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quarta-feira, 28 de março de 2018

Para sempre 7x1






A pressão para que uma fagulha acenda de vez o estopim que vai fazer a bomba explodir, só cresce. Dois ônibus da Caravana que o ex-presidente Lula faz pelo sul foi atingido por disparos de armas de fogo.

Se ninguém saiu fisicamente ferido, a democracia perdeu muito sangue. Uma senadora do Rio Grande do Sul, Ana Amélia, havia incentivado os ataques que a Caravana sofria com pedras e ovos, mas agora seu discurso de ódio fez alguém apertar um gatilho.


As bestas fascistas estão saindo do armário sem qualquer disfarce, perderam a vergonha de mostrar seus focinhos, suas fuças nazistas. Arremessam sua ignorância contra aquilo que os faz menores, porque não suportam assistir o crescimento do outro.

Em ano de eleição e da famigerada copa do mundo, organizada por uma das maiores organizações corruptas do planeta, não há como dissociar a política do futebol.

As maiores empresas patrocinadoras da seleção bufa, o Itaú e a Ambev, são aquelas que financiam grupos que atentam contra a democracia e a soberania.

Seria muito bom se todos os adversários, dessa outrora seleção canarinho, entrasse pela área e enfiasse sonoros 7x1.

Ricardo Mezavila.

segunda-feira, 26 de março de 2018

Vandré nunca foi ‘tudo isso’




Nesta semana as redes sociais reproduziram um evento onde o compositor Geraldo Vandré era o homenageado. Para quem não sabe, Geraldo é o autor de uma canção que, em 1968, se tornou hino da luta contra o regime militar: ‘Pra não dizer que falei de flores’. Por cinquenta anos pouco se ouviu sobre o cantor, o que gerou algumas conspirações sobre o quê a ditadura militar teria feito para calar sua voz.

O que se sabe é que naquela época ele se exilou no Uruguai, depois viveu em outros países, na América do Sul. A canção ‘(Caminhando) Pra não dizer que não falei de flores’ ficou censurada durante onze anos. Quando foi gravada, em 1979, saiu em compacto simples e tocava nas lojas de discos incessantemente, foi um sucesso.

Coincidiu com o início da Abertura, da volta dos exilados da ditadura ao Brasil, da Anistia. O refrão ‘vem vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora não espera acontecer’, era ouvido nos aeroportos a cada pouso de um avião trazendo os exilados.

No evento em que reaparece para o público, criou-se uma expectativa de que ‘aquele’ cantor que defendia suas músicas de protestos nos festivais da canção, teria um comportamento que reafirmasse a ideologia que defendera naqueles tempos obscuros. Mas o que se viu foi um senhor subserviente às forças armadas, fazendo apologia aos tiranos fardados que torturaram e mataram estudantes, jornalistas e que mantinham a cultura sob censura.

Uma jovem presente ao evento estendeu uma faixa de apoio à vereadora Marielle Franco, executada há algumas semanas por discordar da intervenção militar no Rio e por denunciar práticas abusivas da polícia militar nas favelas. Pois bem, inacreditavelmente o próprio Vandré recolheu a faixa e expulsou a jovem do recinto com desaforos ditos ao ‘pé do ouvido’ da ativista.

Na verdade Geraldo Vandré nunca foi ‘isso tudo’, mas foi perseguido e a esquerda brasileira deve sim, reverencia à sua obra. A necessidade por novas formas de luta, levou a juventude a incorporar as
frases da canção como instrumento de luta, criando um ‘mito’ em torno de seu nome.

O que vivemos hoje, principalmente os moradores das periferias, cabe na definição da frase: ‘Há soldados armados, amados ou não, quase todos perdidos de armas na mão’. Geraldo Vandré é um espectro que apareceu de dentro de um livro, um personagem que a história não crucificou, mas que tampouco transformou em algo consumível na geração que luta contra esse golpe que aí está.

Ricardo Mezavila.

sexta-feira, 23 de março de 2018

'Quando terá sido o óbvio'







A semente do golpe jurídico-parlamentar-midiático de 2016, não vai frutificar como querem as mãos fascistas que a plantou. Pode haver muitos argumentos, mas contra a verdade não há resistência que dignifique e ratifique a conduta moral.

Quando você edifica em cima de uma estrutura de ilações a sua construção não se sustentará por muito tempo, só até enquanto as escoras não são retiradas. As paredes levantadas com os tijolos da mentira jamais servirão de suporte e proteção contra o vento, a chuva e o sol da verdade.


As correntes políticas, jurídicas e midiáticas que tentam florescer a árvore do fascismo no nosso país, começam a perceber que não podem, até estratégicamente, sujar todas as mãos, borrar todas as calças e anáguas da República.

O executivo de Temer está todo na lama, o legislativo da corrente de Marun está soterrado no estrume e o judiciário, da categoria 'golden boys' de Moro, fede apodrecido dentro das panelas da classe média.

Todos com suas biografias borradas por terem levado à lona a democracia e a soberania. Mas ainda existe a Suprema Côrte, guardiã maior da Constituição, ela ainda não está totalmente envolvida, apesar de lutar para não ter que expor suas feridas em público e ao vivo. Os homens e mulheres que lá estão são bonecos, mas seus ventríloquos não gritam mais do que a confluência de nossas vozes.

Ricardo Mezavila.

sábado, 17 de março de 2018

Da Casa das Pretas





Assistindo ao vídeo do evento "Jovens Negras Movendo as Estruturas" na Casa das Pretas, na rua dos Inválidos, que teve a participação da vereadora Marielle Franco, tive a percepção da necessidade para a resistência das populações periféricas, a ocupação dos antigos sobrados localizados no Centro do Rio.

O Centro do Rio é estrategicamente viável por ter sido o palco das grandes transformações ao curso da história, como o Cais do Valongo, porta de entrada para mais de 500 mil africanos, que foram trazidos como escravos para o Brasil.


São exatamente os pretos, os pobres e os periféricos que têm representatividade dentro das Organizações não governamentais com sede no Centro.

Durante duas décadas tive a oportunidade, como cidadão participativo, de dirigir a Casa do Menor Trabalhador, sediada em um sobrado construído pelos portugueses em 1911, na Senador Pompeu, Central do Brasil, de arquitetura semelhante à Casa das Pretas.

A CMT atendeu durante quarenta e oito anos de atividades ininterruptas, mais de trinta mil jovens adolescentes privados de oportunidades pelo poder público, o que prejudica o desenvolvimento coletivo e a ascensão pessoal.

Da Casas das Pretas, em uma rotina de diálogo, de socialização, de preservação e valorização cultural, de emponderamento feminino e de busca por alternativas, Marielle encerrou o encontro dizendo :"Vamos ocupar tudo"!

Depois desceu as escadas e entrou no carro, enquanto os assassinos, como o representante do exército no atentado do Rio Centro, manejavam uma arma, perigosa como as panelas do golpe, e silenciaram mais uma voz contra a incessante chegada de navios ao Valongo.

Ricardo Mezavila.

quinta-feira, 15 de março de 2018

"Jovens Negras Movendo as Estruturas" *




Talíria Petrone Soares – vereadora em Niterói (PSOL); Ana Nice – vereadora em São Bernardo do Campo (PT); Verônica Lima – vereadora em Niterói (PT); Áurea Carolina – vereadora em Belo Horizonte (PSOL). Vereadoras que, assim como Marielle Franco, - vereadora no Rio de Janeiro (PSOL), são negras e foram eleitas também em 2016.


Além do aspecto étnico e de gênero que as unem, todas trabalham as questões sociais dentro das Câmaras Municipais. Elas foram eleitas para dar voz aos negros, mulheres, LGBT, jovens e idosos. São representantes das minorias, ativistas dos movimentos sociais e dos Direitos Humanos.



Qual a diferença entre elas? A diferença é que Marielle Franco foi executada sumariamente quando voltava de um evento *, no Centro do Rio. Os assassinos também mataram Anderson Pedro Gomes, que dirigia o carro e ainda feriram uma assessora da vereadora de nome não divulgado.



A mídia sensacionalista está alardeando o crime e, somente agora, prestam algum tipo de homenagem a uma mulher que foi criada na favela da Maré e que com dificuldade, o que é inerente ao pobre, formou-se em Ciências Sociais como bolsista, na PUC.


A sociedade hipócrita e preconceituosa finge indignação, os programas de televisão estão dando espaço, não ao que ela representa, mas ao crime que discutem se foi encomendado.


Talíria, Ana Nice, Verônica e Áurea continuam na luta, firmes na defesa de suas causas, mas suas biografias, assim como a biografia de Marielle, não interessam se estão voltadas para questões sociais.





Ricardo Mezavila

quarta-feira, 7 de março de 2018

Cerveja é coisa de Mulher







Em homenagem ao dia das Mulheres vou citar brevemente a Deusa da cerveja, a bela Ninkasi. Filha de Enki, o Deus das águas doces e de Ninti,a Deusa dos relevos. A Deusa Ninkasi nasceu a 6.000 a.C em águas frescas e era conhecida por 'saciar os desejos' e 'satisfazer os corações'. Ela preparava bebida todos os dias para os outros deuses.


Naquela época os homens não ficavam em casa como hoje, resmungando que não tem cerveja na geladeira, tinham que sair para caçar, ir para a guerra contra outros povos. As mulheres ficavam em casa experimentando receitas. Os primeiros cervejeiros eram mulheres. A produção de cerveja era uma tarefa doméstica e de responsabilidade delas, como cuidar da casa e dos filhos.

Durante a Idade Média, na Grã-Bretanha, mulheres chamadas de “Alewives” eram responsáveis pela produção de cerveja; na Babilônia e na Suméria, por volta do ano 4.000 a.C., as mulheres cervejeiras (chamadas de “Sabtíem”) tinham grande prestígio na sociedade e eram consideradas pessoas especiais, com poderes quase divinos.


Foi uma mulher, uma monge beneditina chamada Hildegard Von Bingen, no século X, que colocou lúpulo em uma cerveja pela primeira vez. Ou seja, a cerveja foi descoberta pelas mulheres, é sua bebida preferida na hora de comemorar, ou de jogar conversa fora.


Valeu meninas, pelo oito de março.
Nós agradecemos do fundo do botequim !


Ricardo Mezavila.

domingo, 4 de março de 2018

Cortem os pulsos

Muitos não sabem quem é o argentino Adolfo Pérez Esquivel, premiado com o Nobel da Paz em 1980. Ele é arquiteto, escultor e ativista dos direitos humanos, fundador do Serviço de Paz e Justiça na América Latina, que é uma organização não governamental com sede international em San José, Costa Rica.

A organização dedica-se na defesa dos direitos humanos na América Latina, difundindo a não-violência ativa como instrumento de transformação da realidade e de enfrentamento dos crimes, praticados pelas ditaduras militares que havia se instalado por toda a América Latina.


Esquivel veio ao Brasil e comunicou que vai indicar o ex-presidente Lula ao comitê do Nobel. Em suas redes sociais o ganhador do Nobel da Paz já vinha indicando que :"Vou propor Lula da Silva para o Prêmio Nobel da Paz". O encontro também foi de apoio contra a campanha judicial que pretende evitar a candidatura de Lula.

Assim justificou seu apoio: “A chegada do PT e de Lula à presidência do Brasil marcaram um antes e um depois no país, ao ponto de seu nome converter-se em referência internacional na luta contra a pobreza. Mais de 30 milhões de pessoas foram resgatadas da pobreza extrema, o que reduziu as desigualdades e aumentou o índice de desenvolvimento humano no país”- afirmou Esquivel.

Penso que isso se concretizando, haverá cortes de pulsos coletivos na direita, nos ativistas do fascismo, na classe média pobre que se acha rica e nos acorrentados aos noticiários antipetistas. Como conceber um 'condenado' sendo indicado ao Prêmio Nobel da Paz e, ia esquecendo, com grande probabilidade de receber apoio do Papa Francisco,outro hermano.

Se Lula será aceito pelo comitê situado na Noruega ou não, é para se constatar mais adiante. Mas o fato, por si só, ratifica a liderança incontestável do petista, a perseguição implacável e injusta dos golpistas e a ignorância dos aprisionados pela mídia.

Ricardo Mezavila.