Está
em moda dizer que alguém, ou uma instituição não nos representa. A atleta
Joanna Maranhão, que participará dos jogos Pan-Americanos, detonou o golpe que
originou a aprovação da maioridade penal. Em vídeo a atleta diz que vai para os
jogos, mas que não representaria os eleitores e simpatizantes dos deputados
Cunha, Malafaia, Feliciano e Bolsonaro, notórios integrantes de uma frente
golpista, conservadora e reacionária.
A
postagem do vídeo custou uma repreensão do COB - Comitê Olímpico do Brasil, que
vetou a politização dos atletas no PAN, orientando que sejam evitadas polêmicas
enquanto estiverem em Toronto como “Embaixadores do Time Brasil”.
O
que percebi na postagem da atleta é a enorme diferença de colocação, de
raciocínio, segurança, mansidão, coerência e lógica, na manifestação verbal na
defesa de seu ponto de vista; em relação aos discursos de ódio, intolerância,
incoerência histórica, ignorância política e desconjuntura, que vejo nos vídeos
em oposição à sua colocação.
Esse
pessoal do discurso raivoso é aquele que nunca gostou de política, nunca se
interessou em analisar contextos, mas que agora, por conta das “redes”, opinam
sem base sobre qualquer tema. Não têm a percepção da jovem Júlia Dworkin que,
em carta a Dilma, se disse recém incluída no debate político, que discordava de
muitas políticas do PT, mas que se considerava de esquerda porque sua oposição
não era a oposição da direita conservadora e hipócrita, e que se sentia
representada pela Presidenta.
Ao
contrário daqueles dois brasileiros que ofenderam a Presidenta durante visita
aos EUA, dos que colaram adesivo desrespeitoso em seus carros, em meio a essa atmosfera de ódio, agressões e
machismo, a jovem estudante ensina aos marmanjos como conviver bem, mesmo na
oposição.
São
dias difíceis, mas não podemos irracionalizar e regredir, porque apoiar a
violência é primitivo, conjecturar é
temerário, compartilhar sem investigar é débil. Não podemos perder o bom senso
e não nos importar que as crianças cresçam achando normal um policial atirar e
matar um bandido, como se não houvesse justiça para julgá-los. Aqui no Brasil
já tivemos uma amarga experiência quando “a maioria” se arvorou e foi conduzida
cegamente às ruas, como massa de manobra. O ditado popular ensina que é burrice
errar de novo.
A
atleta Joanna Maranhão e a estudante Júlia Dworkin me representam!
Ricardo
Mezavila.
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