Tem
gente que vive em permanente estado de guerra. Guerra à balança, celulite,
queda de cabelo, rugas e ao envelhecimento. Defende sua propriedade privada, o
seu corpo, como uma nação deveria proteger suas fronteiras. Normalmente o QG é
o quarto e o banheiro, é lá que planeja sua estratégia, em reunião com o
espelho.
O
tempo, nesse caso, é o inimigo que deve ser derrotado. No afã da vitória, o
exército da vaidade caminha bravamente para a inevitável derrocada. Apesar de
refletir algumas batalhas vitoriosas, não percebe que tudo é temporário, daqui
a pouco o “inimigo” vai sair das trincheiras e, numa virada épica, vai deixá-lo
com a espada na cabeça.
A
vida passa como um sopro, perder o sagrado tempo é blasfemar contra o milagre
do nascimento, é como apagar as luz natural do Pacífico, descarrilar o trem
pras estrelas, rasgar a partitura de “What a Wonderful World”, borrar a
aquarela do arco-íris, pisar na grama do paraíso.
Já
deu um beijo em quem você ama hoje? Já deu um beijo em quem você ama, hoje? A
vírgula, em se tratando de amor, não produz efeitos da má interpretação e dos
resultados duvidosos. O amor é o maior amigo do tempo, ontem, hoje e amanhã. E,
como na canção: “eu penso comigo mesmo, mas que mundo maravilhoso”.
Ricardo
Mezavila.
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