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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Houston, Houston!


Permito-me um tempo nas coisas do cotidiano para falar de uma época em que o amor, literalmente, estava no ar, como supõe a canção loves is in the air. Vou dar um tempo nos classificados da Web e viajar no tempo e espaço para ouvir o som da Motown: Smokey Robinson, The Supremes, Marvin Gaye, Diana Ross,  The Temptations, Gladys Knights & The Pips, Stevie Wonder, The Stylistics, Manhattam, Blue Magic, etc.

Os artistas da Motown Records, gravadora de discos norte americana da cidade de Detroit, importante pelas montadoras de automóveis lá instaladas, aliás, era conhecida como “Motor Town”, daí o nome da gravadora, uma redução e ficou (Motown), eram negros e afinadíssimos.

Alguns grupos surpreendiam quando víamos suas imagens: como um negão desse consegue cantar com essa voz, tão fina? Pensava que era mulher. Era mais ou menos assim nossos comentários inocentes sobre as vozes que nos faziam príncipes e princesas nas festinhas regadas a cuba libre e hi-fi.

Existia na época, primeira metade dos anos 1970, o grupo dos roqueiros e o grupo dos Blacks. Para ilustrar: o primeiro cultuava, entre outros, Led Zeppelin e o segundo, entre outros, James Brown. Costumávamos andar em grupo, muitos meninos e meninas que saíam à noite caçando festinhas para entrar como “penetras”. Muitos não vão acreditar, mas a gente entrava em quase todas as festas, mesmo sem ser convidado. Já dancei valsa de quinze anos com a debutante sem, ao menos, saber seu nome; já cumprimentei muitos casais em salões de festas, sem convite.

Naquele tempo se fazia festinhas nos quartos, éramos tantos que, talvez “aquela cara estranha” fosse amigo de algum convidado. A maioria no grupo gostava de rock. Eu gostava (ainda gosto) de rock e de soul music, ou seja, eu era “roqueiro” e “black”, já tinha o sentimento de que o combustível dos conflitos e do ódio é o separatismo, a segregação e a injustiça que faz com que um grupo tenho o domínio sobre o outro.

Houston, Houston! We have a problem!” Com esse clássico chamado dos astronautas da Apollo 13, volto à Terra, ouvindo os últimos acordes de For once in my life. Preciso voltar aos classificados da Web, ao cotidiano... ainda guardo em mim a pulsação dos solos de Page e a dança de Mr.Brown. Ainda bem.

Ricardo Mezavila


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