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terça-feira, 24 de setembro de 2013

Velhice, Ditadura e Bieber


taquarituba


Tudo o que a mídia quer ela pode! Algo parecido com “tudo posso naquele que me fortalece”, ou outra frase bíblica qualquer que o valha. Mas a inconsequência advinda de seus deuses mitológicos beira à estupidez, quer dizer, é soterrada por ela. Valores são distorcidos e retorcidos como aquela estrutura metálica destruída pelo tornado em Taquarituba.

O astro, “mito” mirim, Bieber, fará um show no Rio em novembro, e adolescentes já estão acampados para assegurarem os melhores lugares, mas ainda estamos em setembro. O melhor lugar seria suas casas, ao lado de suas famílias. Não é conveniente que fiquem desprotegidos ao relento. O que eles esperam conseguir depois que as luzes do show apagarem e a voz do boy silenciar na acústica do sambódromo? Para uma coisa eles estão sendo aproveitados: A notícia! O que aqueles meninos tem para dizer que possa ser acrescentado à sociedade? Desconfio que seja estratégia de marketing dos empresários de Bieber.

Ali perto, na Tijuca, o deputado federal Jair, um exemplo do legado da ditadura militar, tentou invadir um evento que resgatava a memória dos tempos obscuros do período da vergonha brasileira, quando juntas militares esgotavam seus estoques de covardia e crueldade para calar a democracia com torturas. O deputado deu um soco em um senador, tudo bem que eles se merecem, mas a legitimidade do ato que ali acontecia dispensava a cobertura e a importância que a imprensa deu, o que acabou relegando o verdadeiro motivo daquele encontro para um campo menor.

A mídia me fez lembrar de um amigo que disse: “minha avó tem noventa anos e consegue colocar o pé na cabeça”. Isso é fantástico do ponto de vista físico, mas é patético se imaginarmos uma senhora com um pé na cabeça. Os idosos não são valorizados pela experiência que adquiriram e que podem passar para as gerações, mas pelas coisas que eles ainda conseguem fazer, apesar da idade. Podem reparar que todas as matérias de superação de idosos que a mídia divulga falam de velhinhos e velhinhas que dançam, correm, andam de bicicleta e namoram. Legal e ao mesmo tempo fútil. Queria ver os idosos, do alto de suas experiências e sabedoria, transmitindo seus conhecimentos.

A única coisa que penso aproveitar é a estratégia “dos caras” do cantorzinho americano, quem sabe dá para vender algum livro.

Ricardo Mezavila


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

About Rock' n Roll

Ghost


Não tem como explicar! Essa expressão é comum quando alguém que gosta, aliás, “ama o rock”, se refere ao som das guitarras, bateria, baixo e das vozes das bandas. Parece clichê e é, mas também é uma verdade autêntica. Diferente dos outros ritmos, o rock é uma onda vinda de um oceano paralelo que nunca quebra na praia, porque o vento que sopra essa onda nasce de um acorde e não do deslocamento do ar; a onda do rock é intransponível, impossível tentar quebra-la.

Os músicos de rock são anjos de chifres e demônios de asas, com todo respeito à religião, mas o rock é ateu e por isso se veste de figuras pouco ortodoxas, estão no imaginário livre e se vestem com a ira da anarquia e com a doçura da tempestade. This is rock’n roll !

A banda sueca “Ghost” fez uma apresentação no Rock’n Rio para muitos assustadora. Usam visual obscuro em suas apresentações e parecem apologistas satânicos. Isso porque o estilo musical é demonizado pela igreja e o rock, inteligente, aproveita para ironizar este estigma com irreverência e criar uma vibração, vibe, que se apodera dos “espíritos” de todos que assistem apresentações de bandas assim.

Quando a banda deu entrevista no estúdio do MultiShow, surpreendeu quando disse que a influência da banda são os Beatles e o grupo ABBA. Então vocês querem dizer que ouvem sons “comportadinhos” em casa ? É isso aí mesmo, o rock é um estilo, não é uma seita como muitos pregam, ou um grupo de loucos perversos e maus que querem esculhambar com a sociedade. O rock é um instrumento que tem nas notas e nas letras a sensação de que somos, ou se não somos, podemos ser livres.

É, não tem como explicar!

Ricardo Mezavila