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quinta-feira, 29 de agosto de 2019

A faixa mais famosa da Abbey Road




Esse ano o disco Abbey Road, o décimo segundo álbum dos Beatles, completa cinquenta anos. Apesar de ter sido o penúltimo álbum a ser lançado, foi o último a ser gravado. O último álbum lançado Let it Be, teve as músicas gravadas meses antes do início das gravações das que deram origem a Abbey Road. No mundo dos beatlemaníacos isso não é um mero detalhe. Uma corrente defende que, por ter sido o último álbum a ser gravado, Abbey Road é, sim, o último e derradeiro disco dos Beatles.

Os rapazes estavam ensaiando no estúdio em Londres, na rua Abbey Road, quando alguém teve a ideia, alguns dizem que foi Paul, de que eles podiam fazer umas fotos na rua para a capa. Escrever sobre a banda requer muito mais feeling do que pesquisa, porque tudo o que eles fizeram é motivo de discórdia entre biógrafos, fãs e amigos.

O fotógrafo e amigo do grupo, o escocês Iain MacMillan, conseguiu autorização para o fechamento da rua por dez minutos e clicou seis vezes para conseguir a foto que ilustra a capa histórica. Não só a rua ficou famosa, um fusca branco estacionado na calçada é peça de museu na Alemanha, seu proprietário não foi encontrado a tempo de tirá-lo dali; um senhor que aparece à direita também na calçada estava de férias em Londres com a esposa e visitavam museus na rua, Paul Cole, era seu nome, quis ficar por ali: “Já vi museus demais, dê uma olhada, não tenha pressa e eu ficarei aqui para ver o que está acontecendo do lado de fora”, disse ele, sem saber que estaria na foto mais icônica do século vinte.

A capa também tem um mistério muito cultuado. Conta a lenda que Paul McCartney morreu em um acidente em 1966 e um sósia teria tomado o seu lugar. Existem várias ‘sinais’ de que isso seria verdade. Um dos sinais está na capa de Abbey Road. Paul está descalço, com os olhos fechados, com o passo trocado em relação aos outros três e segurava um cigarro na mão direita, Paul era canhoto.

Para o mundo da música, a lenda são as faixas gravadas, em especial: Come Togheter, Something, Oh! Darling, Here Comes The Sun, Because, She Came In Through The Bathroom Window e The End. A outra faixa, a de pedestre, se transformou em um dos lugares mais visitados de Londres pelos turistas e passou a ser um santuário onde os beatlemaníacos fazem obrigatoriamente uma romaria.

Ricardo Mezavila

terça-feira, 27 de agosto de 2019

O torturador nunca é amado



Ontem, durante a transmissão do pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro na televisão, o Amarelinho, bar mais tradicional da Cinelândia, no Centro do Rio, foi tomado por um coro que se transformou no maior hit do último carnaval: ‘Ei, Bolsonaro... ‘. 

Nem todos aprovaram, alguns fizeram cara feia, outros balançaram as cabeças em tom reprobatório, outros ignoraram, mas a maioria foi no embalo até o fim.

Voltando três, quatro anos, o panelaço era a marca de uma gente estranha e esquisita que se travestia com a camisa da corrupta CBF para pedir o fim da corrupção, que ia para a varanda e para a janela bater panela sempre que a Presidenta Dilma se pronunciava, que seguia um pato amarelo pelas ruas como se figurante de um thriller fosse. Normalmente, os panelaços são manifestações de crítica ao governo, que teve sua origem, como um fenômeno social, em 1971, no Chile, segundo algumas fontes.

A tendência é que as manifestações sejam frequentes, mas isso não parece perturbar o presidente que, ontem mesmo, ironizou os atos em um vídeo batendo panela. A impressão que passa é que Bolsonaro se expõe para ser vaiado, xingado, para ser ofendido. O seu campo de atuação é dentro da linha da tortura e do extermínio. O torturador nunca é amado, seu caráter perverso triunfa quando é agredido pela parcela da sociedade por quem nutre ódio de classe. 

Bolsonaro é um kamikaze, não adianta atirar para matar porque ele está ali para morrer, não adianta apupar porque ele está ali para ser humilhado. A apoteose do tirano são as vaias, que são resultado de seus atos, prova de que está no caminho certo fazendo as coisas erradas. Os brasileiros levaram ao poder um sociopata, que representa uma elite individualista, soberba e uma classe média egoísta e alienada.

PT é PT, Lula é Lula



O Partido dos Trabalhadores, PT, foi fundado por um grupo heterogêneo, formado por militantes de oposição à Ditadura Militar, sindicalistas, intelectuais, artistas e católicos ligados à Teologia da Libertação, no dia 10 de fevereiro de 1980, no Colégio Sion, em São Paulo. Foi em um contexto político, econômico e social marcado por intensas mobilizações que o líder sindical e principal fundador do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, mais conhecido como Lula, tornou-se um dos protagonistas da história de luta contra as injustiças existentes no País.

Lula, no final dos anos 1970, era o expoente maior da luta proletária, o sonho dos comunistas, socialistas, ativistas das bases populares, simpatizantes, dos leitores de “A Mãe” de Máximo Gorki; “As veias abertas da América Latina” de Eduardo Galeano; “O analfabeto político” de Bertolt Brecht e os poemas revolucionários de Vladimir Maiakovski.

O PT e Lula formam uma parceria, uma simbiose tão perfeita que muita gente boa não consegue separar um do outro. Mas, meus caros, PT é PT e Lula é Lula, assim mesmo, sem que um tenha maior ou menor importância do que o outro. Lula atingiu um protagonismo irrefutável construído em seus dois mandatos, se transformando no maior líder popular do Brasil, a maior liderança na América Latina e uma das mais respeitadas no mundo.

O PT é plural, democrático, aberto ao debate. Lula nunca foi unanimidade, pelo contrário, correntes internas discordaram sobre sua indicação para presidir a legenda em 2017, a corrente contrária defendia que Lula não podia atuar para dentro do partido, mas no diálogo com outros partidos e movimentos sociais.

Com intuito meramente ilustrativo, um exemplo de simbiose na biologia, são as orquídeas. Elas vivem em árvores e rochedos, locais com bastante matéria orgânica, mas pobre em sais minerais. No entanto, suas raízes abrigam fungos que decompõem a matéria orgânica do substrato que se transforma em sais minerais, que são assimilados pelas plantas. Por outro lado as plantas realizam a fotossíntese e sintetizam os nutrientes para a sobrevivência dos fungos.

O PT completará 40 anos em 2020, é um jovem cheio de conquistas e com um caminho longo na reconstrução do país, na recuperação do processo interrompido com o golpe. Como disse Lula: “Espero que no período que eu esteja aqui, esteja sendo germinada nessa sociedade muita gente boa para sair candidato a presidente” (...)eu espero que o Brasil produza alternativas, me contento em ser cabo eleitoral”.

O sadismo dos Procuradores



As últimas revelações do The Intercept BR em parceria com UOL Notícias, sinalizam que os Procuradores da Lava Jato cometeram muito mais do que os crimes já revelados. Foram sádicos e irônicos com a dor do ex-presidente Lula nos episódios da morte de sua esposa Marisa Letícia, seu irmão Vavá e seu neto Arthur.

O Procurador Deltan Dallagnol comparou dona Marisa com um vegetal: “Um amigo de um amigo de uma prima disse que Marisa chegou ao atendimento sem resposta, como vegetal”. A Procuradora Laura Tessler foi impiedosa com os sentimentos de Lula: “Quem for fazer a próxima audiência do Lula, e bom que vá com uma dose extra de paciência para a sessão de vitimização”. O Procurador Antônio Carlos Welter disse que "a morte da Marisa fez uma mártir petista e ainda liberou ele pra gandaia sem culpa ou consequência política". 

Lula já estava preso em Curitiba quando teve o pedido negado para participar do velório do seu irmão. O Procurador Januário Paludo disse que “o safado só queria passear”. Quando seu neto Arthur morreu um Procurador de apelido Roberson MPF disse que “estratégia para se humanizar, como se isso fosse possível no caso dele rsrsrs”. Lula foi ao velório de Arthur com enorme aparato policial.

O prazer mórbido, a capacidade dos procuradores em sentir prazer com o sofrimento do ex-Presidente é um distúrbio psicológico e mostra a degradação moral e ética de suas atividades na condução e no propósito da Lava Jato. A liberdade de Lula, quando vier, vai trazer à superfície uma horda de gente sórdida, vil e infeliz, que se alimenta da tristeza e do fracasso do outro. Vincit omnia veritas! 



Ricardo Mezavila

Moro está fora, mas está dentro.




Se confirmada a demissão de Sérgio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública e sua filiação no Partido Novo, como apregoam alguns jornalistas, prevejo o caos definitivo do governo fascista de Jair Bolsonaro. O juiz que Moro foi ainda goza de prestígio e sua saída deixaria o presidente sem sua bengala moral, sua nota de rodapé ética. Sérgio Moro sofreu derrotas importantes dentro do governo, teve de recuar da nomeação da cientista política Illona Szabó para o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, não conseguiu emplacar o pacote Anticrime, perdeu o controle sobre o COAF, teve verbas cortadas, é constantemente constrangido em público por Bolsonaro. 


Sérgio Moro tem o apoio das Organizações Globo, da grã-finagem hipócrita, e da rapaziada bem nascida que atua em cargos públicos sem a necessidade de concursos. Moro e Rosângela são da mesma linhagem de Cabral e Adriana. São chiques. Adriana gostava de ostentar luxo. Rosângela postou nas redes sociais uma mesa de jantar e escreveu que era para esperar o seu amor: “sorry feministas. Eu trabalho, pago boletos(...)beijo gelado de Curitiba”. Quanta futilidade! 


Não será surpresa, pelo andar da carruagem, que ao sair do governo todas as acusações conta Sérgio Moro sejam esquecidas. Porém, com a saída de Moro do ministério, o pedido de análise de suspeição impetrada pela defesa do ex-presidente poderá beneficiá-lo e será mais difícil para o STF manter Lula como preso político. Assim, para as eleições 2022, poderemos ter um cenário com Sergio Moro, João Dória e Lula como principais candidatos à presidência da república. 


E Bolsonaro? Bem, Bolsonaro está em rota de colisão com o lixo da história, não tem nenhum apoio chancelado, não sabe negociar com o Congresso, está em constante briga com a imprensa, agride verbalmente chefes de governo e lideranças civis, ameaça jornalistas, tem comportamento infantil e é duvidosa a sua sanidade psíquica e cognitiva. Bolsonaro age como um dependente químico que vende tudo o que tem em casa, no caso, o patrimônio público, para manter o seu vício. 



Ricardo Mezavila. 

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Colunista Brasil 247




A partir de 19 de agosto passei a ser Colunista do Brasil 247, maior meio de comunicação progressista dos canais da internet.

Meus artigos estão em:
https://www.brasil247.com/authors/ricardo-mezavila


quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Cadê o Lula ?

Oficialmente Lula está cumprindo pena em Curitiba, no prédio da Superintendência Regional da Polícia Federal no Paraná. Lula, desde que foi levado da sede do sindicato dos metalúrgicos em São Bernardo do Campo, só foi visto publicamente em poucas ocasiões.


A primeira aparição pública, em videoconferência, foi em 5 de junho de 2018, quando o ex-presidente prestou depoimento ao juiz Marcelo Bretas em uma ação penal que investiga suposta compra de votos para a escolha do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016.


A segunda aparição, desta vez Lula deixou temporariamente a cela em Curitiba, foi em 14 de novembro de 2018, quando o ex-presidente prestou depoimento à juíza Gabriela Hardt no processo sobre o sítio em Atibaia.


A terceira aparição foi em 1º de março de 2019, quando Lula foi autorizado a ir ao velório do neto em São Bernardo do Campo. Durante a cerimônia, Lula se pronunciou em uma área reservada a família e amigos. As outras vezes em que Lula apareceu para o público foi em entrevistas que concedeu na sede da Polícia Federal.


Esse Lula que está preso e que eventualmente aparece, é aquele que se entregou no dia 6 de abril de 2018. Mas, e o outro Lula, aquele que não se entregou, cadê? Por onde anda o Lula que disse: "Eles não querem o Lula de volta porque pobre, na cabeça deles, não pode ter direito”?


Precisamos libertar o Lula que habita em nós, dar mais ação a ele, mais voz, mais atitude, precisamos sair da cela. Somos o Lula que disse NÃO à prisão, que ficou na companhia de seus companheiros no Sindicato, aquele que não desceu do palanque e subiu no helicóptero.


Vamos atender ao Lula original: "Companheiros, eu vou dizer uma coisa pra vocês: Vocês vão perceber que eu vou sair desta maior, mais forte, mais verdadeiro, e inocente, porque eu quero provar que eles é que cometeram um crime, um crime político de perseguir um homem que tem 50 anos de história política, e por isso eu sou muito grato" [...] "Não adianta parar o meu sonho, porque, quando eu parar de sonhar, eu sonharei pela cabeça de vocês e pelos sonhos de vocês".





Ricardo Mezavila.

O fraco contra o mais fraco



A classe média proletária, também conhecida como ‘emergente’, porque é assalariada e ainda depende do emprego para sua subsistência, prefere fazer claque para a burguesia a ter ouvidos e olhos para o que acontece do seu lado na rua, no condomínio e no escritório. Como mantém um padrão de vida e de consumo acima da maioria da população, a classe média proletária tenta ficar grudada nos opressores, os que controlam o processo econômico e político, reproduzindo e estendendo o preconceito de classe. 

Essa observação fica exposta e clara quando a sociedade tem a oportunidade de se manifestar diante de algum acontecimento midiático, como o que ocorreu ontem na Ponte Rio-Niterói quando um rapaz, os motivos ainda não foram revelados, ‘sequestrou’ um ônibus de passageiros por quase quatro horas. O rapaz foi atingido fatalmente por um sniper da polícia militar. A classe média celebrou. 

O governador Wilson AuschWitzel aproveitou o momento e protagonizou cena lamentável ao descer de helicóptero na Ponte e sair aos pulos e aos berros, de punhos fechados, sob os aplausos de quem estava ali. O que o governador comemorava? A banalização da vida e a normalização da morte, provavelmente. 

A sociedade foi atacada por uma epidemia que atrofia a visão social, comprometendo a consciência crítica e a capacidade de se solidarizar com o outro. O fraco se fortalece oprimindo o mais fraco na hierarquia capitalista, na pirâmide da desigualdade. A posição, o status, ocupa todo o lugar, toda a estrutura relacionada ao que conhecemos por civilização e humanidade. 

A deformação causada pelo máximo poder aquisitivo contemporâneo, em outras épocas o conhecimento valia mais que o ouro, faz crescer a fila das populações marginalizadas, as que procuram por qualquer meio que lhes possa garantir sobrevivência. 

A lógica do manejo racional diz que o mais forte sempre vencerá o mais fraco, mas nem sempre quem sobrevive é aquele que venceu. Muitas vezes, quem melhor se adapta é o mais forte. Nesse contexto a classe média precisa descer do altar falso que ocupa, despir-se das roupas que não são suas, livrar-se do exoesqueleto que impede sua autenticidade e lutar nas ruas, ao lado dos oprimidos, contra os heróis que não seus. 



Ricardo Mezavila

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Pode ser que o Brasil sobreviva



Entender os motivos que levaram a extrema direita ao poder no Brasil trazem à luz uma série de alternativas, algumas muito disseminadas no senso comum, como a que defende o desgaste dos políticos e dos partidos. Também há a questão histórica da mídia que trabalha em conluio com o capital no sentido de manobrar a opinião pública de acordo com os seus interesses corporativos.


Alguns especialistas acreditam que a esquerda perdeu território político porque não soube conduzir um canal com efeito real nas redes sociais, como fez a extrema direita criando grupos em todas as plataformas e divulgando sua ideologia, encontrando seguidores que multiplicaram-se em milhares e depois milhões de outros seguidores, o que proporcionou uma onda conservadora nunca vista na nossa história recente.



Outra constatação sugere a pouca intensidade no diálogo da esquerda nos governos anteriores com os campos populares. Os programas sociais foram muito bem avaliados, mas o motorista que dirige o ônibus que me leva ao trabalho, disse que "graças ao PROUNI, minha filha pode entrar na faculdade, e graças ao Minha Casa, Minha Vida, minha família tem casa própria". Logo depois, era período eleitoral, disse que votaria em Bolsonaro, "porque o PT quebrou o país".


Tenho o sentimento de que a esquerda tinha de promover um barulho efetivo na propaganda dos benefícios realizados nos seus governos. Sabemos que o uso do discurso popularesco não está dentro de suas estratégias, mas faltou 'bater no peito' e dizer um "fomos nós que fizemos". Os avanços dos governos Lula e Dilma ficaram dentro de uma bolha não alcançando quem vive fora dela.



Em 2020 teremos eleições municipais e, com o desgaste do governo federal, a extrema direita terá dificuldades em manter a pegada e o galope fascista de 2018. Os instrumentos estão à mesa, o paciente chamado Brasil respira através de aparelhos, está entre a vida e a morte, entre a luz e as trevas, entre a barbárie e a civilização. Então, vamos organizar todos os nossos compromissos com a nação, pode ser que ela sobreviva.


Ricardo Mezavila.

terça-feira, 13 de agosto de 2019

"Acho que não é uma boa"






O atual ministro da justiça e segurança pública Sérgio Moro orientou, quando ainda era juiz, o procurador da Força Tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, a não apreender celulares do ex-deputado Eduardo Cunha, segundo mensagens publicadas pelo The Intercept BR, na série de denúncias que ficou conhecida como Vaza Jato.

Na véspera da prisão de Cunha, o diálogo entre Deltan e Moro teria sido:
11:45:25 Deltan: Um assunto mais urgente é sobre a prisão
11:45:45 Deltan: Falaremos disso amanhã tarde
11:46:44 Deltan: Mas amanhã não é a prisão?
11:46:51 Deltan: Creio que PF está programando
11:46:59 Deltan: Queríamos falar sobre apreensão dos celulares
11:47:03 [Moro]: Parece que sim.
11:47:07 Deltan: Consideramos importante
11:47:13 Deltan: Teríamos que pedir hoje
11:47:15 [Moro:] Acho que não é uma boa

Dallagnol teria tentado, então, marcar um encontro com o ex-juiz para discutir a questão pessoalmente:
11:47:27 Deltan: Mas gostaríamos de explicar razões
11:47:56 Deltan: Há alguns outros assuntos, mas este é o mais urgente
11:48:02 [Moro]: bem eu fico aqui até 1230, depois volto às 1400.
11:48:49 Deltan: Ok. Tentarei ir antes de 12.30, mas confirmo em seguida de consigo sair até 12h para chegar até 12.15
12:05:02 Deltan: Indo

Mais tarde, por volta das 14h15, o procurador da força-tarefa informa Moro de que a decisão de não apreender os aparelhos foi tomada:
14:16:39 Deltan: Cnversamos [Conversamos] aqui e entendemos que não é caso de pedir os celulares, pelos riscos, com base em suas ponderações
14:21:29 [Moro]: Ok tb

Eduardo Cunha foi o maior artífice do golpe de 2016 que depôs uma Presidenta legítima e honesta para dar posse a um consórcio de ladrões.

O resultado foi a catástrofe da eleição de Bolsonaro, um cidadão privado de qualquer senso público, sem qualificação técnica, social e moral que o capacite para o cargo que ocupa.

Estamos diante do maior escândalo da história do país. O judiciário está atolado na lama da corrupção, faz perseguições e condenações seletivas.

Se os celulares de Cunha fossem periciados, toda essa turma que sustentou o golpe como a imprensa, congresso, empresários, bancos, juízes, políticos e ministros, seriam desmascarados.

Ricardo Mezavila.

Brasil, decime que se siente !



A acachapante derrota do neoliberalismo na Argentina nas primárias para as eleições de outubro, pode ser o início para que a América do Sul retome as políticas de bem-estar social com economia forte, padrão dos governos de esquerda na primeira década do século.

O mercado reagiu negativamente ante o risco de derrota de Maurício Macri para Alberto Fernández, que tem a ex-presidente Cristina Kirchner na chapa como vice-presidente.


Sabemos que o 'mercado' significa o dinheiro e os interesses dos investidores endinheirados, portanto não nos diz respeito, embora esse assunto seja usado para manipular a opinião pública.

A sinalização do que vem por aí já traz consequências para o 'mercado' interno brasileiro. A bolsa caiu, o dólar subiu. Mas qual o interesse do povo desempregado pelo mercado financeiro?

Em uma sociedade socialmente justa, o mercado financeiro é essencial para o equilíbrio dessa sociedade. No caso de Argentina e Brasil, sendo muito pior no Brasil, o mercado financeiro serve à exploração de uma classe por outra.

A possibilidade da volta da esquerda na Argentina é indicativo para as eleições de 2022 no Brasil. O presidente disse que se "a esquerdalha vencer na Argentina, o Rio Grande do Sul vai virar Roraima", referindo-se à fronteira entre o estado no norte do país com a Venezuela.

A Argentina não passou por um golpe recente, a justiça não é partidária. A elite argentina é menos atrasada e perversa, o povo preserva a história , lutas, conquistas e adversidades.

O Brasil é o país onde Procuradores, juízes e ministros da Côrte fazem conluios criminosos; é governado por um pateta, no sentido literal mesmo; tem a pior elite do mundo e um povo escravizado pela falta de conhecimento e cultura.

Ricardo Mezavila.

Que fase!



À beira do precipício o homem tenta segurar o vento, uma corda invisível que seja. Ele olha para baixo e a queda é inevitável, o salto no vazio é a comunhão entre o eco e a pedra pontiaguda .

O choque é inegociavelmente uma questão de tempo, mas ainda resta o espaço aéreo onde voam os pombos, as andorinhas, mas também os gaviões e os corvos.


Essa é uma analogia do fim melancólico de um ex-juiz e ministro da justiça. Um super-herói de louça ordinária esquecida na ponta de uma barraca de feira.

Sergio Moro, o paladino, destemido, arrojado, notável, o homem do ano, é um pária dentro de um governo inepto, incompetente e incapaz.

O "homem que sacudiu o Brasil" com a Lava Jato, padece nas mãos de um presidente analfabeto e miliciano, como na transmissão ao vivo em que sugeriu que o ministro faria um 'troca-troca' com o ministro do meio-ambiente.

Para tentar se livrar da tsunami da Vaza Jato, Moro inventou um hacker e agora inventaram um áudio em que associa o PT ao PCC. Em um ato desesperado e constrangedor, os impostores combatentes da corrupção estão em queda livre. Que fase!

RIcardo Mezavila.

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

A voz dos imbecis





O presidente fala que o INPE "mente sobre o desmata mento"; que a "FIOCRUZ não tem nenhum dado confiável sobre as drogas", que o "IBGE não sabe nada sobre desemprego".


Ele fala que "somente veganos se preocupam com o meio-ambiente"; que o "nazismo é de esquerda"; que o "exército não matou ninguém".


Enquanto fala, a Amazônia é agredida, não se faz pesquisa científica de tratamento contra as drogas e o desemprego atinge patamares históricos.


Enquanto fala, afasta ONGs voltadas para a defesa do meio-ambiente, tripudia em cima das ideologias e transfere a culpa da besta nazista, ignora os oitenta tiros militares contra uma família.


O presidente fala que "não houve tortura no regime militar"; diz que "perdoou o holocausto"; que vai fechar a Ancine porque "não pode filme com prostituta" e nem propaganda com transsexuais.


Ele fala que vai "presentear o filho com uma embaixada"; que sua família "pode viajar em helicóptero da FAB", que o "Brasil não pode ser rota de turismo gay".


Enquanto fala, centenas de famílias ainda choram seus desaparecidos, ofende a dor dos judeus e faz ameaças à cultura nacional.


Enquanto fala, comete nepotismo, privilegia parentes e, ao mesmo tempo em que se coloca contra o turismo gay, diz no mesmo contexto que "quem quiser fazer sexo com nossas mulheres, fique à vontade".


O presidente faz piada com o pinto do japonês; com a cabeça do nordestino; minimiza o trabalho infantil, diz que não há fome no Brasil, que jornalista tem que "pegar cana", que é "balela os documentos oficiais sobre a ditadura militar".


Enquanto o presidente, o "Johnny Bravo, porra", extravasa seus pensamentos tóxicos contra toda a sociedade, o Brasil vai saindo, definitivamente, das mãos dos brasileiros.


A serventia de Bolsonaro é falar o que seus eleitores pensam, é dar voz aos imbecis, é um falastrão trabalhando para desviar a atenção do país, enquanto o caminhão de mudança sai pelos fundos levando tudo.


Ricardo Mezavila.

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Falando a mesma coisa




Murro em ponta de faca é o que os progressistas têm dado nos últimos meses e anos. Mas, vamos lá, aceitar que um juiz federal confesse sonegação, como Moro fez pelo Twitter: "Em 2016 não fui muito sincero", que realize escutas criminosas, cometa imparcialidades, conluios com outras esferas da justiça, não é republicano.

Conviver no mesmo espaço com escravos que colorem as pontas dos chicotes que lhes marcam as costas, com pobres de direita que fazem corocom o grito de seus carrascos, não nos dá outra opção se não fazer ecoar as mesmas palavras, frases e discursos.


As evidências cabais e irrefutáveis de que atravessamos a pior crise moral, institucional, política, social e econômica, nos dá a clareza de que somente com a sequência de troca de informação é que essa bolha será furada.

Saindo para as ações práticas, as categorias de classe estão, ainda que 'timidamente', implementando atividades internas na direção de tomarem a decisão de ocuparem praças e ruas de forma organizada.

É preciso persistir, escrever, falar, discutir, abrir o verbo para denunciar que o Brasil está sendo entregue com tudo o que tem dentro, na maior corrupção da história da humanidade. Não estão 'roubando' a Petrobrás, estão entregando ela toda, assim como a Eletrobras, Embraer e a Amazônia.

A nossa elite perversa, que tem ódio da pobreza, manipula as informações pela mídia corporativa, simula dados, protege seus 'príncipes' malditos, celebram autoridades corruptas, esfregam o preconceito de classes na nossa cara, abusam do poder, recebem ordens do império para nos manter calados e alvissareiros.

Como numa síndrome epidêmica, a massa intimidada e pálida se curva, se ajoelha no altar sobre o milho, permite que sua vida fique nas palmas das mãos de quem quer a esmagar; naturaliza o que tem acontecido ao ponto de sentir simpatia pelo seu agressor.

Realizando seu maior desejo, ressuscito aqui o poeta Vlaidimir Maiakovski: "Na primeira noite, eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada; Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam nosso cão. E não dizemos nada; Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta".

Ricardo Mezavila.