Mesmo
com o mundo desmoronando sobre sua cabeça depois das revelações de suas contas
na Suíça e EUA, de ter sido pego em mentira na comissão parlamentar de
inquérito, de estar desmoralizado perante a opinião pública e seus pares no
Congresso, E.Cunha se mantém impávido como Muhammad Ali. Se a tsunami de lama,
provocada pela queda da barragem da mineradora, encontrasse Cunha pelo caminho,
provavelmente ele não se desviaria de sua fúria, ficaria tranquilo e infalível
como Bruce Lee.
Parece
um daqueles bonecos de cera do Madame Tussauds, uma múmia dentro de um
sarcófago na pirâmide no Egito, um animal empalhado enfeitando a parede de um
colecionador, ou uma gárgula esculpida no Père-Lachaise.
Na
visita do príncipe Akishino ao Congresso, madame Cunha estava tão, ou mais
constrangida, do que o deputado sem senso crítico que mostrou uma cartolina ao
príncipe, pedindo impeachment da Dilma.
Constantemente
E.Cunha é alvo de manifestos dentro da câmara. Suas coletivas à imprensa já
foram interrompidas sob questionamentos como, “vossa excelência tem conta na
Suíça?”, ou, como aconteceu recentemente, um manifestante desejou um balde de
notas de dólares falsos sobre sua cabeça.
Como
na canção “um índio” de Caetano, E.Cunha queria poder ter sempre estado oculto,
mas se esqueceu que os tempos são outros, já não se rouba como antigamente.
À
platéia que ainda apoia essas escórias e acredita que o Brasil é o mesmo,
aconselho assistir a um vídeo em que a consulesa francesa Alexandra Baldeh, em
entrevista ao inexpressivo Jô Soares, reflete dizendo que o sistema de cotas no
Brasil é uma humilhação. Logo foi interrompida por aplausos e o entrevistador
disse que o sistema é racista.
Assim
que a platéia terminou a manifestação de burrice, a consulesa completou dizendo
que o sistema é a única forma, mais de cem anos após a abolição, de se fazer
justiça e nivelar a sociedade. Todo mundo que aplaudiu, inclusive o J.S.,
enfiou a língua naquele lugar.
Ricardo
Mezavila.
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