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terça-feira, 19 de abril de 2016

O cuspe e a ode à tortura



A sociedade ficou espantada com a performance dos deputados na Câmara, durante a votação do impeachment. Até aqueles que apoiam o golpe ficaram indignados com a insanidade coletiva daqueles que representam o nosso voto.

De início, a sessão na Câmara não podia , moralmente , ser presidida pelo atual presidente da Casa. Acusado de receber milhões de dólares de propinas, contas no exterior e réu em processo no Supremo, Eduardo Cunha é a 'cara' do impeachment.

Em algum lugar, talvez no Palácio do Jaburu, em Brasília, o vice-presidente contabilizava, o que para ele, era a contagem de sua eleição indireta. Denunciado e com o nome nas listas de beneficiados das empreiteiras, Michel Temer é a 'cara' do golpe.

Uma deputada fez homenagem ao marido, prefeito de uma cidade em Minas Gerais, justificando o voto no SIM. Na manhã seguinte o marido de Raquel Muniz, Ruy Muniz, foi preso pela PF acusado de corrupção. Políticos foram comprados, dizem que a FIESP derramou milhões de reais, e mudaram seus votos em cima da hora.

O auge, o protagonismo do circo de horrores, veio pela língua de um ser humano carregado dos piores sentimentos. O deputado Jair Bolsonaro desenterrou o cadáver de um dos maiores torturadores do período da ditadura militar.

Sua apologia à tortura causou asco nas pessoas que conhecem e são solidárias com as vítimas dos excessos cometidos pelo DOI-CODI, órgão comandado pelo coronel e torturador Brilhante Ustra.

Continuando seu desfile de estupidez, xingou e expeliu homofobia, uma das características de seu caráter, contra o sóbrio e esclarecido deputado Jean Wyllys , que agiu naturalmente, como agimos quando sentimos repugnância e enjoo, cuspindo na direção do fascista.

No fim, ouvimos algumas pessoas a favor do impeachment soltando fogos de artifícios, comemorando uma vitória subvertida, festejando um gol contra.

Ricardo Mezavila


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