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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Dois corações e um coturno

hitler e eva braun




Na Alemanha de 1923, com o fracasso do golpe de Estado, no episódio que ficou conhecido como o “Putsch da Cervejaria”, o então obscuro militante Adolf Hitler, um dos idealizadores do golpe e membro do NAZI - partido político alemão - cumpriu alguns meses de prisão no cárcere de Landsberg, no Estado da Baviera. Após o período de reclusão e tendo sido proibido de discursar em público, refugiou-se em uma casa na montanha, no sul da Alemanha, dedicando-se exclusivamente a escrever.

Nessa época convidou sua meia irmã, que havia ficado viúva, para administrar sua casa. Ângela, que vivia na Áustria, atendeu a solicitação e viajou com suas três filhas, entre elas uma bela adolescente de dezessete anos, Geli Raubaul. Logo que conheceu seu tio, que já era um político famoso, passou a respeitá-lo, enquanto o futuro ditador e chanceler sentiu por Geli um amor obsessivo e mórbido. Aproveitando-se da ascensão sobre a jovem, passou a controlá-la, era visto constantemente em sua companhia, tendo motivado rumores de um possível romance, comentários que o irritavam profundamente.

Segundo Otto Strasser, membro do NAZI, que possuía orientação contrária à de Hitler dentro do partido, Geli participava de sessões sadomasoquistas com o tio, que alimentava uma paixão doentia pela sobrinha. Ela teria revelado a Otto as humilhações a qual era submetida. Em 1931, a jovem teria sido levada ao suicídio depois de frustradas tentativas de fuga da Alemanha. Algumas fontes contam que após a misteriosa morte de Geli, Adolf pensou em tirar a própria vida e, estranhamente, acabou por descobrir que não podia mais comer carne: “É como comer um cadáver” – dizia - tendo se tornado vegetariano após esse fato.

Na data de aniversário da morte de Geli, o líder nazista que mandara fazer um busto em sua homenagem, ficava horas trancado no quarto da amada olhando suas roupas e fotografias. Nos anos que antecederam a guerra, passou as vésperas de natal sozinho no quarto. Hitler manteve retratos de Geli na Berghof – nome da antiga casa que fizera de refúgio – e nas paredes e mobílias da Chancelaria do Reich.

Durante a relação com Geli, apesar de toda a intensidade, o autor de Mein Kampf, também mantinha um romance com Eva Braun, assistente de Heinrich Hoffmann, seu fotógrafo pessoal.  Após a morte da sobrinha, Eva foi morar na casa da montanha, porém poucas vezes tinha contato com o Fuhrer, que dizia em público: “Um homem extraordinariamente inteligente tem que ter uma mulher burra e primitiva”. Era notório seu desprezo pelo interesse político das mulheres. A relação entre os dois era mantida em segredo, sua existência era ignorada até por partidários próximos. Eva era culta e apaixonada por fotografia, muitas fotos e filmes do ditador são atribuídos a ela.

Eva Braun e Adolf Hitler viveram quatorze anos juntos, mas permaneceram oficialmente casados apenas por quarenta horas. No dia seguinte ao casamento, em 1945, ele se suicidou com um tiro na têmpora e ela o seguiu ingerindo uma cápsula de cianureto. Há outras versões sobre o fim do ditador, inclusive uma possível fuga em um submarino para Bariloche. Contudo, sua vida amorosa e amplamente divulgada, teve várias amantes protagonistas, mas nenhuma com a estatura e significância de Geli Raubaul e Eva Braun.


Ricardo Mezavila

As bolhas nos dedos de Ringo





Quando Ringo Starr gritou: “I've got blisters on my fingers!”, no final do 18º take de Helter Skelter no estúdio, não imaginava que aquele som criado para ser sujo, confuso e barulhento, que é considerada por muitos como a primeira música hard rock da história, serviria de inspiração para Charles Manson, líder psicopata responsável por vários assassinatos nos Estados Unidos, no final dos anos 1960.

Manson era mentor intelectual de um grupo que acreditava que uma guerra racial era iminente e que os brancos seriam exterminados pelos negros. Teorizava que, quando os artistas de Hollywood começassem a morrer, algum negro seria acusado e uma convulsão social seria inevitável. Ele e sua “família” - todos brancos -, que se julgavam rejeitados pela sociedade, planejavam esconder-se em um poço, denominado de “poço sem fundo”, que existia em algum lugar no deserto californiano. Quando a “guerra” terminasse, eles sairiam do poço e Manson governaria o mundo.

Em suas viagens abastecidas pelo ópio, Manson interpretava que na letra de Helter Skelter havia mensagens subliminares do apocalipse e que existia uma data para que tudo começasse, mas como passou o prazo e os negros não iniciaram a “guerra” racial, seu grupo - Manson nunca participou diretamente -, passou a assassinar pessoas brancas para que algum negro fosse acusado e, por fim, a profecia acontecesse.

Charles Manson tinha o hábito carinhoso de batizar suas seguidoras. Susan Atkins era chamada por ele de Sexy Sadie, outra canção dos Beatles, que tem origem na Índia quando os músicos foram visitar o guru Maharishi, por insistência de George Harrison. Junto ao grupo estava a atriz norte-americana Mia Farrow. John Lennon ouviu que o guru havia dado uma cantada em Farrow e que praticava sexo com suas discípulas. Indignado, Lennon voltou para Londres e fez uma canção que dizia: Maharishi, o que foi que você fez? George Harrison o aconselhou que trocasse Maharishi por Sexy Sadie, John acatou.

Robert Shumann disse: “A música é a linguagem que me permite comunicar com o além”. A música é o bálsamo onde podemos encontrar o conforto de uma melodia suave que alivia o peso de um dia cansado, mas também pode ser o transporte para o inferno, principalmente se os acordes tradicionais forem tocados em power chord.

O rock, de uma forma ou de outra, sempre esteve ligado ao ocultismo, ao incentivo à rebeldia e ao vandalismo de jovens violentos. No caso de Helter Skelter, Manson especulou que ela continha mensagens da apocalíptica guerra racial, que os Beatles eram os “quatro cavaleiros do apocalipse” – ele se julgava o quinto -, e que fizeram essa revelação. Charles está com oitenta anos e cumpre prisão perpétua.


Ricardo Mezavila - escritor

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Enquanto você escolhe a fantasia...





O vírus zika explode de forma significativa e vai penetrando em outros territórios além do nosso, segundo a OMS. No Brasil a organização estima que 1,5 milhão de casos da doença foram detectados. Outros vinte e três países registraram a presença do vírus. Um caso da doença nos EUA ocorreu em um homem que tinha visitado o Brasil. Especula-se aqui que o vírus entrou no país durante a copa do mundo.

Com o advento das Olimpíadas e Paralimpíadas em agosto, no Rio, governos do mundo todo alertam para que mulheres grávidas não viagem para cá. A ocorrência de microcefalia em bebês passou de 147 casos em 2014 para 4 mil em 2015. Reportagem publicada no NY Times ressalta que o Brasil teria aconselhado as mulheres para não engravidarem até que o surto passe. O Ministério da Saúde nega o conteúdo da reportagem.

A crise financeira do governo do Rio de Janeiro se instalou definitivamente nos hospitais. O Hospital Universitário Pedro Ernesto, um dos mais atingidos, está antecipando a alta de pacientes e suspendendo cirurgias eletivas, somente 30% dos leitos estão ocupados. A Faculdade de Ciências Médicas da Instituição é considerada uma das melhores unidades formadoras do país.

Pelos corredores do hospital quase não se vê médicos e pacientes, mas sacos de lixo amontoados a espera de recolhimento. No centro cirúrgico, com capacidade para mais de uma dezena de procedimentos ao mesmo tempo, apenas uma cirurgia complexa é realizada por dia, além de uma e outra com maior urgência.

O governador Pezão parece perdido no caos, lembra um cego em meio ao tiroteio. E não pode dizer que pegou o estado às escuras, porque seu antecessor e mentor, Sergio Cabral, teve dois mandatos a frente do estado. Enquanto isso, o prefeito Eduardo Paes, festeja suas obras, empresta dinheiro para o estado, parece que vive uma no mundo de “Bob”, em uma realidade distinta. É claro que a crise mundial, a baixa no preço do barril de petróleo e a crise política, são eventos importantes nesse momento “destrambelhado” do nosso amado Rio de Janeiro.

...e o Eduardo Cunha, hein?!


Ricardo Mezavila