Inacreditável,
mas as religiões de matriz africana não terão espaço, no Brasil, no Centro
Ecumênico que será instalado na Vila Olímpica. Isso se parece com a atitude de
pais doentes e racistas que, com vergonha de um filho mestiço, o mandam para
casa da avó quando recebem visitas.
As
religiões como Candomblé e Umbanda convivem com o crime de ódio e discriminação
há séculos. Embora existam leis que a defendam, o poder público, mais uma vez,
mostra que esse convívio é superficial e deixa claro o preconceito contra as
tradições africanas, negando a visibilidade desse patrimônio cultural.
Estarão
representados o cristianismo, islamismo, judaísmo, hinduísmo e budismo. O
Comitê Olímpico Internacional (COI), disse que foi feito um levantamento, com
base em dados estatísticos, e foram selecionadas as cinco religiões mais
seguidas pelos atletas que participarão do evento.
Disseram
também que ‘não podemos agradar a todos’ e que o Centro estará aberto para
todos que estejam interessados em apoio espiritual. Claro, desde que rezem para
o deus que eles escolheram, cantem os cânticos e vistam-se como a tradição das
religiões privilegiadas, nenhuma de origem negra.
Francamente,
no país negro as religiões de tradição africana não estarão representadas no
maior acontecimento esportivo do planeta. Lamentável perceber que a
discriminação ainda é forte na poder público que é a representação da
sociedade. Nada mais evidente, cabal e irrefutável da prova de que o racismo no
Brasil é real, que a perseguição continua.
A
intolerância religiosa é extensão do pensamento do homem branco e rico, que
hoje apoia um golpe para manter um líder soturno e das trevas na presidência.
Ricardo
Mezavila
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