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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Uma conquista silenciosa





As conquistas históricas que a esquerda sempre lutou, ainda estão longe de serem atingidas, ainda não fizemos a reforma agrária e reforma de base na educação como planejávamos, não acabamos definitivamente com a miséria; os salários ainda estão abaixo do custo de vida e existem outras reivindicações que, se ainda não foram conquistadas, estão em curso.

Agora, avançamos em uma questão que não é muito sentida, acontece aos poucos e passamos a conviver com ela e  nem percebemos que foi uma conquista importante. A liberdade de expressão e o fim da censura avançaram bastante nos últimos anos, as pessoas saíram da letargia coletiva e começaram a discutir política. Antes era complicado falar de política porque você era carimbado de chato, inconveniente e de comunista.

A direita não precisava defender suas teses como fazem hoje, aliás, nem precisava, porque éramos poucos e a guilhotina estava sobre nossas cabeças. Com o avanço da liberdade de imprensa, com o surgimento público de outros canais de informação, a sociedade passou a ouvir o que era encoberto, passou a ter voz e a exigir mudanças, sentiu que pode se organizar e encher as ruas para protestar.

A cortina caiu e o debate começou. Mesmo que eu discorde de algumas opiniões sobre ideologias de gênero, cotas para negros, redução da maioridade penal, ouço as contradições e fico confortável em pensar diferente porque respeito e, isso é fundamental, tenho a sensação boa de que estamos evoluindo intelectualmente.

Mesmo sendo hostilizado e combatido por ser “governo”, por apoiar a democracia e a legitimidade, até mesmo pelos desafetos pontuais, com tudo isso, me encho de esperança quando percebo que a sociedade está acordando e, o que é mais significante, está pensando.

Vamos dar um tempo para que ela abra os olhos, espreguice, escove os dentes e vá ela mesma preparar o seu café. Por enquanto ela somente abriu os olhos, está meio sonolenta e ainda obedece algumas ordens, repete algumas vozes, mas acredito que para acordar é preciso primeiro abrir os olhos, e isso ela já conseguiu.

Ricardo Mezavila.





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