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quinta-feira, 31 de março de 2016

Hoje eu estava em casa em 31 de março de 1964.





Eu vivi 31 de março de 1964 com cinco anos de idade e, claro, não tive noção, na época, o que aquilo representava. Em um ano entre 1964 e 1968, minha casa foi 'visitada' por integrantes do DOPS que procuravam por um tio, universitário, que havia escrito um artigo em um jornal, contra a ditadura militar.


Cresci assim, com meu pai sempre falando em esquerda, em Getúlio, Jango, Brizola, e contra os governos de Castelo Branco, Costa e Silva. Medici, Geisel e Figueiredo.


Lembro de meu pai comentando sobre o comício, que ele participou, do presidente João Goulart, na Central do Brasil; assim como lembro quando ele me levou pelas mãos, para ver tanques de guerra em frente a uma escola pública, que ameaçavam os estudantes e a democracia.


Hoje, 52 anos depois do golpe militar, que deu início a um período de obscurantismo, de cassações aos direitos políticos, de tortura, de assassinatos e perseguição às artes e aos artistas, particiipei de um ato, no Largo da Carioca, pela democracia.


Meu pai, não abaixei a cabeça, sei das nossas origens e de como foi difícil chegarmos aqui. Suicídios, renúncias e golpes estiveram em nossas conversas, desde sempre, por isso conheço o lado que somos representados e de onde fincar os meus pés.


Aos da mesma geração que a minha, que eram envolvidos por uma onda de alienação quando criança e, depois na juventude, não cresceu pariticpando do contexto político, sinto muito.


A politica foi cruel com a gente e, agora, aqueles que sempre nos ignoraram, querem retomar as rédeas e, como vocês não acompanharam suas trajetórias, acreditam que são os que trarão a paz e a governabilidade, o fim da corrupção.


Agradeço ao meu pai, por nunca ter se omitido!


Ricardo Mezavila.

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