Nesse
período que antecede um evento negativo e histórico na sociedade, quando alguns
articulistas já ensaiam engrossar o coro daqueles que querem a convulsão para
gritar por armas e tanques, temos que manter a calma e a lucidez; engolir seco às
vezes, porque eles estão esperando por um cadáver para exigir a presença
militar nas ruas e, consequentemente, no poder.
Não
acredito que isso aconteça, mas acho que em 1964, muita gente pensava igual e
acabou acontecendo. Os tempos são outros, apesar da força dos meios de
comunicação ainda existir, porém naquele tempo não existia a velocidade da
informação e nem os vários canais que podemos acessar para manifestar opiniões
contrárias.
Façamos
como a Mona Lisa, vamos rir sem mostrar os dentes, que é para não dar muita
confiança. De vez em quando é de utilidade imperativa levantar o dedo do meio
para a mídia golpista, como fez Lurian, na manifestação contra a Globo, no
Jardim Botânico.
Os
representantes da direita estão em campanha contra a democracia, fazem
discursos demorados nos telejornais, que funcionam como palanque para algumas
legendas; fazem apologia ao ódio até dentro da templo mais sagrado da família
católica, a Arquidiocese de Aparecida, lugar de fé e de amor ao próximo, mas
que o bispo desmoralizou quando pregou que os fiéis deviam pisar na cabeça da “jararaca”,
em referência ao termo usado pelo ex-presidente Lula, após ser vítima da
arbitrariedade judicial.
A
Presidenta Dilma foi feliz quando disse que querem dar impeachment cautelar no
ex-presidente. Pode ser, mas acontece que o show midiático não tem mais volta, ou
eles derrubam o governo de uma vez com prejuízo para a democracia, ou vão ter
que aceitar que o tiro saiu pela culatra, que estimularam uma militância
esfumaçada e sem muita vontade e, principalmente, colocaram munição na arma de
um líder que já estava praticamente com a faixa pendurada.
Estávamos
todos quietinhos. A gente só queria que eles respeitassem o resultado das
urnas.
Ricardo
Mezavila
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