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sexta-feira, 10 de julho de 2015

Me sentindo representado




Está em moda dizer que alguém, ou uma instituição não nos representa. A atleta Joanna Maranhão, que participará dos jogos Pan-Americanos, detonou o golpe que originou a aprovação da maioridade penal. Em vídeo a atleta diz que vai para os jogos, mas que não representaria os eleitores e simpatizantes dos deputados Cunha, Malafaia, Feliciano e Bolsonaro, notórios integrantes de uma frente golpista, conservadora e reacionária.

A postagem do vídeo custou uma repreensão do COB - Comitê Olímpico do Brasil, que vetou a politização dos atletas no PAN, orientando que sejam evitadas polêmicas enquanto estiverem em Toronto como “Embaixadores do Time Brasil”.

O que percebi na postagem da atleta é a enorme diferença de colocação, de raciocínio, segurança, mansidão, coerência e lógica, na manifestação verbal na defesa de seu ponto de vista; em relação aos discursos de ódio, intolerância, incoerência histórica, ignorância política e desconjuntura, que vejo nos vídeos em oposição à sua colocação.

Esse pessoal do discurso raivoso é aquele que nunca gostou de política, nunca se interessou em analisar contextos, mas que agora, por conta das “redes”, opinam sem base sobre qualquer tema. Não têm a percepção da jovem Júlia Dworkin que, em carta a Dilma, se disse recém incluída no debate político, que discordava de muitas políticas do PT, mas que se considerava de esquerda porque sua oposição não era a oposição da direita conservadora e hipócrita, e que se sentia representada pela Presidenta.

Ao contrário daqueles dois brasileiros que ofenderam a Presidenta durante visita aos EUA, dos que colaram adesivo desrespeitoso em seus carros, em  meio a essa atmosfera de ódio, agressões e machismo, a jovem estudante ensina aos marmanjos como conviver bem, mesmo na oposição.

São dias difíceis, mas não podemos irracionalizar e regredir, porque apoiar a violência é  primitivo, conjecturar é temerário, compartilhar sem investigar é débil. Não podemos perder o bom senso e não nos importar que as crianças cresçam achando normal um policial atirar e matar um bandido, como se não houvesse justiça para julgá-los. Aqui no Brasil já tivemos uma amarga experiência quando “a maioria” se arvorou e foi conduzida cegamente às ruas, como massa de manobra. O ditado popular ensina que é burrice errar de novo.

A atleta Joanna Maranhão e a estudante Júlia Dworkin me representam!


Ricardo Mezavila.

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