Tudo escuro, tudo morto
um tanto mais morto
mais escuro e torto
os olhos fechados
são portas e janelas
do porão
do valão
da não condição
da mão
do dilúvio
da cabeça do vulcão
do coração do vento
do mar e do terremoto
do nada, não
do vício pelo ódio
odiosos viciados
homofóbicos
cérebros castrados
toma uma
toma duas
toma três
toma...toma
desalmados
pestilentos
egocentricos
tirem as mãos
vazem pelos vãos
abomináveis
inomináveis
saiam desse dia
não entrem nesta noite
desapareçam na madrugada
na fumaça
sem vestígios
sem sangue
sem cheiro
hipnotizados
acordem
quando a nuvem cair
quando os dedos
quando todos os dedos
estalarem
deixem para trás
o torpor
o veneno
as traças perversas
as daninhas
os vermes
do fascismo
Ricardo Mezavila.
Nenhum comentário:
Postar um comentário