Se
os problemas do mundo fossem as enchentes, desabamentos e incêndios; as
crianças negras que esperam por adoção, o preconceito sexista contra
autoridades, a prisão e abandono dos animais nos zoológicos, os naufrágios dos
barcos de refugiados na travessia dos oceanos, talvez pudessem ser evitados com
uma oração, da agora santa, Madre Teresa de Calcutá, ou por alguns dias de
jejum sob o efeito da Ayahuasca, uma vigília petencostal na Assembléia de Deus,
uma sessão de caboclos na umbanda, um retiro budista na Índia. Se os problemas
do mundo fossem os mosquitos...
Os
problemas do mundo não é a falta de religião, se fosse, não teríamos problemas,
haja vista a quantidade de igrejas espalhadas pelo planeta. A ciência tem dito
que nós suprimimos parte do cérebro para acreditarmos em Deus, que esse é o
grande mistério do homem. Pode ser que Deus esteja escondido, ou exilado,
dentro de nós mesmos, por isso não o encontramos quando o procuramos fora.
Nossos
problemas podem ser minimizados pela sustentabilidade que nos permite a nossa
permanência, em um nível tolerável, durante determinado tempo. A
sustentabilidade ambiental, alimentar, cultural, emocional e sexual, nos
permite compartilhar a solidariedade, o respeito às diferenças, à diversidade, ao
pluralismo étnico e de gêneros.
Não
há uma solução para os problemas do mundo, não há alternativa na letra de ‘My
Sweeet Lord’, de George Harrison e nem nas frases de “It´s allright, ma (I´m
only bleeding), de Bob Dylan, mas talvez na doçura de ‘Heart of gold’, de Neil Young.
Não é a falta de um Pastor Messias
fundador do hinduísmo, nem o fanatismo de um muçulmano, de um católico, ou de
um herege, que podem indicar um caminho com menos
pedras.
Se
os problemas do mundo fossem os cálculos renais, as reposições hormonais, o
hipertireodismo, o alcoolismo, os pólipos intestinais, as dores lombares, a
menopausa, a falta de atenção e as manchas nos rins, estaríamos prontos para
entrarmos em uma faixa humana de segurança, onde encontros diurnos com lobos e
búfalos suados seriam naturais, como nossas roupas listradas, psicodélicas.
Se
os problemas do mundo fossem os mosquitos...
Ricardo
Mezavila.
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