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terça-feira, 29 de março de 2016

A publicação do pecado



O então acadêmico Clóvis de Barros Filho, hoje professor da USP, participava da pauta do Jornal Nacional com sua turma, quando Willian Bonner liga para o celular do ministro do supremo Gilmar Mendes e pergunta: 'Vai decidir alguma coisa importante hoje? Mando ou não mando o repórter?'. Gilmar Mendes: "Depende, se você mandar o repórter, eu decido alguma coisa importante".

Esse diálogo, que está no livro 'Devaneios sobre a atualidade do capital', Editora CDG, demonstra, sem nenhum constrangimento, como funciona os bastidores entre a mídia, a política e a justiça. Os milhões de desavisados que assistem ao JN não sabem, mas mastigam somente o que essa gente fascista quer, apenas o que convém aos seus interesses.

Talvez a gravidade desse depoimento do professor Clóvis não seja relevante para quem assiste o Bonner, porque seus sentidos já foram violados, mas é muito grave para a democracia que haja esse tipo de comprometimento parcial e seletividade midiática.

A seleção das notícias segue um critério que serve para alienar e não informar, já que só divulgam o que é bom para um lado, inibindo a formação de opinião. Não informar tudo o que ocorre já é inaceitável para uma imprensa isenta, mas informar por seleção é servir de instrumento a uma causa.

Segundo a religião 'o mundo é assim porque Deus quis que fosse assim'; segundo Marx, 'a religião é assim, porque o mundo precisou que fosse assim'.

A mídia seletiva é a religião do analfabeto político.


Ricardo Mezavila.

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