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quinta-feira, 3 de maio de 2012

Nos Jardins do Marajá




Não assisti ao filme “Lula, o filho do Brasil” que esteve em cartaz há alguns meses. Não assisti porque não me interessei, apesar de o DVD com o filme custar cinco reais em qualquer calçada, de qualquer bairro, não quis. Quando soube do filme fiquei deprimido, uma reação natural para quem acreditava “inocente” em reforma de base na educação, reforma agrária e sufrágio facultativo. Lula o filme, pensei, podia resgatar o sentimento de derrota que nós, militantes das ruas, enterramos lá por 2003 quando o gato subiu no telhado e miou a corrupção.

Se fosse um filme sobre Fernando Collor eu assistiria logo na estréia. A vida política de Collor, este sim, foi recheada de acontecimentos dignos da Cosa Nostra. Corrupção, traição, assassinato, operações financeiras ilícitas, golpes, arrogância, caras pintadas, prisão internacional, tráfico de influencias, manifestações públicas, seqüestro, confiscos, manipulação jornalística, ministros dançando bolero, enfim, um cabedal que não deixaria nada a dever aos grandes protagonistas dos cinemas.

Lula, o filme, não ficaria muito a dever se a construção do filme fosse os subterrâneos do Planalto, dos partidos políticos e dos gabinetes, mas o homem pobre que virou presidente da república tem um perfil mais dramático, quase épico. Não seria interessante deixar uma história tão rica em privações ser ultrajada pelos charutos, viagens e uísques.

Em dois anos que esteve no governo, o presidente Collor cometeu tantos desvarios, tantos delírios e loucuras que, se ficasse o mandato todo, seria internado. Seu irmão, Pedro, autor do livro “Passando a limpo – A trajetória de um farsante” foi quem, incorporando o ciúme de Caim, matou politicamente o irmão mais velho. Utilizando-me da fábula bíblica, podemos comparar a casa da Dinda com o paraíso e PC Farias com a cobra.

Nesse apanhado de acontecimentos, tenho certeza de que Collor daria ótimo enredo para uma obra de ficção extraordinária: Nos Jardins do Marajá.

Ricardo Mezavila

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