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terça-feira, 27 de agosto de 2019

O torturador nunca é amado



Ontem, durante a transmissão do pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro na televisão, o Amarelinho, bar mais tradicional da Cinelândia, no Centro do Rio, foi tomado por um coro que se transformou no maior hit do último carnaval: ‘Ei, Bolsonaro... ‘. 

Nem todos aprovaram, alguns fizeram cara feia, outros balançaram as cabeças em tom reprobatório, outros ignoraram, mas a maioria foi no embalo até o fim.

Voltando três, quatro anos, o panelaço era a marca de uma gente estranha e esquisita que se travestia com a camisa da corrupta CBF para pedir o fim da corrupção, que ia para a varanda e para a janela bater panela sempre que a Presidenta Dilma se pronunciava, que seguia um pato amarelo pelas ruas como se figurante de um thriller fosse. Normalmente, os panelaços são manifestações de crítica ao governo, que teve sua origem, como um fenômeno social, em 1971, no Chile, segundo algumas fontes.

A tendência é que as manifestações sejam frequentes, mas isso não parece perturbar o presidente que, ontem mesmo, ironizou os atos em um vídeo batendo panela. A impressão que passa é que Bolsonaro se expõe para ser vaiado, xingado, para ser ofendido. O seu campo de atuação é dentro da linha da tortura e do extermínio. O torturador nunca é amado, seu caráter perverso triunfa quando é agredido pela parcela da sociedade por quem nutre ódio de classe. 

Bolsonaro é um kamikaze, não adianta atirar para matar porque ele está ali para morrer, não adianta apupar porque ele está ali para ser humilhado. A apoteose do tirano são as vaias, que são resultado de seus atos, prova de que está no caminho certo fazendo as coisas erradas. Os brasileiros levaram ao poder um sociopata, que representa uma elite individualista, soberba e uma classe média egoísta e alienada.

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