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domingo, 27 de maio de 2012

O Mérito é todo seu





Não se engane, tudo o que voce passa nesta vida é por total mérito particular; voce contribuiu para que as coisas acontecessem como aconteceram, de estarem como estão e serem como são. Quando voce planta semente de girassol, não espere por orquídeas. Só existe uma possibilidade de não nascer girassol: a infertilidade do solo!

O universo é matematicamente calculado de acordo com aquilo que voce planeja. Voce nunca falha! Se acontecer de as coisas não saírem como voce queria, é porque seus projetos não passaram por todos os processos necessários para que obtivesse êxito. A ordem é esta: desejar, planejar, realizar e desejar. Muitas vezes desejamos algo e, por falta de planejamento, não levamos a diante; às vezes desejamos, planejamos e não realizamos; outras vezes desejamos, planejamos, realizamos, mas não desejamos novamente para que o ciclo seja, finalmente, concluído.

Eu, voce, todos nós, somos vítimas de nós mesmos. Pense que existe alguém dentro de voce, que não é ninguém menos do que voce próprio, alguém totalmente comprometido com a sua felicidade, perplexo com a sua omissão diante da vida; da sua indecisão em dar o primeiro passo. Alguém que deseja o seu sucesso mais do que tudo. Mas que pode se cansar diante da sua inércia, e assistir o seu envelhecimento caminhando por estradas estreitas, pouco iluminadas e perigosamente sem riscos para a acomodação.

Vamos arriscar e provocar ondas positivas, que contamine o universo, que penetre por todos os canais do corpo, pelos poros, pensamento, respiração e sensações.


Ricardo Mezavila

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Quais são as origens do dia dos trabalhadores?

Texto de Rosa Luxemburgo de 1894

A feliz idéia de usar a celebração de um feriado proletário como um meio para alcançar a jornada de trabalho de oito horas diárias nasceu na Austrália. Os trabalhadores decidiram, em 1856, organizar um dia de completa paralização juntamente com assembléias e entretenimento como uma manifestação a favor da jornada de oito horas diárias. O dia desta celebração era para ser 21 de abril. Inicialmente, os trabalhadores australianos pretendiam que isto só acontecesse em 1856, mas esta primeira celebração teve um efeito tão forte nas massas proletárias da Austrália, avivando-os e levando a uma nova agitação, que foi decidido repetir a celebração todo ano.
Na verdade, o que poderia dar aos trabalhadores mais coragem e fé em sua própria força que uma paralização do trabalho em massa, a qual eles mesmos decidiram? O que poderia dar mais coragem para os eternos escravos das fábricas e oficinas do que a reunião de suas próprias tropas? Assim, a idéia de uma celebração proletária foi rapidamente aceita e, da Austrália, começou a se espalhar para outros países até finalmente conquistar todo o mundo proletário.
Os primeiros a seguirem o exemplo dos trabalhadores australianos foram os americanos. Em 1886 eles decidiram que o dia 1° de maio deveria ser o dia universal da paralização do trabalho. Neste dia, 200.000 deles deixaram seus trabalhos e exigiram a jornada de oito horas diárias. Tempos depois, a polícia e o assédio legal impediram os trabalhadores por muitos anos de repetir esta manifestação [em tal magnitude]. Entretanto, em 1888 eles renovaram sua decisão e decidiram que a próxima celebração seria no dia 1° de maio de 1890.
Enquanto isso, o movimento dos trabalhadores na Europa tinha se fortalecido e se animado. A expressão mais poderosa deste movimento ocorreu no Congresso Internacional dos Trabalhadores em 1889. Neste Congresso, que contou com a presença de quatrocentos representantes, foi decidido que a jornada de oito horas deveria ser a primeira exigência. Foi então que o representante dos sindicatos franceses, o trabalhador Lavigne de Bordô, propos que esta exigência fosse expressa em todos os países através de uma paralização universal do trabalho. O representante dos trabalhadores americanos chamou a atenção para a decisão de seus camaradas de entrar em greve no dia 1° de maio de 1890 e o Congresso decidiu que esta data seria a da celebração universal dos proletários.
Neste caso, como há trinta anos atrás na Austrália, os trabalhadores realmente pensaram em uma manifestação que ocorresse uma só vez. O Congresso decidiu que os trabalhadores de todas as terras manifestariam-se juntos pela jornada de oito horas no dia 1° de maio de 1890. Ninguém falou de uma repetição do feriado para os próximos anos. Naturalmente, ninguém poderia prever a enorme rapidez com a qual esta idéia iria triunfar e como iria ser adotada pelas classes trabalhadoras tão rapidamente. No entanto, foi suficiente celebrar o Dia dos Trabalhadores apenas uma vez para todos entenderem e sentirem que o Dia dos Trabalhadores deveria ser uma tradição contínua e anual [...].
O primeiro de maio exige a introdução da jornada de oito horas. Mas mesmo depois desse objetivo ter sido alcançado, o Dia dos Trabalhadores não foi deixado para trás. Enquanto a luta dos trabalhadores contra a burguesia e a dominação de classe continuar, enquanto todas as exigências não forem conseguidas, o Dia dos Trabalhadores será a expressão anual destas exigências. E quando melhores dias raiarem, quando a classe trabalhadora do mundo tiver ganho sua liberdade, então a humanidade provavelmente irá celebrar o Dia dos Trabalhadores em honra às mais amargas lutas e aos muitos sofrimentos do passado.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Alguma coisa boa


internet


Havia no sertão brasileiro, um andarilho que atendia pelo nome de seu “Soca”, na verdade seu nome era Sócrates, mas o sertanejo não conseguia falar isso de jeito nenhum. Era seu Soca e pronto. Formado em arquitetura, Sócrates abandou família e trabalho para se dedicar a “aprender como se faz a natureza”, como ele dizia. Queria conhecer a arquitetura do homem simples, da vida difícil e da luta daquela brava gente.

Ele não tinha moradia fixa, vivia de lar em lar, quando havia convite, ou ficava no tempo estudando o céu. Em qualquer lugar em que estivesse, tudo ao seu redor, todo o acontecimento, era motivo para um aprendizado novo. Ouvia o som da rotina das casas, as conversas das famílias, seus problemas e dificuldades, mas também participava das alegrias e dos momentos de descontração.

Seu “Soca” compreendia a realidade daquelas pessoas que, mesmo com privações básicas, conseguiam encontrar a felicidade. Certa vez ouviu de um roceiro: - Eu sinto que alguma coisa boa vai acontecer, um sentimento bom, de esperança, uma alegria por vir, certo como a tempestade quando o vento traz as nuvens. E na sua voz tinha muito mais do que fé ou otimismo.

Sócrates sacrificou seu relacionamento social para dedicar-se ao que ele idealizava como “meus experimentos de vida”. Encontrou a essência da inteligência nas pessoas sem escolaridade; o vigor da saúde onde a desnutrição é epidemia; a pureza da paz onde se vive em guerra contra a fome; a mão da solidariedade convivendo com a carência material.

O arquiteto aprendeu como se faz a natureza observando o que o rodeia, valorizando o simples. Aprendeu que nada é menor ou maior, tudo se equivale em algum lugar ou fase da vida. Tudo tem importância igual e não há conhecimento maior do que sentir isso plenamente.

Uma vez, conversando sobre o tempo em que andava socializando e aprendendo a viver, ouviu de uma amiga, com problemas financeiro e matrimonial, que ela não sabia o que fazer para solucionar o insolúvel. Seu Soca disse: Se eu tivesse ouvido isso há alguns anos, não saberia entender como voce ainda está viva. Mas hoje posso te falar que: Eu sinto que alguma coisa boa vai acontecer, um sentimento bom, de esperança, uma alegria por vir, certo como a tempestade quando o vento traz as nuvens.

Ricardo Mezavila

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Exposição Saudável




Andy Warhol, cineasta e ícone do pop art, disse na década de 1960: “no futuro todos serão famosos por quinze minutos”. Ele se referia às celebridades instantâneas, geralmente anônimos, que ganham notoriedade repentina, devido a algum escândalo, programa televisivo ou algum fato de grande cobertura na mídia.

Recentemente vimos o caso Geisy Arruda, que saiu de casa, anônima, para ir a faculdade, como fazia todas as noites e, por estar vestida de maneira extravagante, foi alvo de preconceito dos alunos. Alguém filmou de um celular, as imagens pararam na Internet e a imprensa fez o resto. Não preciso nem falar do Big Brother, ?

São inúmeros os casos de popularidade instantânea “revelados” pelo youtube. A grande maioria, ou quase a totalidade, de forma bizarra e sem conteúdo. É a exposição do ridículo, da pilhéria, do aparecer por aparecer. Mas, mesmo assim, muito saudável. Se não fosse não seriam tão acessados. Qualquer pessoa, dentro do quarto, sem iluminação, técnica, roteiro e criatividade, pode tornar-se uma celebridade.

No twitter e facebook, por exemplo, os usuários vão colocando ali suas rotinas, viagens, festas, fotos, crônicas, opiniões, aquisições materiais, amores, desafetos, desabafos, pedidos de desculpas, etc. A Internet é o grande fórum mundial!

Essa exposição veio para desmistificar a imagem do “ídolo”, o todo poderoso que detinha o poder da aparição. Apesar de a qualidade das celebridades instantâneas estar aquém do que a sociedade espera, pelo menos sacia a necessidade que todos tem de fazer uma viagem ao ego.

Eu gosto de fuçar no youtube algumas pérolas musicais conhecidas, espio também o desconhecido. Garimpando, encontrei uma pérola hipnotizante: Mariana Aydar (Deixa o verão), no clipe a moça, em uma banheira coberta por maçãs canta: “esse sofá tá bom demais”. Grande youtube..............!!

Ricardo Mezavila

terça-feira, 15 de maio de 2012

Olhos, Faróis da alma!




Hoje sonhei que estava em alto mar, segurando uma bóia. À noite ouvia o mar revolto e o vento trazendo gritos de afogados. De repente uma voz pediu que eu olhasse para o lado oposto. Fiz isso e vi alguns náufragos, em uma ilha, clamavam que eu fosse até lá. Chegando à ilha os que lá estavam seguraram-se na bóia e lançaram-se no mar. Eu fiquei sozinho e percebi que meus olhos iluminavam a escuridão para que eles pudessem seguir o rumo certo.

Lugar comum, a expressão “Faróis da alma”, logo nos remete aos olhos, pela analogia com “aquilo” que ilumina, que na escuridão faz enxergar. Os poetas freqüentemente usam a frase: “vejo o mundo com os olhos da alma”. Por eles a gente observa e vê o mundo, e também, é a janela por onde os outros podem espiar o que temos por dentro. Quantas vezes voce percebeu a tristeza de alguém pela expressão do olhar? Quantas vezes voce se sentiu sozinho ao lado de alguém com olhar distante?

“Se longe é não ver, a lua está mais perto que a próxima cidade”. Sentimos isso quando não podemos ver alguém com quem queríamos estar. O filho que, viajando, sente saudades de seus pais; os pais que, divorciados, sentem falta de seus filhos.

Leonardo da Vinci escreveu: ”As mais lindas palavras de amor são ditas no silêncio de um olhar”. Os olhos são faróis silenciosos que descrevem o movimento de um corpo, a dança de uma sombra, a silhueta de quem observa um banho pelo espelho.

A forma de olhar pode dizer mais do que “A Retórica” de Aristóteles; pode ter mais conteúdo do que “Guerra e Paz” de Leon Tolstói. A alteração de um olhar pode trazer mais conseqüências do que um comício do Nationalsozialismus alemão.

Cuide bem de seus olhos! Evite o mesquinho “olhar da inveja”, o submisso “olhar pro chão”. Olhe nos olhos quando estiver falando ou ouvindo. Sinta-se bem quando for “olhado” na rua.

Um colírio de Vinícius de Moraes no Poema dos Olhos da Amada: “Ah, minha amada de olhos ateus/ cria a esperança nos olhos meus/ de ver um dia o olhar mendigo/ da poesia nos olhos teus.”


Ricardo Mezavila

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Andando por um campo minado




Muitas vezes, nas relações, andamos em campo minado e não sabemos onde estão as bombas. Pisamos em uma atitude, uma palavra, uma brincadeira e, de repente, tudo pode vir a explodir de maneira inesperada, lançando uma atividade profissional, uma amizade, uma relação familiar ou um amor, pelos ares. Outras vezes sabemos onde estão as bombas, mas não sabemos o porque de terem sido colocadas ali. Então passamos desconfiados pelos caminhos explosivos, tentando não pisar em algo que pode vir a explodir sem explicação.

Na maioria das vezes sabemos onde estão as bombas e os motivos do campo estar minado, aí é preciso mais atenção ainda. Andar entre as bombas requer cuidado com aquilo que se tem apreço. É como acordar e perceber que o jardim das brincadeiras virou um lugar perigoso, onde não cabem um sorriso à toa, uma piada fora de hora, uma observação vaga, ou uma simples opinião vadia. Como um equilibrista sobre o cabo de aço, assim devemos caminhar quando encontramos um campo de bombas.

O maior perigo em se pisar em um artefato desses, não é perder uma perna, um braço, a cabeça, mas perder a essência dos dias sem “guerras”, quando os risos soavam mais alto do que uma dinamite; a companhia se fazia necessária em todo e qualquer momento; a cumplicidade dispensava um comentário mais preciso; as mãos juntas seguravam qualquer peso; saudade era um sentimento permanente, ao mesmo tempo, ausência era somente substantivo feminino.

Cuidado perigo! Se voce estiver lendo isso em algum dos seus relacionamentos, provavelmente, avistou uma bomba camuflada entre os seus sentimentos. Faça o seguinte: Antes de atravessar o campo até o fim, desmonte seus explosivos, caminhe pensando somente nas coisas que foram boas, sinta que a vida é demais para as coisas de menos, continue andando e voce vai chegar seguro dentro de si mesmo. Então, repare que nada foi definitivamente detonado, e que vocês podem brincar no antigo jardim de novo.

Ricardo Mezavila

sexta-feira, 4 de maio de 2012

aMãeheceu




aMãeheceu

(Eu e Sueli sempre lembramos, daquele dia das mães, voce descendo a rampa do Engenhão, dançando e cantando: E ninguém cala esse nosso amor...)





Tua ausência sempre será a minha melhor companhia,
Não posso te tocar, mas te vejo todos os dias.
Quando amanhece, voce me acorda, entra no quarto,
Saindo do meu pensamento.
Te vejo na luz das estrelas, na lua, no mar, no sol,
Em tudo aquilo que voce mostrou para mim
Quando passeava comigo em teus braços.
Ouço tua voz nas canções que voce me ensinou
Quando eu admirava a beleza do teu canto,
A delicadeza de teus gestos quando falava comigo.
Quando chove e faz frio, fecho os olhos por um segundo,
Sinto tuas mãos me vestindo a pequena “japona”,
Aquela azul, com botões dourados, que a gente usava,
Por cima do uniforme da escola primária.
Nas festas, voce sempre estará presente com sua alegria,
Com o seu jeito simples de conversar, de dançar sambando,
Movimentando os braços, cantando sempre afinada.
Tua ausência sempre será a minha melhor companhia,
Não posso te beijar, mas te beijo todos os dias.
Quando amanhece quero correndo ir para a cozinha
Tomar café com leite e comer bolinhos de “chuva”.
Parece que não cresci quando falo de voce,
Estou sempre correndo e querendo comer bolo.
Quando sonho contigo, seu vestido sempre é branco,
E o sorriso iluminado, como as noites de conversas na cozinha,
Quando eu voltava da rua e voce ficava despreocupada.
Sem a tua presença hoje aqui, fisicamente, eu te vejo neste poema,
Penteando seus cabelos e cantando para que eu fique feliz.
A poesia materializa o que amamos e não podemos mais olhar,
Colhe nos jardins a inspiração das flores, transforma em brisa,
Que, entrando pela janela, perfuma o ambiente,
Planta sementes de palavras que fertilizam e brotam
Recriam o amor como as árvores da saudade boa
Como agora, nesse treze de Maio, porque te sinto na minha poesia.
Tua ausência sempre será a minha melhor companhia,
Não posso sorrir para voce, mas sorrio todos os dias,
Quando aMãehece...

Ricardo Mezavila

 

Para mim todo dia das Mães deveria cair no dia 13 de Maio,
Teria que ter uma lei: Dia 13 de Maio é o Dia das Mães!
Independente do dia da semana seria sempre 13.
Essa data simboliza na mística, a áurea, que quer dizer o ouro.

Tudo é tudo, nada é nada!




Sem Tim Maia a religião, a filosofia e a ciência empobreceram. Ele sempre tinha resposta para tudo. Invariavelmente a resposta era a mesma: Foda-se! Quanto à religião, penso que é uma corda pronta pra salvar, às vezes, aquele que saltou no escuro, aquele que não tem confiança em si mesmo e acredita que fé é ficar pedindo aquilo que ele não mereceu porque não fez nada para isso. Não salte no escuro, porque a religião pode não aguentar o peso das suas fraquezas, da sua falta de coragem e da sua covardia.

Na filosofia as origens de todas as coisas são sempre questionadas para que, mais adiante, outra proposição tipo, “a água é a origem de tudo”, faça a geração seguinte retomar os estudos iniciados pelos antepassados. Com certeza todas as coisas tiveram uma origem e, acredito que a origem de todas as coisas seja uma só. Tudo é um. Como dizia Tim Maia: Tudo é tudo e nada é nada. Provavelmente ele diria isso sobre o filósofo: - Mermão, quem voce acha que foi Sócrates? Eu sei. Foi um cachaceiro que jogou na seleção!

A ciência é como fazer mágica. O acadêmico calcula as probabilidades de comprovar algo através da lógica. Depois de comprovado, tem de testar se aquele resultado está fundamentado para que seus experimentos sejam reconhecidos. O cientista além de mágico também tem de ser cético. Ele não pode acreditar em nada antes de comprovar a sua existência. Deus fez o cientista para brincar de pique esconde com ele.

Para terminar mais uma do “síndico” : Evite acidentes, faça tudo de propósito!

Ricardo Mezavila

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Nos Jardins do Marajá




Não assisti ao filme “Lula, o filho do Brasil” que esteve em cartaz há alguns meses. Não assisti porque não me interessei, apesar de o DVD com o filme custar cinco reais em qualquer calçada, de qualquer bairro, não quis. Quando soube do filme fiquei deprimido, uma reação natural para quem acreditava “inocente” em reforma de base na educação, reforma agrária e sufrágio facultativo. Lula o filme, pensei, podia resgatar o sentimento de derrota que nós, militantes das ruas, enterramos lá por 2003 quando o gato subiu no telhado e miou a corrupção.

Se fosse um filme sobre Fernando Collor eu assistiria logo na estréia. A vida política de Collor, este sim, foi recheada de acontecimentos dignos da Cosa Nostra. Corrupção, traição, assassinato, operações financeiras ilícitas, golpes, arrogância, caras pintadas, prisão internacional, tráfico de influencias, manifestações públicas, seqüestro, confiscos, manipulação jornalística, ministros dançando bolero, enfim, um cabedal que não deixaria nada a dever aos grandes protagonistas dos cinemas.

Lula, o filme, não ficaria muito a dever se a construção do filme fosse os subterrâneos do Planalto, dos partidos políticos e dos gabinetes, mas o homem pobre que virou presidente da república tem um perfil mais dramático, quase épico. Não seria interessante deixar uma história tão rica em privações ser ultrajada pelos charutos, viagens e uísques.

Em dois anos que esteve no governo, o presidente Collor cometeu tantos desvarios, tantos delírios e loucuras que, se ficasse o mandato todo, seria internado. Seu irmão, Pedro, autor do livro “Passando a limpo – A trajetória de um farsante” foi quem, incorporando o ciúme de Caim, matou politicamente o irmão mais velho. Utilizando-me da fábula bíblica, podemos comparar a casa da Dinda com o paraíso e PC Farias com a cobra.

Nesse apanhado de acontecimentos, tenho certeza de que Collor daria ótimo enredo para uma obra de ficção extraordinária: Nos Jardins do Marajá.

Ricardo Mezavila