Muitas vezes, nas relações,
andamos em campo minado e não sabemos onde estão as bombas. Pisamos em uma
atitude, uma palavra, uma brincadeira e, de repente, tudo pode vir a explodir
de maneira inesperada, lançando uma atividade profissional, uma amizade, uma
relação familiar ou um amor, pelos ares. Outras vezes sabemos onde estão as
bombas, mas não sabemos o porque de terem sido colocadas ali. Então passamos
desconfiados pelos caminhos explosivos, tentando não pisar em algo que pode vir
a explodir sem explicação.
Na maioria das vezes sabemos onde
estão as bombas e os motivos do campo estar minado, aí é preciso mais atenção
ainda. Andar entre as bombas requer cuidado com aquilo que se tem apreço. É
como acordar e perceber que o jardim das brincadeiras virou um lugar perigoso,
onde não cabem um sorriso à toa, uma piada fora de hora, uma observação vaga,
ou uma simples opinião vadia. Como um equilibrista sobre o cabo de aço, assim
devemos caminhar quando encontramos um campo de bombas.
O maior perigo em se pisar em um
artefato desses, não é perder uma perna, um braço, a cabeça, mas perder a
essência dos dias sem “guerras”, quando os risos soavam mais alto do que uma
dinamite; a companhia se fazia necessária em todo e qualquer momento; a
cumplicidade dispensava um comentário mais preciso; as mãos juntas seguravam
qualquer peso; saudade era um sentimento permanente, ao mesmo tempo, ausência era
somente substantivo feminino.
Cuidado perigo! Se voce estiver
lendo isso em algum dos seus relacionamentos, provavelmente, avistou uma bomba
camuflada entre os seus sentimentos. Faça o seguinte: Antes de atravessar o
campo até o fim, desmonte seus explosivos, caminhe pensando somente nas coisas
que foram boas, sinta que a vida é demais para as coisas de menos, continue
andando e voce vai chegar seguro dentro de si mesmo. Então, repare que nada foi
definitivamente detonado, e que vocês podem brincar no antigo jardim de novo.
Ricardo Mezavila
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