A
sociedade ficou espantada com a performance dos deputados na Câmara, durante a
votação do impeachment. Até aqueles que apoiam o golpe ficaram indignados com a
insanidade coletiva daqueles que representam o nosso voto.
De
início, a sessão na Câmara não podia , moralmente , ser presidida pelo atual
presidente da Casa. Acusado de receber milhões de dólares de propinas, contas
no exterior e réu em processo no Supremo, Eduardo Cunha é a 'cara' do
impeachment.
Em
algum lugar, talvez no Palácio do Jaburu, em Brasília, o vice-presidente
contabilizava, o que para ele, era a contagem de sua eleição indireta.
Denunciado e com o nome nas listas de beneficiados das empreiteiras, Michel
Temer é a 'cara' do golpe.
Uma
deputada fez homenagem ao marido, prefeito de uma cidade em Minas Gerais,
justificando o voto no SIM. Na manhã seguinte o marido de Raquel Muniz, Ruy
Muniz, foi preso pela PF acusado de corrupção. Políticos foram comprados, dizem
que a FIESP derramou milhões de reais, e mudaram seus votos em cima da hora.
O
auge, o protagonismo do circo de horrores, veio pela língua de um ser humano
carregado dos piores sentimentos. O deputado Jair Bolsonaro desenterrou o
cadáver de um dos maiores torturadores do período da ditadura militar.
Sua
apologia à tortura causou asco nas pessoas que conhecem e são solidárias com as
vítimas dos excessos cometidos pelo DOI-CODI, órgão comandado pelo coronel e
torturador Brilhante Ustra.
Continuando
seu desfile de estupidez, xingou e expeliu homofobia, uma das características
de seu caráter, contra o sóbrio e esclarecido deputado Jean Wyllys , que agiu
naturalmente, como agimos quando sentimos repugnância e enjoo, cuspindo na
direção do fascista.
No
fim, ouvimos algumas pessoas a favor do impeachment soltando fogos de
artifícios, comemorando uma vitória subvertida, festejando um gol contra.
Ricardo
Mezavila
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