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sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Era uma vez um Brasil

 

Lá no início do século passado, o poeta soviético Vladimir Maiakovski, escreveu uma frase perdida : "Em algum lugar, acho que no Brasil, existe um homem feliz". O então "em algum lugar" era um país que tinha acabado de abolir uma escravidão que perdurava a mais de trezentos anos. 

Depois o "em algum lugar" virou república, tornou-se industrial e agigantou-se no continente a qual existiam suas terras. Quando "esse lugar" parecia que daria um enorme passo nas conquistas sociais com as reformas de base, uma nuvem cinzenta desceu do céu espalhando medo, tortura, censura e morte. 

Foram vinte e um anos de um sol envergonhado e triste, de uma gente que olhava mais para o chão do que para a lua. As ondas eternas nunca deixaram de bater nas pedras, mesmo com as muralhas construídas, elas não obedeceram o silêncio. 

O povo daquele lugar deu início a reconstrução, pedra por pedra, daquilo que lhes foi tirado. Durante algum tempo conseguiram, com lutas e contratempos, algum avanço. Mas a nuvem cinzenta desabou novamente sobre suas cabeças. A tempestade veio com mais força. O lugar onde Maiakovski achava que existia um homem feliz, foi detonado por homens infelizes e de toga. 

Na atualidade esse lugar é um pária mundial, um retrocesso conservador habitado pelo preconceito de fascistas, por uma ralé analfabeta e apolítica que se deixa enganar por discursos de ódio. Era uma vez um lugar que exista um homem feliz, acho que no Brasil. 

Ricardo Mezavila.

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