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terça-feira, 31 de julho de 2018

O livro de cabeceira de Bolsonaro




"Os portugueses nunca pisaram na África". Essa foi uma das frases ditas pelo candidato a presidente Jair Bolsonaro, no programa Roda Viva, da TV Cultura. O deputado acionou sua metralhadora fascista para todos os lados, sem responder nenhuma das perguntas feitas pelos jornalistas.

Diante das câmeras e ao vivo, Bolsonaro assumiu que não tem conhecimento sobre nada e que, eleito, será um fantoche na presidência da república, capacho dos interesses contrários ao povo. Eleitor de Bolsonaro é fantoche de fantoche.


O renomado jurista José Gregori lembrou que o candidato disse que, se fosse presidente, mataria uns trinta mil a começar por FHC e ele, Gregori, ministro de Fernando Henrique na época. Bolsonaro respondeu que nunca disse que mataria Gregori, porque ele não merecia, repetindo a lógica do "você não merece ser estuprada", dita para a deputada federal Maria do Rosário.

Sempre defendendo o direito de falar bobagens 'porque todo mundo fala', Bolsonaro é um escárnio na sociedade, um captador do racismo e da misoginia. Seu discurso agrada parcela da população que vive com medo, insegura, que acredita que o candidato é a solução para a segurança pública, porque diz que vai armar o cidadão de bem. Isso para mim é guerra.

Sem constrangimento, disse que seu livro de cabeceira é 'Verdade Sufocada', do torturador militar brasileiro Carlos Alberto Brilhante Ustra. Sem vergonha, assume publicamente que só teve dois projetos aprovados na Câmara em vinte e oito anos de mandato.

Ainda tenho dúvidas se sua candidatura será homologada, ainda há tempo para um recuo e a volta a seu gabinete na Câmara. Se for para a disputa não ganha e perde o foro privilegiado. Dizem que Bolsonaro é da extrema direita, mas é da extrema burrice.

Ricardo Mezavila.

segunda-feira, 30 de julho de 2018

"Eu vou tirar você desse lugar"



Apesar de todo o mal que essa justiça política tem feito ao país e do ódio disseminado pelos velhos e manipuladores veículos de informação, o Festival Lula Livre celebrado na Lapa no dia vinte e oito de julho, foi um sucesso e entra para a história da cidade.

Até que a justiça partidária tentou estragar o evento enviando agentes do TRE que retiraram algumas bandeiras e panfletos, sob a alegação de que faziam campanha eleitoral fora do prazo. Não havia nenhuma propaganda eleitoral, a tentativa era intimidar, o que não surtiu nenhum efeito.


A atmosfera da praça, nos Arcos da Lapa, era de alegria e esperança. As pessoas vivem a expectativa de que esse 'bode astral' vai passar, que os 'vampiros' serão alvejados com balas de prata e a maldição dos 'paneleiros', enfim vai acabar.

Sabemos da quase impossibilidade de termos o nosso candidato nas eleições de outubro, mas não podemos entregar o país a essa quadrilha financiada pelo capital internacional assim, sem luta.

No palco, artistas e intelectuais se revezavam em leituras de cartas e manifestos de apoio a Lula; apresentações de grupos de cultura comunitários se somavam a atores e músicos consagrados e a líderes religiosos, numa demonstração de unidade popular poucas vezes presenciadas em torno de uma única pessoa.

Ao final, Chico Buarque subiu ao palco e cantou 'Gota d'água', em seguida convidou Gilberto Gil e os dois cantaram pela primeira vez a música 'cálice', composição dos dois. Após outras canções, os dois convidaram Beth Carvalho e o trio cantou "Deixa a vida me levar", atendendo pedido antecipado de Lula.

Participar do evento foi emocionante e histórico, como foram as campanhas das 'Diretas, já' e o segundo turno da eleição de 1989. Entre a apresentação da 'Gang 90' e Sérgio Ricardo, Odair José entoou a plenos pulmões o refrão que define o desejo de todos ali presentes: "Eu vou tirar você desse lugar"


Ricardo Mezavila.

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Figueroa Alcorta 3415






Dezoito de julho é feriado no Uruguay, é o Dia do Juramento à Constituição. Aqui a 'jura de la Constitución' tem a importância de uma data pela independência. Difícil não pensar no Brasil da Constituição ferida pelo golpe de dois mil e dezesseis.

Sem malas embarcamos no Buquebus com destino a Buenos Aires, cidade de beleza caótica, principalmente com chuva, trânsito pessado, câmbio negro, Uber clandestino e 'lasanha' de ovo.


Sem nada nas mãos fica fácil percorrer as ruas com agilidade, assim pegamos o ônibus 130 até o MALBA - 'Museo de Artes Latinoamericana de Buenos Aires'. Sem pesquisa prévia, viagem 'bate e volta', não pesquisamos nada sobre a cidade.

Entramos no ônibus e tentei pagar a passagem com uma nota de cem pesos, o conductor não pegou o dinheiro e com as mãos indicou que entrássemos.

No MALBA curtimos um dos quadros mais importantes das Artes Plásticas brasileira: O Abaporu, de Tarsila do Amaral. O museu tem um acervo de fotografias da época da ditadura militar, com a repressão nas ruas e no campo. Os quadros de artistas cubanos e panamenhos também são destaques.

Do MALBA fomos para a Plaza de Mayo. A chuva inibia que as pessoas se concentrassem por ali, mas as faixas, bandeiras, assim como um pequeno acampamento resistiam ao frio e mantinham acesa a luta histórica por justiça.

Fotos básicas da Casa Rosada voltamos ao Puerto Madero, depois do insucesso de entrar no 'Café Tortoni' por conta de uma fila enorme, embarcamos de volta, viagem de uma hora e quinze pelo Rio de la Plata até Colônia del Sacramento. O Buquebus parece um shopping com Duty Free, cafeteria e bar.

De turista no Uruguay, passar pela imigração para ser turista na Argentina, causou um fato insólito: No bolso esquerdo da calça, pesos argentinos; no direito, pesos uruguayos e no de trás, reais brasileiros. A tríplice aliança.

Ainda no 130, notamos que os passageiros pagavam a passagem com cartão, não se aceita dinheiro. Quando a porta abriu em frente ao MALBA, não quis incomodar o conductor, mesmo porque tem uma placa pedindo para não 'molestá-lo', descemos com a sensação de, ou demos um calote na Avenida Dr. Figueroa Alcorta, ou o hermano é muito gente boa e não quis cobrar a passagem.

Ricardo Mezavila.

quarta-feira, 11 de julho de 2018

'ato indeterminado' e 'queremos Lula preso'





Lula está preso por ter cometido, segundo o juiz de piso Sérgio Moro, 'ato de ofício indeterminado', uma sugestão de que Lula teria obtido favores durante sua permanência na presidência da república.

Lula permaneceu oito anos no cargo, tempo mais do que suficiente para deixar suas digitais em atos ilícitos, mas o único indício de que Lula praticou um crime veio de uma nota no Jornal O Globo, onde levantou-se a hipótese dele ter recebido um tríplex por conta de favorecimentos, três contratos, à empreiteira OAS.


Esse tríplex teria sido reformado por um milhão e duzentos mil reais, só na cozinha teriam sido gastos uns trezentos mil, um elevador teria sido instalado a pedido de D. Marisa Letícia, além de outras reformas. Tudo isso está no processo que levou Lula à prisão.

Ao Ministério Público coube aceitar a 'denúncia' e a Lula coube a defesa. 'No meio do caminho tinha um Moro, tinha um Moro no meio do caminho'. O juiz Moro foi preparado para estar ali, no caminho do ex-presidente, foi doutrinado e treinado para levar o país para o brejo. É essa a sua função, serve de instrumento 'legal' para tirar Lula das eleições, evitando que o golpe seja interrompido.

As aberrações jurídicas são evidentes, mas as manobras dos meios de comunicação fazem de tudo para subverter e distorcer os fatos, levando o senso comum a permitir e a desejar que se faça injustiça e a pensar: "O Brasil que se dane, queremos Lula preso". Para essa gente nada é mais importante do que a prisão do Lula.

Os golpistas entregaram 80% da Embraer, os poços do pré-sal, a Eletrobrás, o aquífero Guarani, tiraram os direitos dos trabalhadores, encerraram projetos em ciência e tecnologia, congelaram o investimento em saúde e educação por vinte anos, mas isso não importa, eles querem a prisão do Lula.

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto conseguiram entrar no tríplex e filmaram. O que vimos foi um apartamento comum, sem reformas, sem elevador, todo depredado. No processo constam notas fiscais das reformas e da instalação do elevador. Quem emitiu essas notas?

Quanto aos supostos três contratos, nada ficou provado, apenas a delação de um preso sem a necessidade de falar a verdade. O próprio juiz Moro sentenciou que não havia provas da corrupção.

Se não conseguiram provar que o tríplex é do Lula, se não há prova dos contratos, se as notas fiscais das 'reformas' e a do elevador são frias, se o juiz disse que não encontrou provas, então, por que Lula está preso? Por 'ato de ofício indeterminado', que nada mais é do que um malabarismo jurídico, uma licença para afastar Lula enquanto saqueiam o país.

Ricardo Mezavila.

terça-feira, 10 de julho de 2018

A narrativa que nunca acaba

cine 'Todinho' - Todos os Santos


O Supremo Tribunal Federal está no lixo, se transformou em um 'poeirinha', tipo aqueles cinemas cheios de ratos que a gente frequentava na adolescência para assistir a dois filmes do Bruce Lee, nas tardes de domingo.


Todo o sistema judiciário está em ruínas, pobre de quem está sentado agora em uma sala de aula iniciando ou terminando o curso de direito.

No tabuleiro judicial brasileiro um juiz vale mais do que um desembargador e do que um ministro. Vence o jogo quem tem menos escrúpulos, quem não se importa com sua biografia.

Só para não cair no esquecimento vale lembrar que o deputado Geddel Vieira Lima, réu confesso do bunker com cinquenta e dois milhões dentro de malas, assim como o médico Roger Abdelmassih, estuprador de cinquenta e seis mulheres, ambos tiveram seus habeas corpus concedidos.

Uma parte da sociedade não possui cognição intelectual para compreender o que estão fazendo do país. Não consegue se ver como parte do processo, são massas de telespectadores acostumados com novelas, alvos fáceis das rapinas midiáticas.

Ricardo Mezavila.

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Um lambe botas de toga



O 'lambe botas' Sérgio Moro, o juiz de primeira instância com as costas mais ou menos quentes, porque quando seus chefes acharem por bem vão descartá-lo na lixeira com todos os prêmios forjados que ganhou, gravou seu nome nas páginas obscuras da história como o maior capacho nocivo que esse país conheceu.

Protegido pela Rede Globo e demais empresas de comunicação, o juiz de primeiro grau foi treinado nos EUA para ser o executor do plano antinacionalista chamado de Lava jato.


Envolvido na indústria da deleção premiada, Sérgio Moro faz e desfaz o que for preciso para acomodar os interesses de seus superiores dentro da agenda do golpe.

Ao revogar o mandado de habeas corpus do ex-presidente Lula, o que não seria possível se as instituições estivessem funcionando porque não é de sua competência, Sérgio Moro deu um largo passo na direção do abismo, mordeu a isca e vai ter que responder pelos abusos de autoridade.

No geral, quem quer a liberdade do ex-presidente são os trabalhadores, estudantes, intelectuais, artistas, que estão na base da luta por democracia e que não aceitam ser manipulados pelo Jornal Nacional e afins.

Uma parcela menos esclarecida e alienada, influenciada pela mídia golpista que fala mil mentiras até que vire 'verdade', acredita em Sérgio Moro, em triplex, são a vanguarda do atraso, uma manada vagando nos delírios da Lava Jato.

Ricardo Mezavila.

Só nos resta nós mesmos



O judiciário escancarou o regime anárquico que criaram desde o golpe contra Dilma Rousseff. Ontem, 8 de julho, numa atitude estarrecedora e inacreditável, um delegado da polícia federal não cumpriu mandado de um desembargador para que se cumprisse o habeas corpus impetrado pela defesa do ex-presidente Lula.

O país acordou no domingo respirando ares democráticos com a notícia da soltura de Lula, preso há noventa e três dias na Superintendência da PF, emCuritiba. Lula é preso político, é um preso dos EUA em território brasileiro, para que não concorra as eleições de outubro.


Por que não querem Lula na disputa? Um dos motivos é que Lula já provou que é possível governar incluindo, como ele mesmo diz, 'o pobre na economia'. É uma receita simples: Se o pobre ganha cem reais, ele vai utilizar no consumo, o consumo movimenta a produção, a produção aumenta as vagas no mercado de trabalho, a indústria fabrica mais e o mercado vende mais. Todos saem lucrando, incluindo bancos e serviços.

Acontece que Lula também abriu mais Universidades e Escolas Técnicas do que todos os presidentes juntos. O pobre passou a frequentar as cadeiras das Universidades, os filhos da empregada doméstica e do porteiro passaram a disputar a vaga de emprego destinada aos filhos da classe média. Sem falar nos aeroportos, shoppings e estacionamentos frequentados por operários e camponeses..

Além da ameaça de avanço social que Lula representa, os golpistas, aliados aos investidores internacionais, correm o risco de Lula, com o referendo revogatório, rever os contratos que está levando nossa soberania à lona.

Aos pelegos, manifestoches e imbecis que chamam Lula de "analfabeto, operário, nordestino e cachaceiro", então, esse cara aí está preso para que vocês não voltem a viver em um país soberano e democrático; esse cara aí, tão menosprezado por vocês, está preso para não colocar o Brasil novamente como protagonista no cenário mundial. Nossos algozes sabem o valor que Lula tem para a política local e internacional, por isso não permitem que saia do confinamento.

O delegado de plantão na PF, quando recebeu o habeas corpus, ligou para o juiz de primeira instância, Sérgio Moro, o capitão do mato, que estava de férias em Portugal. Moro ordenou que não se cumprisse o mandado do desembargador que o reenviou e foi novamente descumprido. Nada aconteceu com o delegado e com o juiz. Lula continua sequestrado em Curitiba.

Estamos à deriva em um país desgovernado, saqueado por piratas do sistema financeiro, invadido por alienígenas alimentados pelo sistema entreguista e corrupto. Por nós, só nós mesmos e a vontade de cantar e realizar: "I shot the sheriff, but I swear it was in self-defense"

Ricardo Mezavila.

terça-feira, 3 de julho de 2018

'Caracazo'





Não é preciso ser cientista político ou historiador para entender o que se passa na Venezuela e Brasil, vítimas de suas riquezas, de suas reservas de petróleo.

As oligarquias desses países aliadas ao imperialismo norte-americano e seus investidores, quando se veem enfrentadas por forças populares, reagem de forma a conter qualquer levante que ameace seu monopólio e poder.


Na Venezuela, mais de três mil mortes na manifestação popular que ficou conhecida como 'Caracazo', contra um governo corrupto e oligarca que abria todas as torneiras para os Estados Unidos, foi fundamental para que forças populares assumissem.

Dessa 'revolução' saiu o líder popular Hugo Chavéz, que foi eleito democraticamente em 1998. A partir daí os EUA e seus apoiadores locais, tentaram por várias vezes dar um golpe para derrubar Chavéz e tomar de volta o controle sobre os poços de petróleo.

Com a morte de Chavéz, por doença, assumiu Nicolás Maduro, que mantém a soberania Venezuelana, apesar de toda a crise de desabastecimento e embargos criados pelos imperialistas.

No Brasil, diferente da Venezuela, os oligarcas corruptos locais com apoio do capital estrangeiro, conseguiram derrubar a Presidenta Dilma Rousseff e prender, sem provas, a única liderança capaz de devolver a soberania aos brasileiros.

A mídia também é parte do golpe na distorção dos fatos, idiotizando incautos, atribuindo a Chavéz e Maduro a crise venezuelana; criando inimigos e forjando 'verdades', como fazem no Brasil com apoio do judiciário apodrecido, rasteiro e subserviente.

Os EUA importam 60% do petróleo que consome. Manter a sociedade americana abastecida, faz com que a proximidade com países vizinhos torne-se a estratégia perfeita e mais eficaz na preservação do 'modo' americano de viver.

Ricardo Mezavila.