A
melhor coisa do Facebook é que, visto com um pouco de paciência, se parece com
a redação de um jornal. As diversidades das publicações se aproximam das seções
e cadernos dos diários. Entrei um minuto e li notícias sobre esportes,
política, culinária, criminalidade, vida animal, religião, economia, diversão
& lazer, humor, obituário, entretenimento, jogos, ciência &saúde, cultura &
arte, coluna social e até classificados e horóscopo.
Os
“jornalistas” não só compartilham notícias como fazem comentários a respeito. Tem
opinião para o agrado de todas as tendências. E, não raro, ainda realizam
veementes debates sobre questões relevantes da sociedade. Eu fico na seção
OPINIÃO com meus textos, às vezes mais para articulista, às vezes mais para
cronista. Agradando ou não, temos que ter compromisso com o que acreditamos e
respeitar sempre as opiniões contrárias.
Esse
olhar sobre o Facebook é revelador, instiga a capacidade intelectual, ativa e
aguça o senso de pensar e produzir. É um exercício factual com doses escondidas
de veneno na receita do pudor, mas que não estraga o produto e nem faz mal ao
estômago.
Sem
perceber colaboramos informalmente com a informação, como a imprensa
alternativa faz. Antes da informatização éramos apenas leitores, agora somos todos jornalistas. As ferramentas são muitas e todas facilitam a prática do
jornalismo em casa, no trabalho, na rua, no transporte, em todos os lugares
podemos contribuir fora do modelo clássico e da norma culta oficial dos grandes
meios de comunicação.
Então,
não sejamos como os frustrados jornalistas que não veem aqui uma possibilidade,
e não percebem que rola uma interação totalmente variada, que converge e
diverge o tempo todo, ora com a eficiência crítica e valente de um paquiderme,
ora com a futilidade charmosa e a carência materna de um filósofo.
Ricardo
Mezavila.
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