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domingo, 15 de novembro de 2015

Le jour suivant



brasil247

O presidente francês François Hollande disse, em pronunciamento, que a culpa pelo atentado em Paris foi do Estado Islâmico. Pode ter sido, mas tem que dizer também, que os terroristas que apertaram os gatilhos na casa de show Bataclan e acionaram cintos  explosivos próximo ao estádio de France, eram franceses. Por que uma quantidade considerável de jovens franceses e ingleses está se alistando na Síria?

Dos analistas do Manhattan Connection às discussões inflamadas nos botequins, há unanimidade em afirmar que a França foi vítima de extremistas rebeles. A França apenas está recebendo aquilo que vem plantando pelo mundo Islâmico, essa é a resposta para quem assumiu o risco de uma coalizão suspeita e de terror.

O mundo ocidental amanheceu de vermelho, azul e branco. O One World Trade Center exibe as cores da bandeira francesa em homenagem a Paris. Os jornais falam em luto, em terror, em massacre. Mensagens são enviadas pelos chefes de estado de todo o mundo com frases de condolências.

O presidente da Síria, Bashar al-Assad, disse que o atentado em Paris é igual aos que acontecem em território Sírio há cinco anos. Nós nos comovemos, com razão, com as imagens dos inocentes fugindo pelos becos laterais ao Bataclan, as TVs mostram, com insistência, a solidariedade da população, os exemplos de humanidade. Mas quando as bombas caem do lado de lá a cobertura é inexpressiva e justificada.

Em janeiro as camisas estampavam “Je suis Charlie”, agora o ocidente veste seus monumentos com as cores da França. Nada mudou, as chacotas com Maomé continuam, as invasões em territórios árabes não cessam e, consequentemente, os extremistas reagem da forma como entendem melhor, cortando cabeças e acionando bombas presas ao corpo.

Allah!


Ricardo Mezavila. 

domingo, 8 de novembro de 2015

Tsunami, dólar falso e a consulesa



gárgula


Mesmo com o mundo desmoronando sobre sua cabeça depois das revelações de suas contas na Suíça e EUA, de ter sido pego em mentira na comissão parlamentar de inquérito, de estar desmoralizado perante a opinião pública e seus pares no Congresso, E.Cunha se mantém impávido como Muhammad Ali. Se a tsunami de lama, provocada pela queda da barragem da mineradora, encontrasse Cunha pelo caminho, provavelmente ele não se desviaria de sua fúria, ficaria tranquilo e infalível como Bruce Lee.

Parece um daqueles bonecos de cera do Madame Tussauds, uma múmia dentro de um sarcófago na pirâmide no Egito, um animal empalhado enfeitando a parede de um colecionador, ou uma gárgula esculpida no Père-Lachaise.

Na visita do príncipe Akishino ao Congresso, madame Cunha estava tão, ou mais constrangida, do que o deputado sem senso crítico que mostrou uma cartolina ao príncipe, pedindo impeachment da Dilma.

Constantemente E.Cunha é alvo de manifestos dentro da câmara. Suas coletivas à imprensa já foram interrompidas sob questionamentos como, “vossa excelência tem conta na Suíça?”, ou, como aconteceu recentemente, um manifestante desejou um balde de notas de dólares falsos sobre sua cabeça.

Como na canção “um índio” de Caetano, E.Cunha queria poder ter sempre estado oculto, mas se esqueceu que os tempos são outros, já não se rouba como antigamente.

À platéia que ainda apoia essas escórias e acredita que o Brasil é o mesmo, aconselho assistir a um vídeo em que a consulesa francesa Alexandra Baldeh, em entrevista ao inexpressivo Jô Soares, reflete dizendo que o sistema de cotas no Brasil é uma humilhação. Logo foi interrompida por aplausos e o entrevistador disse  que o sistema é racista.

Assim que a platéia terminou a manifestação de burrice, a consulesa completou dizendo que o sistema é a única forma, mais de cem anos após a abolição, de se fazer justiça e nivelar a sociedade. Todo mundo que aplaudiu, inclusive o J.S., enfiou a língua naquele lugar.

Ricardo Mezavila.


quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Cruzado da Esquerda





Tudo começou na tumultuada passagem da faixa presidencial do sociólogo e professor, representante da elite, que lecionou na Europa e EUA, para o presidente eleito; o metalúrgico e nordestino, formado na vida, oriundo da classe trabalhadora. Houve ali, na transmissão da faixa, o simbolismo da negação dos direitos de justiça, da inconformação do resultado das urnas, da insuportabilidade de admitir um estranho ao sistema assumir o cargo máximo da República. 

Um dia isso tinha que acontecer, mas não imaginavam que o “peão” iria se transformar no político mais respeitado da América Latina e uma das maiores lideranças do planeta. Quem disse isso? Muitos disseram isso, mas os títulos que o torneiro mecânico recebeu mundo afora falam muito mais. Foi homenageado com uma estátua nos jardins das Organizações dos Estados Americanos – OEA.

“Vocês pensam que Lula é um tesouro de vocês, mas é um tesouro Global”. Esse pensamento de Bono Vox (ele mantém uma organização - ONE - que luta por igualdade), qualifica a importância do ex-presidente para o mundo.

Muito contrariada, a elite brasileira, ainda teve de engolir uma mulher suceder o operário, e sentar na cadeira que foi dela por mais de meio milênio.

A política gosta de celebrar a ignorância, as excrescências de ideias, mas, por outro lado, algumas vozes, como a de Marieta Severo, amenizam e indicam direções, como na resposta a uma tentativa de manipulação: “Eu sou, sempre, otimista. Não acho que nós sejamos o país da desesperança. Para mim, tem uma coisa que é muito importante, a inclusão social”.


Ricardo Mezavila.