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terça-feira, 12 de julho de 2016

Ai, ai caramba!



Na entressafra de coxinhas nas ruas e nas redes sociais, a Câmara dos deputados se prepara para eleger o novo presidente da Casa. Os candidatos mais cotados são os que apoiam e são apoiados pelo ex-presidente Eduardo Cunha, que renunciou estrategicamente para não ser cassado.

Não há nenhuma novidade nessa trama, já que todos sabemos que Eduardo Cunha é muito bem municiado de provas de corrupção contra metade do Congresso, mais o presidente ilegítimo e alguns juízes do Supremo.

Enquanto isso, na comissão de impeachment os esquetes vão sendo interpretados até o prazo estipulado para a votação no plenário. Não há mais o que dizer, a defesa esgotou seu cartucho até o fim para provar o golpe, a perícia do senado e o próprio Ministério Público Federal contemplaram a tese, mas os golpistas são a maioria na comissão e barganharam seus votos por indicações.

Ali, na comissão, nada mais o que fazer, são quinze contra seis e assim será até o fim, nenhum senador mudará sua posição. A única saída da defesa é ficar se repetindo para ver se convence uns quatro senadores a mudarem de lado no dia do julgamento final.

Na passagem desses dias modorrentos a cidade aguarda o início da Olimpíada e Paralimpíadas em agosto e setembro, nesta ordem. O Comitê Organizador Internacional convidou, além do Temer golpista todos os ex-presidentes, para a cerimônia de abertura: Sarney, Collor, Fernando Henrique, Lula e Dilma.

O atual presidente interino terá uma prova de sua impopularidade quando sua presença for anunciada pelo apresentador. O país estará atravessando os últimos dias que antecederão ao golpe definitivo em meio ao perigo da Zica, ao medo pela insegurança e provavelmente aos tumultos das manifestações.

Além de tudo isso, ainda vivemos a expectativa de um plebiscito, caso o golpe não prevaleça, para decidirmos se queremos eleições para presidente em outubro.

“Como dizia Galileu na Galiléia, malandro que é malandro não bobeia, se malandro soubesse como é bom ser honesto, seria honesto só por malandragem”.

Bem-vindos ao Brasil de coxinhas e golpistas!


Ricardo Mezavila.



quinta-feira, 7 de julho de 2016

'Oxó é popular'



Inacreditável, mas as religiões de matriz africana não terão espaço, no Brasil, no Centro Ecumênico que será instalado na Vila Olímpica. Isso se parece com a atitude de pais doentes e racistas que, com vergonha de um filho mestiço, o mandam para casa da avó quando recebem visitas.

As religiões como Candomblé e Umbanda convivem com o crime de ódio e discriminação há séculos. Embora existam leis que a defendam, o poder público, mais uma vez, mostra que esse convívio é superficial e deixa claro o preconceito contra as tradições africanas, negando a visibilidade desse patrimônio cultural.

Estarão representados o cristianismo, islamismo, judaísmo, hinduísmo e budismo. O Comitê Olímpico Internacional (COI), disse que foi feito um levantamento, com base em dados estatísticos, e foram selecionadas as cinco religiões mais seguidas pelos atletas que participarão do evento.

Disseram também que ‘não podemos agradar a todos’ e que o Centro estará aberto para todos que estejam interessados em apoio espiritual. Claro, desde que rezem para o deus que eles escolheram, cantem os cânticos e vistam-se como a tradição das religiões privilegiadas, nenhuma de origem negra.

Francamente, no país negro as religiões de tradição africana não estarão representadas no maior acontecimento esportivo do planeta. Lamentável perceber que a discriminação ainda é forte na poder público que é a representação da sociedade. Nada mais evidente, cabal e irrefutável da prova de que o racismo no Brasil é real, que a perseguição continua.

A intolerância religiosa é extensão do pensamento do homem branco e rico, que hoje apoia um golpe para manter um líder soturno e das trevas na presidência.

Ricardo Mezavila



sábado, 2 de julho de 2016

Uma tornozeleira para Gláucio




Fernando Cavendishi, 'preso' em seu apartamento na Delfim Moreira; José Maria Marins, 'preso' em seu apartamento de luxo em New York; Nestor Cerveró, 'preso' em sua casa no condomínio em Itaipava; Gláucio Gil, preso no Ary Franco.


Fernando, José e Nestor são personagens do maior escândalo de corrupção desse início de século. Participam de vários esquemas que envolvem centenas de políticos e empresários no desvio de verbas públicas.


O montante 'roubado' por essa quadrilha faz falta na saúde, educação, segurança e transporte. A justiça como uma 'mãe' bondosa, passa a mão na cabeça desses bandidos caixa alta porque leva o seu também, faz parte do organograma do crime organizado.


Fernando, José e Nestor cursaram universidade, são doutores e nunca passaram necessidade. São homens respeitados por seus vizinhos, seus carros são admirados por onde passam, frequentam restaurantes e hotéis de luxo.


Gláucio foi preso enquanto assaltava um ônibus, roubava trabalhadores, fudidos como ele. Gláucio não teve oportunidade, mas os fudidos como ele dizem que também não tiveram e, nem por isso, viraram ladrão.


A justiça, aquela que amamenta corruptos, jogou Gláucio em uma cela e lá o esqueceu, não cogitou em mandá-lo para seu barraco no Tuití. A sociedade aprendeu a tolerar o ladrão branco e rico, a votar na direita e a condenar as vítimas.


Ricardo Mezavila.