O
segundo turno das eleições deste ano está fazendo um mês, trinta dias exatos,
mas parece que ainda estamos em mil novecentos e sessenta e quatro, pior,
parece que estamos no século dezenove. Para muitos o país é dividido em antes e
depois do PT. Isso não anula essa tese, só que nunca como ela é conjugada. Quem
ainda critica o PT parece que vivia em um bálsamo de honestidade, de democracia
e de liberdade. Veio o PT e tudo isso foi minguando até chegar “aonde
chegamos”.
Antes
do PT o Brasil era um país próspero, a educação e o emprego eram prioridade, as
famílias eram constituídas e mantidas com o salário que os trabalhadores
recebiam justamente. Não havia injustiça social e nem corrupção, tudo era
transparente, a perestroika brasileira. Mas aí o operário organizou um
movimento que paralisou a indústria, foi aconselhado pela igreja progressista e
por intelectuais de esquerda e, sem dar nenhum tiro, sem ameaçar nenhum
privilégio, elegeu o Presidente da República com a maioria dos votos de seus
pares.
Hoje
mesmo ouvi ecos cavernosos do dia vinte e seis de outubro, ouvi gemidos
estúpidos de dor vindo dos lados de um regime autoritarista e repugnante, sem
falar camuflado, que saem das bocas pequenas e reprodutoras de alguns fascistas
instantâneos. Querem anular a eleição, pedem impeachment da PRESIDENTA sem
nenhuma justificativa, eles querem e ponto, a PRESIDENTA eleita tem que
desocupar o cargo e descer a rampa como desceu aquele presidente que a direita,
os empresário e esses bobalhões elegeram.
Se
houver algum revés na democracia só se for iniciada pelas forças armadas, mas
covardes, que podem atender esses alucinados e tentar depor a legitimidade,
fazer com que se aprofundem mais ainda as injustiças no nosso território. O
judiciário julga para si próprio e a população acredita que o supremo e as
organizações judiciais são cegas, surdas e mudas. Na verdade são deficientes
para os nossos anseios e nossa realidade. A nossa parcela de culpa é enorme,
somos nós que elegemos os legisladores, e são eles que votam as leis que os
“deuses” vão julgar. Tudo certo se não elegêssemos deputados e senadores
despreparados para sequer assinar seus nomes.
Hoje
brinquei com uma criança de “pic-pic-picolé”, no início não entendi muito, mas
fui me agigantando do tamanho do menino de seis anos que eu era, e achei
semelhança com “borboleta-preta-preta-preta” e percebi que ainda somos jovens o
suficiente para segurar a barra desse início de milênio, somos nós que temos de
evoluir e, como um cometa, carregar em nossa cauda os sonhos do velho novo
mundo e que todas os equívocos sejam indeferidos dos nossos dias e que sejam apenas
insumos de discussões perdidas, de opiniões divergentes de idéias, nada mais.
Ricardo
Mezavila.