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quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Tentando entender o eleitor do fascismo


Apesar de não serem fascistas, muitos nem sabem o que seja fascismo, quem votou no primeiro turno e votará no segundo em Jair Bolsonaro é, antes de tudo, uma pessoa revoltada com a política, com os políticos e, mais que tudo, com a corrupção.
Os meios de comunicação massificaram a população contra o governo de Dilma Rousseff, porque queriam 'estancar a sangria'. A Presidenta era um entrave para que a Petrobrás fosse totalmente vendida, tanto que demitiu toda a diretoria quando soube da suspeição de corrupção na estatal.
Depois da derrubada de Dilma, seria preciso tirar Lula de circuito para que o golpe prosseguisse. O nome de Lula e seu suposto envolvimento com a corrupção foi um massacre na cabeça da população.
Resultado da estratégia golpista: Dilma deposta por crimes de responsabilidade que não cometeu, e Lula preso por um imóvel que nunca foi dele. A população, de tanto relacionarem o PT e Lula à corrupção, foi levada pelo ódio a pedirem a destruição da esquerda.
Como todo esse cenário foi construído em cima de mentiras, o país desabou em uma crise institucional generalizada e profunda. Esse é o contexto apropriado para o surgimento e ascensão do fascismo.
Os políticos e os partidos estão desmoralizados, o judiciário também, mas os juízes são parte do processo de degradação, continuam agindo para que o rito de passagem de nossas riquezas para as mãos estrangeiras seja bem sucedido.
Com apoio de organizações internacionais, a campanha de Jair Bolsonaro utiliza tática de guerra eleitoral incluindo a indústria do fake news. Feixes de milhões de mensagens são disparados simultaneamente para milhões de eleitores, principalmente via Whatsapp.
O sistema de campanha política no Brasil foi pego de surpresa pela tática criada por Steve Bannon, assessor político de ultradireita que elegeu Donald Trump, e não sabe como desconstruí-la.
O que vemos então é uma corrida hipnótica da população ao encontro do fascismo. A Ku Klux Klan disse sobre Bolsonaro: "Ele soa como nós." Um elogio desse seria uma pá de cal na candidatura de qualquer candidato, mas aqui a Ku Klux Klan também é 'mito'.
Não adianta falar, mostrar vídeos, exemplificar com o que ocorreu na Europa, nada tira da cabeça do eleitor de Bolsonaro que é ele quem vai salvar o país, apesar de estar na política a trinta anos e nunca ter feito absolutamente nada que justifique tanta popularidade.
Quem votou ou vai votar no fascismo está atirando o país em um abismo, que pode perdurar por décadas até que retomemos o crescimento, a democracia e nossa soberania.
Ainda escrevo porque quero deixar um legado de luta pela democracia, quero que meus netos saibam de que lado eu lutei, que não fui responsável pelo BRASIL que eles vivem.
Tudo isso são areias ao vento, os eleitores não acreditam na verdade, no máximo recorrem ao senso comum médio de que 'são todos iguais. O mundo está alertando para o perigo, mas o fascismo já está no organismo como um câncer.
Ricardo Mezavila.

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