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quinta-feira, 10 de março de 2016

O golpe já foi dado





Apesar de as pessoas lúcidas desse país insistirem em dizer que não vai ter golpe, lamento muito, mas o golpe está em curso, vivo e em estado avançado. O fato de conseguirem atingir o objetivo final, no caso o impeachment, a prisão de Lula e o esfacelamento do PT frente a opinião pública, é somente a apoteose final. O golpe está aí bem claro, nas declarações dos golpistas, diariamente, nos meios de comunicação apoiadores, como sempre, de um estado de exceção.

O golpe mostrou seu rabo no aeroporto de Congonhas com a condução coercitiva e arbitrária do ex-presidente. Havia um avião estrategicamente estacionado na pista para conduzi-lo até a ‘república’ de Curitiba, helicópteros da rede de televisão, financiadora moral do golpe, sobrevoava as redondezas, antes mesmo da PF chegar ao apartamento de São Bernardo do Campo; agitadores, como o deputado Bolsonaro, estavam aguardando a chegada do avião no aeroporto de Curitiba, soltavam fogos de artifícios para recepcionar, com ironia, o ex-presidente Lula. Todos já sabiam que haveria uma mobilização.

As raízes do golpe estão se espalhando por todo o país, o mosquito aedes, ou aéces, está tratando da polinização. Vejo várias sementes já saindo da terra em forma de plantinhas dóceis, mas são carnívoras. Elas têm a capacidade de atrair pequenos animais, no caso, inocentes úteis reprodutores da voz do dono; depois de capturadas, as presas são digeridas e seus nutrientes, o cérebro e as pernas, utilizados para marcharem organizadamente, como ovelhas em um rebanho, cabisbaixas, gritando palavras de ódio, servindo de escudos para seus atos corruptos.

Em 1968, os cantores Dom e Ravel, compuseram e gravaram a música “Eu te amo meu Brasil”, por solicitação da ditadura militar que barbarizava o país. Em 2016, como não poderia deixar de ser, já que tudo está caminhando como dantes, existe o “Passinho do Golpe”, uma coreografia criada para ‘animar’ as manifestações pró-golpe. Com a mesma estratégia, os articuladores estão fazendo do maniqueísmo um instrumento para celebrar no coração ingênuo uma festa ‘anti-sincretista’.

Não custa nada citar o estudante Edson Luís, secundarista, assassinado por policiais militares, durante um confronto no restaurante Calabouço, centro do Rio de Janeiro. Seu assassinato marcou o início de um ano turbulento de intensas mobilizações contra o regime militar, que endureceu até decretar o AI-5. O golpe já foi acionado, os soldados deixaram a caserna, atiram para todos os lados, nós é que não percebemos isso com a seriedade devida. Resistir é preciso!

Ricardo Mezavila









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