Em
décadas passadas alguém que tivesse alguma limitação física ou intelectual sofria
preconceito causado pela falta de informação, tanto de seus familiares, quanto da
sociedade em geral. Isso ainda não está totalmente resolvido, mas a qualidade
da informação trouxe um olhar mais compreensivo e menos ignorante sobre essa
realidade. Estados e municípios criaram secretarias próprias que atendem quem
precisa de atenção especial; promovem fóruns e convenções para a proteção e
promoção dos direitos e dignidade dessas pessoas.
Apesar
das conquistas sociais e dos avanços da ciência, ainda se discute a forma
adequada de chamar a pessoa com deficiência. O uso de um vocabulário inadequado
pode refletir preconceito e gerar mal estar. O Brasil ratificou o termo Pessoa
com Deficiência, com valor de emenda constitucional em 2008, da decisão
resultante da Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, da
Organização das Nações Unidas – ONU.
Segundo os que se debruçaram sobre o tema, não podemos nos
referir a alguém como sendo portador de alguma deficiência, porque ela
não a porta, não carrega a sua deficiência, ela a tem. O termo cadeirante,
também segundo os que participaram da convenção, deve ser evitado, porque a
cadeira de rodas é o instrumento que a pessoa utiliza para se locomover, e não
o que ela é.
Quando
a pessoa com deficiência for olhada mais como pessoa e menos como deficiente essas
terminologias, politicamente corretas, não serão como carimbos na pele. Os
parlamentares precisam olhar com mais eficiência e objetividade para essas
questões. Temos que ter a consciência de que nem toda deficiência é congênita,
ela pode ser adquirida. Qualquer um pode se tornar um deficiente de uma hora
para outra e ter toda sua vida modificada e atrelada a cuidados especiais.
Discussões
técnicas e acadêmicas à parte, deixo de lado minha verve poética para pegar
emprestado um texto de Mario Quintana e homenagear minha terna e especial
filha, Júlia Morena, que é portadora de muito amor, de muita esperança, de
altruísmo e fé. “Deficiente é aquele que não consegue modificar a vida,
aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter
consciência que é dono do seu destino... paralítico é quem não consegue andar
na direção daqueles que precisam de sua ajuda... diabético é quem não consegue
ser doce”.
Ricardo
Mezavila
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