Pode entrar,o Blog é seu! Welcome to Blog! Since 30 july 2011

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Dois corações e um coturno

hitler e eva braun




Na Alemanha de 1923, com o fracasso do golpe de Estado, no episódio que ficou conhecido como o “Putsch da Cervejaria”, o então obscuro militante Adolf Hitler, um dos idealizadores do golpe e membro do NAZI - partido político alemão - cumpriu alguns meses de prisão no cárcere de Landsberg, no Estado da Baviera. Após o período de reclusão e tendo sido proibido de discursar em público, refugiou-se em uma casa na montanha, no sul da Alemanha, dedicando-se exclusivamente a escrever.

Nessa época convidou sua meia irmã, que havia ficado viúva, para administrar sua casa. Ângela, que vivia na Áustria, atendeu a solicitação e viajou com suas três filhas, entre elas uma bela adolescente de dezessete anos, Geli Raubaul. Logo que conheceu seu tio, que já era um político famoso, passou a respeitá-lo, enquanto o futuro ditador e chanceler sentiu por Geli um amor obsessivo e mórbido. Aproveitando-se da ascensão sobre a jovem, passou a controlá-la, era visto constantemente em sua companhia, tendo motivado rumores de um possível romance, comentários que o irritavam profundamente.

Segundo Otto Strasser, membro do NAZI, que possuía orientação contrária à de Hitler dentro do partido, Geli participava de sessões sadomasoquistas com o tio, que alimentava uma paixão doentia pela sobrinha. Ela teria revelado a Otto as humilhações a qual era submetida. Em 1931, a jovem teria sido levada ao suicídio depois de frustradas tentativas de fuga da Alemanha. Algumas fontes contam que após a misteriosa morte de Geli, Adolf pensou em tirar a própria vida e, estranhamente, acabou por descobrir que não podia mais comer carne: “É como comer um cadáver” – dizia - tendo se tornado vegetariano após esse fato.

Na data de aniversário da morte de Geli, o líder nazista que mandara fazer um busto em sua homenagem, ficava horas trancado no quarto da amada olhando suas roupas e fotografias. Nos anos que antecederam a guerra, passou as vésperas de natal sozinho no quarto. Hitler manteve retratos de Geli na Berghof – nome da antiga casa que fizera de refúgio – e nas paredes e mobílias da Chancelaria do Reich.

Durante a relação com Geli, apesar de toda a intensidade, o autor de Mein Kampf, também mantinha um romance com Eva Braun, assistente de Heinrich Hoffmann, seu fotógrafo pessoal.  Após a morte da sobrinha, Eva foi morar na casa da montanha, porém poucas vezes tinha contato com o Fuhrer, que dizia em público: “Um homem extraordinariamente inteligente tem que ter uma mulher burra e primitiva”. Era notório seu desprezo pelo interesse político das mulheres. A relação entre os dois era mantida em segredo, sua existência era ignorada até por partidários próximos. Eva era culta e apaixonada por fotografia, muitas fotos e filmes do ditador são atribuídos a ela.

Eva Braun e Adolf Hitler viveram quatorze anos juntos, mas permaneceram oficialmente casados apenas por quarenta horas. No dia seguinte ao casamento, em 1945, ele se suicidou com um tiro na têmpora e ela o seguiu ingerindo uma cápsula de cianureto. Há outras versões sobre o fim do ditador, inclusive uma possível fuga em um submarino para Bariloche. Contudo, sua vida amorosa e amplamente divulgada, teve várias amantes protagonistas, mas nenhuma com a estatura e significância de Geli Raubaul e Eva Braun.


Ricardo Mezavila

Nenhum comentário:

Postar um comentário