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quarta-feira, 15 de julho de 2015

O Lamborghini da Dinda




Os carros apreendidos na Casa da Dinda vão direto para o lava jato da polícia federal. Estão na fila, além da Ferrari, do Porsche e do Lamborghini, outros artigos de outras casas, de outros proprietários que, se não são necessariamente automóveis de luxo, andam precisando igualmente de uma geral em suas procedências. Aliás, a polícia federal já chegou até à "jóia da coroa", dando a entender de que o rei estaria com as calças nas mãos. Grande parte da sociedade brasileira quer ver o rei nu e, de preferência, atrás das grades.

O esquema de financiamento político pelas grandes empreiteiras sempre existiu, o que não estamos acostumados a ver, infelizmente, é  o circo midiático que se transformou as imagens de  homens ricos e influentes saindo de suas mansões algemados. A aproximação da alta cúpula empresarial com os representantes do poder público não é ilegal, mas quando existem contratos públicos bilionários sendo assinados, quando políticos são investigados por recebimento de propinas, aí a relação cria um elo de viés criminoso.

Ano passado a PF realizou várias operações, as mais significativas foram:  Operação Cavalo de Fogo: que objetivou desarticular organização criminosa dedicada ao tráfico internacional de drogas;  Operação Oversea: que desarticulou grupo que operava as inserções ilícitas da droga em cargas que partiam do Brasil pelo porto;  Operação Darknet: operação que pretendia combater a pedofilia e confirmar a identidade de suspeitos e buscar elementos que comprovem os crimes de armazenamento e divulgação de imagens e abuso sexual de crianças e adolescentes;  Operação Panóptico: operação que visava reprimir o tráfico de drogas e Operação Borborema 2: operação que visava desarticular uma organização criminosa voltada para o tráfico interestadual de drogas e armas que atuava na Paraíba. Além dessas foram realizadas mais 281 operações, que culminaram em 2.137 prisões.

Políticos oportunistas da oposição aproveitam o espaço e a liberdade que a Presidenta Dilma abriu para as investigações e desfilam montados em uma falsa ética, uma suposta isenção sobre tudo o que tem investigado. Se, seus nomes não estão na lista da operação do momento, estavam em outras listas em operações anteriores. A elite paulista é a que mais se abraça ao conteúdo das investigações. Os tucanos sobrevoam a tarde inteira entre os girassóis do Planalto, ora com a astúcia do gavião, ora com a fome dos urubus.

Esperamos que o Lamborghini saia do lava jato limpo, depois de uma lavagem geral com shampoo; limpeza profunda e higienização; enceramento, polimento e cristalização. Que os arranhões da lataria sejam removidos, que a ferrugem do chassi seja eliminada sem prejuízo à numeração, mas se a oxidação tiver destruído a gravação dos números, vamos remarcá-lo e continuar com segurança a viagem.

Ricardo Mezavila

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Mensagem de um "bloqueado"



Um conhecido disse que é a favor da redução da maioridade penal porque está de saco cheio de assistir menores roubando e matando na televisão. Ele não sabe, mas os noticários abusam desse tipo de apelação porque, infelizmente, é isso que dá audiência. Isso mesmo, a população está dominada pelo terrorismo televisivo, só que agora existe uma plataforma para expressar todo a sua revolta. Daí é comum entrar no Facebook e ver repicado tudo aquilo o que foi despejado na cabeça do telespectador. 

Se estivesse lendo isso aqui, o tal conhecido diria que não tem nada a ver, que o jornalismo apenas divulga o que acontece. É um pouco por aí, mas será que não acontecem coisas boas que possam ser divulgadas nos noticiários para que ele compartilhe nas redes sociais? As empresas de comunicação ganharam um excelente corte nos gastos quando passaram a receber vídeos daqueles que consomem suas notícias. As câmera espalhadas nas ruas, nas casa, no comércio, servem para intimidar a realização de um delito, mas também serve de matéria para as empresas jornalísitcas, de graça.

Outro dia, ao vivo na TV em horário diurno, um policial perseguia dois suspeitos pelas ruas, a perseguição era feita de motocicleta, o apresentador narrava a ação e, claro, torcendo para que o policial alcançasse e, como deve ser, prendesse os suspeitos para averiguação. Que nada, de repente os suspeitos, que a essa altura já tinham sido julgados pelo apresentador e por quem assistia e eram chamados de bandidos, colidiram com um poste e caíram na calçada, o policial não teve a menor dúvida, não pensou nem uma vez em descarregar a arma contra os dois. O apresentador gritava como se fosse um gol, até lembrei do "é teeeetra" do Bueno. Nada justifica a atitude do servidor público, mas se um dos dois estivesse sendo sequestrado? Se, vamos supor, a pessoa que dirigia a moto estivesse com uma arma escostada em suas costas? Teria sido executada por um agente do estado.

Essa cena foi compartilhada aos milhares nas redes com comentários dignos dos bárbaros. O meu conhecido deve ter compartilhado também, ele é a favor do "bandido bom é bandido morto", diz frases carregadas de ódio como "tem que cortar o mal pela raiz", se referindo aos meninos infratores. Ele deve saber que uma sociedade violenta gera pessoas violentas; ele não é alienado, acho que têm filhos, irmãos e sobrinhos. Deve ter consciência que as crianças ouvem e reproduzem aquilo o que os adultos próximos a elas dizem e fazem. Eu tenho um neto e, sinceramente, não quero que ele cresça com o sentimento de que é preciso matar o bandido para que haja justiça. 

Estou apreensivo com o grau de violência que as pessoas andam consumindo, desconfio até que colocaram um aditivo na água, e isso está desenvolvendo uma nova espécie de comportamento nas pessoas. O que dizer dos pequenos e dóceis animais domésticos que ganharam status conferidos, anteriormente, somente aos seres humanos? Nada contra, todo o ser vivo merece tratamento amável, mas a contrapartida não pode ser a desvalorização da vida humana.  Agora mesmo, aqui no meu local de trabalho, ouvi duas conversas sobre violência que só fez chancelar meus argumentos. 

Meu conhecido, infelizmente, não vai ler isso aqui, ele me bloqueou depois das eleições para presidente. Disse que eu era xiita, bolivariano, bolchevique, disse até que eu apoiava as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, que eu era comunista e petralha. Certa vez ele me fez lembrar de quando eu participava de debates políticos e sociais no CEAP, UERJ, UFF, no sindicato dos bancários, etc., na década de 1980. No calor de um debate sobre pena de morte, um defensor da pena perguntou a um dos debatedores que era contrário, se um criminoso estuprasse alguém de sua família ele continuaria pensando daquele jeito. Tranquilamente o debatedor respondeu que o mataria com as próprias mãos, mas continuaria contra a pena de morte.

Ouvi exatamente essa pergunta quando defendia, em uma discussão de botequim, o Estatuto da Criança e do Adolescente. O colega era a favor da redução da maioridade penal e eu contra. Tive a mesma sensibilidade da resposta daquele debatedor, e respondi da mesma forma. Não podemos raciocinar com a emoção, a razão não pode ser escrava dos nossos instintos primários, porque esses se aproximam aos dos animais selvagens. Espero que o meu conhecido preste mais atenção na positividade, seja solidário com aqueles que não têm acesso aos direitos comuns a todos os cidadãos, seja eficiente e prático em suas contextualizações e analise melhor tudo aquilo que vê, ouve e lê.

Ricardo Mezavila

Me sentindo representado




Está em moda dizer que alguém, ou uma instituição não nos representa. A atleta Joanna Maranhão, que participará dos jogos Pan-Americanos, detonou o golpe que originou a aprovação da maioridade penal. Em vídeo a atleta diz que vai para os jogos, mas que não representaria os eleitores e simpatizantes dos deputados Cunha, Malafaia, Feliciano e Bolsonaro, notórios integrantes de uma frente golpista, conservadora e reacionária.

A postagem do vídeo custou uma repreensão do COB - Comitê Olímpico do Brasil, que vetou a politização dos atletas no PAN, orientando que sejam evitadas polêmicas enquanto estiverem em Toronto como “Embaixadores do Time Brasil”.

O que percebi na postagem da atleta é a enorme diferença de colocação, de raciocínio, segurança, mansidão, coerência e lógica, na manifestação verbal na defesa de seu ponto de vista; em relação aos discursos de ódio, intolerância, incoerência histórica, ignorância política e desconjuntura, que vejo nos vídeos em oposição à sua colocação.

Esse pessoal do discurso raivoso é aquele que nunca gostou de política, nunca se interessou em analisar contextos, mas que agora, por conta das “redes”, opinam sem base sobre qualquer tema. Não têm a percepção da jovem Júlia Dworkin que, em carta a Dilma, se disse recém incluída no debate político, que discordava de muitas políticas do PT, mas que se considerava de esquerda porque sua oposição não era a oposição da direita conservadora e hipócrita, e que se sentia representada pela Presidenta.

Ao contrário daqueles dois brasileiros que ofenderam a Presidenta durante visita aos EUA, dos que colaram adesivo desrespeitoso em seus carros, em  meio a essa atmosfera de ódio, agressões e machismo, a jovem estudante ensina aos marmanjos como conviver bem, mesmo na oposição.

São dias difíceis, mas não podemos irracionalizar e regredir, porque apoiar a violência é  primitivo, conjecturar é temerário, compartilhar sem investigar é débil. Não podemos perder o bom senso e não nos importar que as crianças cresçam achando normal um policial atirar e matar um bandido, como se não houvesse justiça para julgá-los. Aqui no Brasil já tivemos uma amarga experiência quando “a maioria” se arvorou e foi conduzida cegamente às ruas, como massa de manobra. O ditado popular ensina que é burrice errar de novo.

A atleta Joanna Maranhão e a estudante Júlia Dworkin me representam!


Ricardo Mezavila.

As carpiderias pervertidas e alegres do funeral

carpideiras



De pedalada em pedalada o futuro do país vai sofrendo derrota em cima de derrota, daqui a pouco não vamos mais ter o que oferecer aos “vencedores”. Como bárbaros, homens que ocupam a casa que representa o povo, comemoraram uma manobra política esquisita para aprovar a redução da maioridade penal. Sem entrar no mérito se a redução é necessária, não vejo motivo para comemorar o fato de que os nossos adolescentes freqüentarão o sistema penitenciário mais cedo.

Jogar a favor da redução é admitir que fracassamos e, decididamente, somos uma sociedade selvagem, sem ternura, capaz de aceitar a punição carcerária como solução para a deficiência na educação. Fechem as escolas e abram presídios, se é para fazer, vamos fazer direito; tirem o lápis da mão de uma criança e a ensine a manusear uma faca e um revólver. Se ela não aprender durante a vida dura no abandono social, terá oportunidade de aprender quando estiver presa na companhia de adultos “formados”.

Tanto a cegueira da sociedade, quanto a experiência de um criminoso, são professores para aqueles que nascem para sobreviver aos obstáculos e intempéries da vida. Menos de 1% dos crimes são praticados por menores de dezoito anos, e são eles que engrossam as estatísticas das vítimas com 36%, mas acostumamos a olhar as vítimas como números inanimados.

Temos a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente, mas nenhum desses livros é consultado quando querem dar justificativas à sociedade. Ninguém se debruça sobre as leis, por isso exigem atitudes arbitrárias e simplistas para estancar o sangue do ferimento que eles próprios fizeram.

Tanto os jovens de classe média incendiaram o índio em Brasília, porque o confundiram com um mendigo; como os playboys que espancaram a empregada doméstica no Rio, porque a confundiram com uma prostituta, tiveram penas brandas. Como se mendigos e prostitutas não devessem estar amparados pelas leis, mas os agressores eram brancos e influentes, se fossem negros e pobres estariam nos porões dos presídios sendo alimentados e instruídos para que se tornassem feras.

A celebração funesta no Congresso é parecida com um certo tipo de funeral na Irlanda, que enterra o morto uma semana depois de sua morte. Esse evento é conhecido como “Wake” (despertar), as pessoas celebram a vida do falecido com música, comida e bebida. O caixão com o corpo, fica na casa da família e está presente em todas as comemorações.

Não dá para conceber que homens formados e com mandato chancelado pelo voto, sintam prazer, como pedófilos, em submeter os desassistidos a um regime de reclusão. Os congressistas brasileiros que comemoraram a vitória manipulada da redução da maioridade, com direito a cantar aquela musiquinha insossa, “eu sou brasileiro/com muito orgulho”, são as carpideiras pervertidas e alegres do funeral, que tem a frase na lápide: “Aqui jaz a esperança”.


Ricardo Mezavila

Redução é a solução!

o dia



Muitos dos parlamentares que votaram a favor da redução da maioridade penal têm problemas com a justiça. Respondem processos no Supremo Tribunal Federal por fraudes em licitações, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, crime ambiental e contra a honra, compra de votos, apropriação indébita previdenciária, e outras tantas formas de surrupiar dinheiro e levar vantagem do cargo que exercem. Todos menores de dezoito anos.

Na casa da justiça encontramos excelências que praticaram delitos como, quebra não autorizada de sigilo bancário, apropriação de bens apreendidos, manipulação de mercado, uso indevido de informações privilegiadas, afastamento por recebimento de propina, litigância e má fé e, data venia, todos menores de dezoito anos.

No executivo a farra é grande e temos desvio de bens e renda pública, realização de obras sem licitação, antecipação e inversão de ordem de pagamento, nomeação, irresponsabilidade fiscal, improbidade administrativa, operações de crédito sem autorização legal, alienação de imóveis públicos,  peculato. Todos menores de dezoito anos.

Algumas personalidades que estão na história, oficial ou não, do nosso país, ficaram famosas pelo golpe militar, pela dissolução do congresso, pela perseguição e tortura, pela assinatura de atos inconstitucionais, pela promoção do terror, traição, censura, cassação de direitos políticos, fim do regime democrático de direito, violação dos direitos humanos. Todos menores de dezoito anos.

A humanidade presenciou crimes como o genocídio cambojano, o holocausto, massacre de Ruanda, terror em Timor-Leste, na Bósnia, a segunda guerra mundial, bombardeamento das cidades de Hiroxima e Nagasaki, ataques nucleares, armas químicas, a guerra do Vietnã, a luta sem tréguas no oriente, o Hamas, a Al-Qaeda, a guerra fria. Todos menores de dezoito anos.

A sociologia estuda teorias sobre conflitos sociais, na teoria social baseada no materialismo de Karl Marx, existem duas classes: A classe dominante e a classe dominada. A classe dominante detém a propriedade e o controle do meio de produção, incluindo os trabalhadores, os dominados e, em função desse domínio vai continuar dominando para estabelecer a divisão entre as duas classes. A força desproporcional de uma classe submete a outra a viver com o mínimo necessário.

Os mandatários brasileiros estão fazendo isso com a juventude, submetendo-a ao abandono e, consequentemente, à ilegalidade e à punição, para que se perpetuem como uma elite excludente, ultrapassando o limite do cinismo, e ainda conseguem apoio de alguns muitos dominados que repicam a voz dos dominantes sem saber, ou por moda, ignorância ou por desistência.



Ricardo Mezavila

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Minha seleção de "babacas", se é que me entendem....




Estou escalando uma seleção de "babacas", segundo os reaças,  e os convocados são os que têm sofrido patrulha ultimamente, por terem tido caráter de dizer o que pensam, apesar da mão forte daqueles a quem eles servem, ou serviram. Ainda estou estudando os convocados, mas já listei três e justifico a convocação:

Mariana Godoy (Jornalista) - Trabalhou na Rede Globo por mais de duas décadas e pediu demissão. Não quis mais se sujeitar  a "só ler as notícias". Ela disse que todas as perguntas que os apresentadores fazem, incluindo Willian Bonner,é o Ali Kamel, diretor geral de jornalismo, que escreve. Foi ele quem escreveu as perguntas para os candidatos à presidência no Jornal Nacional. Mariana disse que a apresentadora Patrícia Poeta foi afastada do JN porque não conduziu a entrevista com Marina SIlva como o combinado.

Jô Soaes (Apresentador) - Em qualquer república o(a) presidente(a) é a pessoa mais importante, porque foi eleito(a) e, portanto, é o(a) representante da nação e governa, inclusive, para aqueles que votaram em outros(as) candidatos(as). Jô Soares fez uma entrevista com a Presidenta Dilma, em Brasília, e, ao invés de apedrejá-la para os reaças irem para as varandas bater as "panelas da ignorância",  deixou a presidenta à vontade para expor seu governo. O entrevistador não entrou na onda do "Fora Dilma" e isso irritou profundamente a "gentalha depressiva". Foi alvo até de ameaça de morte.

Zeca Camargo (Jornalista) - Em entrevista a um programa da Globo, emissora em que trabalha, o jornalista comentou sobre a excessiva importância dada pela mídia ao trágico acidente que vitimou fatalmente o cantor(?) Cristiano e sua namorada. Zeca comparou a morte do cantor com a de outras personalidades: "É só lembrar as despedidas de Cazuza, Ayrton Senna, Kurt Cobain, Lady Diana, Michael Jackson, Mamonas Assassinas. Mas Cristiano Araújo? Sim. Eles sim eram, guardadas as proporções, ídolos de grande alcance. Como fomos, então, capazes de nos seduzir emocionalmente por uma figura relativamente desconhecida?" No contexto macro, Zeca estava alfinetando a cultura brasileira em geral e coloca isso quando comenta sobre a moda dos livros de colorir: "A resposta está nos livros para colorir! Sim, eles mesmos! Os inesperados vilões do nosso cenário pop, acusados de destacar a pobreza da atual alma cultural brasileira. Não vale a pena discutir os verdadeiros valores desses produtos, se é que eles existem. Mas eles vem bem a calhar para fazermos um paralelo com a ausência de fortes referências culturais que experimentamos no momento"

A convocação é primária, têm muitos candidatos por aí com potencial para jogar nesse time. Sai Dunga, entra Zangado.


Ricardo Mezavila.