De
atos em atos, ora a favor, ora contra, a sociedade vai fazendo história nas
ruas. Apesar das contradições acirradas pela forma como cada um tem acesso à
informação, o que mais importa é o debate e, nem sempre, o seu nível. Pessoas
antes alheias aos acontecimentos estão interagindo, isso tem representatividade
e merece registro positivo.
Os
atos de apoio ao governo, os que participo, não são atos de apoio ao PT, ou
somente ao mandato da Presidenta Dilma Rousseff, mais que isso, são atos de
apoio à democracia, ao acesso à universidade, à livre expressão, ao direito dos
homossexuais, à liberdade de investigação, contra o machismo e a misoginia,
pela imprensa democrática, pelo Nordeste e políticas voltadas para a população
negra, e todas as outras reivindicações a favor da liberdade religiosa, étnica,
social e política.
Os
atos contra o governo são, exclusivamente, atos contra a corrupção, que deve
ser investigada. O uso político que os opositores fazem, usando a indignação
popular como escudo, como um anel dourado sobre a cabeça, merece repúdio e
combate. A corrupção é um mal de raízes profundas e antigas, com grande poder
de mobilização porque é de fácil compreensão para a população, que diz
sabiamente: ‘Chega de roubalheira’!
A
permanência da democracia está correndo risco e isso envolve perdas históricas,
muito mais importantes do que o dinheiro que vai pelo esgoto. Isso é de difícil
compreensão popular, porque requer um pouco de conhecimento e de reflexão, de
consciência crítica e entendimento social.
Ricardo
Mezavila.
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