Hoje os petroleiros iniciam a verdadeira greve em tempos de golpe. Não estão reivindicando salário ou jornada de trabalho. Reivindicam o retorno à soberania, a volta de um tempo, pouco distante, quando parcelávamos o carro e não o combustível.
A classe média que apoiou o golpe arregimentada pelas redes de televisão, já sente falta das viagens internacionais, dos vinhos e dos restaurantes caros. Agora a classe média tem que escolher entre a viagem e a mensalidade da escola, não compra Louis Vuitton e nem sonha em calçar um Gucci, e ainda corre o risco de ficar desabastecida de papel higiênico. A classe média decadente só é fashion diante do espelho, quando faz selfie para postar em redes sociais.
A classe média tinha que descer do altar de sua ignorância e fazer mea culpa, desintoxicar-se de Janaína, Cunha, Aécio, Temer, Moro, FHC. Os amarelos da Paulista e da Atlântica precisam de uma dose de realidade, assumir que patriotismo não é cor, é preservar a soberania e a democracia.
O ódio instalado vem derretendo,isso é claro, mas a fragilidade política e o fato de não 'torcer o braço', pode fazer com que a classe média se deixe envenenar pela intervenção militar, o que é muito provável, já que a direita não consegue emplacar nenhum nome para enganá-la novamente com as 'pontes para o futuro', escola sem partido e o modelo neoliberal de redução do estado.
A situação é insólita. Em dois mil e dezenove o presidente em exercício pode ir para a cadeia e o ex-presidente preso pode assumir a presidência. Se justiça houvesse, Lula e Temer não estariam onde estão.
RIcardo Mezavila.
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