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segunda-feira, 7 de março de 2016

Os dentes da Mona Lisa



Lurian, filha de Lula


Nesse período que antecede um evento negativo e histórico na sociedade, quando alguns articulistas já ensaiam engrossar o coro daqueles que querem a convulsão para gritar por armas e tanques, temos que manter a calma e a lucidez; engolir seco às vezes, porque eles estão esperando por um cadáver para exigir a presença militar nas ruas e, consequentemente, no poder.

Não acredito que isso aconteça, mas acho que em 1964, muita gente pensava igual e acabou acontecendo. Os tempos são outros, apesar da força dos meios de comunicação ainda existir, porém naquele tempo não existia a velocidade da informação e nem os vários canais que podemos acessar para manifestar opiniões contrárias.

Façamos como a Mona Lisa, vamos rir sem mostrar os dentes, que é para não dar muita confiança. De vez em quando é de utilidade imperativa levantar o dedo do meio para a mídia golpista, como fez Lurian, na manifestação contra a Globo, no Jardim Botânico.

Os representantes da direita estão em campanha contra a democracia, fazem discursos demorados nos telejornais, que funcionam como palanque para algumas legendas; fazem apologia ao ódio até dentro da templo mais sagrado da família católica, a Arquidiocese de Aparecida, lugar de fé e de amor ao próximo, mas que o bispo desmoralizou quando pregou que os fiéis deviam pisar na cabeça da “jararaca”, em referência ao termo usado pelo ex-presidente Lula, após ser vítima da arbitrariedade judicial.

A Presidenta Dilma foi feliz quando disse que querem dar impeachment cautelar no ex-presidente. Pode ser, mas acontece que o show midiático não tem mais volta, ou eles derrubam o governo de uma vez com prejuízo para a democracia, ou vão ter que aceitar que o tiro saiu pela culatra, que estimularam uma militância esfumaçada e sem muita vontade e, principalmente, colocaram munição na arma de um líder que já estava praticamente com a faixa pendurada.

Estávamos todos quietinhos. A gente só queria que eles respeitassem o resultado das urnas.



Ricardo Mezavila

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