Imagine
que, de repente, você acorde em um dia qualquer, um domingo, por exemplo, e
perceba que tudo ficou estranho de um dia para o outro. Não é uma mudança
física, você ainda conserva o sobrepeso, a calvície e a lombalgia, mas tem
alguma coisa que não bate e que te incomoda.
Isso
acontece muito mais do que imaginamos, mas não percebemos, porque não fazemos a
leitura correta daquilo que está escrito nas pautas do tempo. A percepção de
que ‘tudo ficou estranho’, é somente o sentimento inesperado daquilo que não
escolhemos, mas que permanece em algum lugar, como aquele objeto que nunca mais
usamos.
Não
há nada de errado em imaginar como seriam nossas vidas se tivéssemos feito
outras escolhas, se utilizássemos o ‘plano b’ com mais, ou menos frequência; se
pegássemos mais, ou menos atalhos; mais, ou menos desvios.
O
pacote completo daquilo que somos deve conter as considerações que poderíamos
ter sido mais, ou menos sérios; mais, ou menos permissivos; mais, ou menos
medrosos. E, por falar em medo, nada é mais repressor do que não ter a coragem
de escolher a porta por qual entrar e, principalmente, a porta por qual sair,
quando partir for a melhor escolha no momento.
Respire
fundo, saia da frente do ‘estouro da boiada, ’ para não ser atropelado pela
pressa de quem quer que você decida logo. Tenha calma para olhar o domingo com
utopia e razão, mas não deixe de laçar um boi da boiada, tenha o cuidado de não
deixá-lo na sombra, porque ele pode perder melanina e ficar pálido, escolha por
deixá-lo no sol, com protetor solar.
Ricardo
Mezavila.
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