Nunca
entendi bem o que foi o “Junho de 2013”. As ruas tomadas por uma geração
apartidária, que parecia cansada do “tudo do mesmo”, e decidida a mudar as
estruturas do poder. Não eram representados por ninguém, eram índios e
estudantes; professores e black blocs cativando as pessoas, convencendo-as a
saírem do conforto de suas casas e lutarem por seus direitos. O que foi aquilo? Com certeza não regrediram
e se tornaram essa gentalha da classe média que foi às ruas gritar “fora
Dilma.”
Não
tenho dúvidas de que, se o movimento tivesse crescido com responsabilidade, que
se fosse construtivo e carregado de propostas positivas e concretas, o governo
federal, através de seus representantes nas casas legislativas, teria acolhido
suas reivindicações populares. Porém, parece que houve infiltração de grupos
opositores, reacionários e conservadores, que preferem o país dos ignorantes e
despolitizados.
E, de
repente, não mais que de repente, as coisas vão retornando aos seus lugares. A
Lamborghini e a Ferrari voltaram, sem arranhões, à garagem da Dinda; as portas
da Papuda reabriram para receber Pizzolatto, o italiano paraguaio; os dólares
das contas suíças de Cunha estão retornando pelo esgoto de onde saíram; a
oposição, cansada de destilar ódio, começa a aceitar que as eleições
terminaram; os inocentes úteis que faziam selfies nas manifestações e os paneleiros
de plantão foram descartados, não lembram de nada, estão no silêncio de seus
mundos individuais.
O
pessoal do “impizzament” sucumbiu ao fato de que no governo tem uma mulher
forte, que sofre discriminação e a rejeição por usar saias em um cargo que, até
então, só vestia calças; que venceu um câncer em pleno mandato; que foi
torturada fisicamente quando lutava pela liberdade que temos hoje, que mantém
ilibada sua figura pública, e que, apesar de todas as manobras, não vai
desistir de cumprir a legitimidade de seu mandato até o fim.
Ricardo
Mezavila
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