer 'Morola' , quando se sabe que uma tsunami está a caminho?

Ricardo Mezavila.

sexta-feira, 18 de março de 2016

Feliz 1969 para vocês também



No livro ‘1968: O ano que não terminou’, o escritor e jornalista Zuenir Ventura narra os fatos conturbados que marcaram aquele ano no Brasil e no mundo, assim como suas consequências.  As bandeiras da liberdade e da democracia, os personagens que estavam na linha de frente contra a ditadura militar, como os estudantes, estão nas páginas do livro que, às vezes, num lirismo romântico, conta como eram aqueles dias.

Atualmente os dias são conturbados, mas as bandeiras estão desbotadas; os estudantes vão às ruas, mas sem romantismo, pelo contrário, ocupam os lugares públicos com truculência e vazio ideológico. O clima nas ruas é pesado, não temos mais os ‘Festivais da Canção’ para conversar; não temos Sabiá, Andança, Pra não dizer que não falei de flores, Caetano não está discursando depois das vaias em ‘É proibido proibir’.

Lamento por essa juventude que está aí, criada a base de He-Man, Nintendo e Pokémon, que não sabe quem foi Vladimir Herzog, Carlos Lamarca e a VPR. Olham para a vitrine neoliberal e entregam, de bandeja, um possível flerte com a esquerda de Cláudia Cardinale, para cortejarem a direita de Susana Vieira, representante, de saias, do PIG.

A geração do livro de Zuenir se preocupava com as conquistas que hoje são perseguidas pelo mesmo quartel de ‘Abrantes’, que se organizam de forma coerente com o lado que a história os atribuiu, que insultam a democracia como se fosse possível sorrir naturalmente sem ela, que agridem a liberdade de opinião com a surdez dos estúpidos e a cegueira dos inconsequentes.

O cinema, o teatro e a música eram mais importantes do que a televisão, apesar de toda a novidade tecnológica que representava, mas o monstro cresceu se alimentando da censura, da tortura e do exílio. Hoje engole, sem mastigar, a cultura, a informação e a crítica, depois seus dejetos vão parar nas panelas de uma sociedade que engorda com o subproduto derivado dessa mistura.

E estamos assim, com as calças arriadas diante de uma justiça autoritária, Opus Dei, não se discute. As razões para as manifestações são montadas, folha por folha, em um processo abjeto, totalmente partidário e vingativo. Zuenir Ventura também escreveu um livro sobre a inveja onde ele afirma, ‘A inveja é inconfessável, mas ninguém se livra dela’. Dá para perceber o grau de inveja por parte da sociedade branca e rica, que não suporta mais o operário nordestino, sem nível universitário, como têm seus tios, filhos e pais, desfilar pelo mundo recebendo homenagens e títulos.

A história já contou esse capítulo, no final eles condenam previamente, afastam os intelectuais das ruas, proíbem Marx e Trotsky, os meninos e as moças recuperam seus brinquedos e voltam a sentar na janela, desligam-se os holofotes e calam-se os microfones. Tudo volta à normalidade, sem incômodos no castelo.

Só que não!

Ricardo Mezavila.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Grampearam o Lula, e agora?





Os ‘arapongas’ apostaram alto no acirramento de uma crise civil ao divulgarem os grampos no telefone de Lula, momentos antes dele assumir a pasta da Casa Civil. Com autorização da justiça, o ex-presidente foi grampeado durante dias, como parte legal do processo de investigação. O vazamento dos grampos inclui um entre a Presidenta Dilma com o, agora Ministro, Lula. Esse grampo não tinha autorização judicial, foi casuístico e acabou incitando os manifestantes contrários ao governo.

A imprensa vive desses espetáculos, precisam prender a atenção do telespectador, do leitor, para verem subir a audiência de seus telejornais, as vendas nas bancas,  e  assinarem contratos vantajosos com os anunciantes. Em nome desse objetivo financeiro exploram e massificam, utilizam a neurolinguística para que, por fim, o sujeito esteja tomado pelas ‘verdades’ e saia reproduzindo nas redes, nas filas, no trabalho, etc. Nem só de anunciantes de margarina e lentes de contato vivem os meios de comunicação, também atuam como porta-vozes de uma frente conservadora e corrupta.

Com a divulgação das ‘escutas’ e com as análises dos articulistas dessa mídia tendenciosa e fascista, grande parte da população percebeu que Brasília não é o Vaticano e que os grampeados nunca foram ordenados sacerdotes. Uma hola de hipocrisia voa rasteira pelas ruas, entra nos botequins, nos ônibus e até no Congresso. O prefeito grampeado do Rio, Eduardo Paes, diz para o ex-presidente grampeado que ele ‘tem alma de pobre’ porque ele ‘comprou’ um sítio em Atibaia. Ele quis dizer que, já que ele ia comprar um sítio, comprasse em um lugar melhor. Uma brincadeira com a incapacidade da justiça em provar que o sítio é do Lula.

Em outras escutas fica claro que ninguém é e nunca foi santo, nem os ministros do supremo, o jogo do poder é esse aí, quem não souber jogar vai perder. Os bastidores da política, como os bastidores da Rede Globo, são imundos. A sociedade preza pela ética pública, isso nós temos de cobrar, mas na vida privada a ética é uma peça que faz parte do tabuleiro. O juiz Sérgio Moro nada mais é do que um vilão irresponsável alçado a herói,  está jogando e blefando o tempo todo com a nossa indignação, ontem provou a quem serve a operação lava-jato.

Fato é que Lula, Ministro da Casa Civil, vai ter muito trabalho para convencer os opositores a desistirem do golpe, o que tramita dentro dos gabinetes, porque diante dos holofotes não há golpe, há o processo constitucional do impeachment. O Brasil é um país novo, com uma população nova e desacostumada com as pedras dos caminhos; uma gente que acredita em partidos políticos, em salvadores da pátria, em assistencialismo. Acredita que o senador Aécio Neves faria uma ligação para o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin e teriam esse diálogo: -“Governador, esqueci a segunda parte do Pai Nosso, pode mandar para mim pelo wathsapp?”


Ricardo Mezavila.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Polarização desnecessária




Das últimas eleições até os dias de hoje, o país se vê dividido entre os que venceram e os que perderam. Há diferenças e subdivisões entre o eleitorado. Quem venceu quer trabalhar para justificar a preferência da maioria, os derrotados fazem de tudo para impedir que o país avance ou, no mínimo, seja governável.

Caminhando ao lado dos derrotados estão poderosas organizações capazes de interferir no judiciário e, principalmente, capazes de controlar corações e mentes. Sobre o judiciário pesa os exageros que vem cometendo, fato já assumido até mesmo por adversários, contra a maior liderança do país. Sobre a opinião pública, incitam o ódio e o massificam diariamente com manchetes panfletárias.

O enredo dessa confusão é a corrupção. Ela está entranhada nas estruturas do país desde o Império, penetrou na República e se fortaleceu. As operações que ocorrem no governo atual estão deixando às claras a escuridão do porão. A sociedade indignada, muitos acordando de sono profundo, pede 'cabeças' pontuais, apontam o dedo para símbolos partidários, traveste-se de super-herói e cria outros.

O perigo dessa polarização é que perdure por muito tempo, deixando feridas difíceis de serem curadas. Os atos nas ruas dizem muito pouco, aliás, o nazismo levou multidão para as ruas, o que não significou que tinham razão em exterminar seis milhões de pessoas. Essa parcela que vai às ruas não representa a maioria da população, se for falar em maturidade e compreensão política então...

Trocar figurinhas de nada adianta, só vai trazer mais turbulência para um cenário já cambaleante. Em economia não se faz milagres, é preciso um projeto e pessoas responsáveis que trabalhem em uma causa única. O que temos hoje é um bando da oposição querendo voltar ao poder e, cada vez mais, se afundam na lama de suas vidas públicas e tentam levar as questões judiciais para dentro do diretório de seu partido.

Pelo o que parece, para o bem da nação, o ex-presidente vai articular de dentro do governo uma solução para amenizar a crise entre os poderes. As investigações continuam, ele pode vir a ser condenado, que seja com provas, mas agora por uma instância digna de quem teve dois mandatos, e não por um grupo medíocre de juízes midiáticos, funcionários e obedientes a grupos econômicos.

Essa poeira está longe de ser dissipada. As ruas que estão recebendo os 'indignados' de plantão, os papagaios do chororô, ainda não receberam a rapaziada 'que segue em frente e segura o rojão', como dizia Gonzaguinha. E vamos à luta!

quinta-feira, 10 de março de 2016

O golpe já foi dado





Apesar de as pessoas lúcidas desse país insistirem em dizer que não vai ter golpe, lamento muito, mas o golpe está em curso, vivo e em estado avançado. O fato de conseguirem atingir o objetivo final, no caso o impeachment, a prisão de Lula e o esfacelamento do PT frente a opinião pública, é somente a apoteose final. O golpe está aí bem claro, nas declarações dos golpistas, diariamente, nos meios de comunicação apoiadores, como sempre, de um estado de exceção.

O golpe mostrou seu rabo no aeroporto de Congonhas com a condução coercitiva e arbitrária do ex-presidente. Havia um avião estrategicamente estacionado na pista para conduzi-lo até a ‘república’ de Curitiba, helicópteros da rede de televisão, financiadora moral do golpe, sobrevoava as redondezas, antes mesmo da PF chegar ao apartamento de São Bernardo do Campo; agitadores, como o deputado Bolsonaro, estavam aguardando a chegada do avião no aeroporto de Curitiba, soltavam fogos de artifícios para recepcionar, com ironia, o ex-presidente Lula. Todos já sabiam que haveria uma mobilização.

As raízes do golpe estão se espalhando por todo o país, o mosquito aedes, ou aéces, está tratando da polinização. Vejo várias sementes já saindo da terra em forma de plantinhas dóceis, mas são carnívoras. Elas têm a capacidade de atrair pequenos animais, no caso, inocentes úteis reprodutores da voz do dono; depois de capturadas, as presas são digeridas e seus nutrientes, o cérebro e as pernas, utilizados para marcharem organizadamente, como ovelhas em um rebanho, cabisbaixas, gritando palavras de ódio, servindo de escudos para seus atos corruptos.

Em 1968, os cantores Dom e Ravel, compuseram e gravaram a música “Eu te amo meu Brasil”, por solicitação da ditadura militar que barbarizava o país. Em 2016, como não poderia deixar de ser, já que tudo está caminhando como dantes, existe o “Passinho do Golpe”, uma coreografia criada para ‘animar’ as manifestações pró-golpe. Com a mesma estratégia, os articuladores estão fazendo do maniqueísmo um instrumento para celebrar no coração ingênuo uma festa ‘anti-sincretista’.

Não custa nada citar o estudante Edson Luís, secundarista, assassinado por policiais militares, durante um confronto no restaurante Calabouço, centro do Rio de Janeiro. Seu assassinato marcou o início de um ano turbulento de intensas mobilizações contra o regime militar, que endureceu até decretar o AI-5. O golpe já foi acionado, os soldados deixaram a caserna, atiram para todos os lados, nós é que não percebemos isso com a seriedade devida. Resistir é preciso!

Ricardo Mezavila









segunda-feira, 7 de março de 2016

Os dentes da Mona Lisa



Lurian, filha de Lula


Nesse período que antecede um evento negativo e histórico na sociedade, quando alguns articulistas já ensaiam engrossar o coro daqueles que querem a convulsão para gritar por armas e tanques, temos que manter a calma e a lucidez; engolir seco às vezes, porque eles estão esperando por um cadáver para exigir a presença militar nas ruas e, consequentemente, no poder.

Não acredito que isso aconteça, mas acho que em 1964, muita gente pensava igual e acabou acontecendo. Os tempos são outros, apesar da força dos meios de comunicação ainda existir, porém naquele tempo não existia a velocidade da informação e nem os vários canais que podemos acessar para manifestar opiniões contrárias.

Façamos como a Mona Lisa, vamos rir sem mostrar os dentes, que é para não dar muita confiança. De vez em quando é de utilidade imperativa levantar o dedo do meio para a mídia golpista, como fez Lurian, na manifestação contra a Globo, no Jardim Botânico.

Os representantes da direita estão em campanha contra a democracia, fazem discursos demorados nos telejornais, que funcionam como palanque para algumas legendas; fazem apologia ao ódio até dentro da templo mais sagrado da família católica, a Arquidiocese de Aparecida, lugar de fé e de amor ao próximo, mas que o bispo desmoralizou quando pregou que os fiéis deviam pisar na cabeça da “jararaca”, em referência ao termo usado pelo ex-presidente Lula, após ser vítima da arbitrariedade judicial.

A Presidenta Dilma foi feliz quando disse que querem dar impeachment cautelar no ex-presidente. Pode ser, mas acontece que o show midiático não tem mais volta, ou eles derrubam o governo de uma vez com prejuízo para a democracia, ou vão ter que aceitar que o tiro saiu pela culatra, que estimularam uma militância esfumaçada e sem muita vontade e, principalmente, colocaram munição na arma de um líder que já estava praticamente com a faixa pendurada.

Estávamos todos quietinhos. A gente só queria que eles respeitassem o resultado das urnas.



Ricardo Mezavila

‘Esperar não é saber’



Há algumas formas de se registrar um momento para que, no futuro, interessados pesquisem e estudem o que foi a época. A literatura, fotografia, pintura, o filme e a música, além de pertencerem ao tempo de suas criações, também são fontes para que se analise sociologicamente os costumes, a política e a conjuntura de um determinado período da história. Quando o período de interesse não está tão distante, os depoimentos de quem viveu e esteve lá também são úteis para uma exploração mais próxima dos eventos. Apesar da importância desses canais de registros é essencial a busca pelas diferenças, as divergências de opiniões, para que não se construa uma versão única e deformada.

Como estou no front do ‘meu’ tempo, deixo registrada aqui minha indignação cidadã pelo atual momento político. Nunca os poderes foram tão independentes e, por conta disso, tão despreparados para agirem de forma autônoma. Historicamente, os presidentes sempre tiveram os outros poderes de baixo de seus sapatos, amordaçados. A Procuradoria Geral da União sempre foi presidida, não por um Procurador, mas por um ‘Engavetador’, que perdia dentro da gaveta, todos os processos contra os interesses dos governos.

A direção da Polícia Federal e suas superintendências são atreladas ao Ministério da Justiça, cujo cargo é ocupado por uma indicação política. Constitucionalmente o Ministério Público tem assegurada autonomia funcional e administrativa, seus integrantes elaboram uma lista tríplice com indicações para o governo escolher quem o chefiará. Resumindo, no presidencialismo, a autoridade máxima eleita pela maioria dos votos do povo, tem poderes suficientes para evitar que os órgãos de justiça investiguem e funcionem normalmente dentro de suas atribuições.

Como tenho compromisso com o ‘meu’ tempo, não posso deixar de registrar que nunca um representante máximo, no caso uma representante, permitiu que os órgãos de justiça agissem permanentemente contra a corrupção que carcomeu o país durante os cento e vinte e sete anos da República, inclusive cortando na carne. A atual Presidenta tem como opositores aqueles que estão com medo que as investigações cheguem até seus maus feitos. São esses que querem seu impedimento, que têm o apoio dos ‘coxinhas’ (classe média, ou mídia, que nunca se interessou por política, que assiste os jornais da TV Globo, lê a Folha de S.Paulo e O Globo e assina as revistas Época, Veja e IstoÉ e, principalmente, reproduz ‘memes’ e mensagens apócrifas nas redes sociais contra o Lula e o PT).

O que está errado? Bem, existe um quarto poder que sonega impostos, empobrece a cultura, dita regras e costumes, estraçalha a informação, degrada o meio ambiente, ignora as diferenças regionais, desrespeita a linguística, o comportamento e a tradição, alimenta o ódio de classe, tempera a opinião pública com mentiras e ilações precipitadas, arma circos espetaculosos para julgar e condenar sem provas. Esse poder paralelo, que se faz de anjo, serve a um senhor que possui um ‘rabo’ e dois ‘chifres’, que detém o poder do capital e da consciência coletiva, que criou um cartel com os políticos, com o pessoal da toga e da farda.

A histeria anti-petista, nada mais é do que a tentativa de exterminar da vida pública o maior partido de esquerda das Américas, que cometeu erros, surfou nas águas que seus antecessores sujaram, mas que acertou também. Seus programas sociais possibilitaram que milhões de pessoas saíssem da linha da pobreza; que jovens e adultos tivessem acesso às Universidades; que tornou possível ao trabalhador realizar viagens aéreas e a consumir produtos e bens de serviços que eram exclusivos da classe média; financiou a casa própria; assentou famílias em terras para a produção; criou mais escolas técnicas, que permite ao jovem uma profissão, do que todos os outros governos somados.

Esse governo é acusado de ser assistencialista, o que não deixa de ser uma verdade e isso me deixa um pouco frustrado, mas as providencias tinham que ser emergenciais, não dava mais para aceitar a imobilidade e o descaso com os brasileiros das regiões mais afastadas dos centros industriais. O Partido dos Trabalhadores decepcionou muita gente, com isso perdeu eleitores e simpatizantes, sua conduta no trato da coisa pública pouco difere da dos outros, mas ainda é o melhor partido e o único capaz de levantar do chão as bandeiras por qual tanto lutamos.

Estamos em 2016, mas os derrotados de 2014 ainda não se conformaram com o resultado das urnas, então fica difícil governar quando se tem um Congresso manobrando para que nenhum projeto seja votado. As ruas estão ‘fervendo’, as discussões estão acirradas, o mercado financeiro especula nas marolas das ações na Bolsa, dão sinais que querem mudança nas regras e nos rumos da economia.

O espetáculo está montado, os atores cumprem seus papéis, os canastrões roubam algumas cenas e gozam de prestígio instantâneo e fulgaz. As cenas dos próximos capítulos estão sendo escritas por linhas tortas, mas como diz o ditado: ‘Deus escreve certo....’

Ricardo Mezavila


quarta-feira, 2 de março de 2016

Operação Lava-Lula



No desespero em que se transformou a inevitável candidatura do ex-presidente Lula ao Planalto em 2018, a oposição, com apoio das grandes corporações da imprensa, intensificam a perseguição ao provável candidato. A incansável campanha difamatória mobiliza setores da polícia federal e do ministério público, que aproveitam a autonomia dada pelo governo, para trabalhar como agentes investigatórios de operações seletivas.

A operação lava-jato abandonou as origens para focar exclusivamente na difamação do Partido dos Trabalhadores e de seu representante máximo. Todo o circo no começo com as delações e as prisões, foi montado para atingir o alvo principal, a real ameaça que pode impedir que a matilha volte a rondar o rebanho.

Atores desse espetáculo bufo, como o senador Aécio Neves, o juiz Sérgio Moro, o presidente da câmara Eduardo Cunha, o vice-presidente Michel Temer, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ministro do STF Gilmar Mendes, ensaiam para uma plateia de papagaios paneleiros.

As delações contra os membros da oposição caem no vazio, não repercutem nos telejornais, blogs e manchetes e, consequentemente, não alcançam os ouvidos da população apascentada que mastiga o ódio com o dente da galinha. 

Com a mudança do ministro da justiça, os articulistas e comentaristas que servem ao golpe, disponibilizam seus textos como plataforma para os golpistas conspirarem. Se eles são contra a dança das cadeiras é porque a música favorecia a trama e seus planejadores.

Nos governos anteriores a PF não tinha autonomia, a PGR era ocupada por um engavetador e nós, os verdadeiros donos da história, não sabíamos o que acontecia dentro da nossa casa. A mudança no ministério não vai servir de manobra para que não se investigue Lula, mas vai caminhar para investigações pendentes, delações adormecidas e estrategicamente escondidas pelas instituições.



Ricardo Mezavila.