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terça-feira, 16 de setembro de 2014

Os Arnonzinhos de Mello

dilma




Outro dia assisti uma propaganda oficial sobre as próximas eleições com apelo infantil, onde aparecem os principais candidatos, principais porque têm as campanhas mais ricas, em fotos de quando eram crianças. O locutor pergunta diante de suas fotografias mais ou menos isso: Você conhece essa criança? Depois vão aparecendo fotografias de crianças na atualidade em estado de aparente desvantagem social. E a sonora pergunta: E essas crianças, você conhece?

Nossos candidatos principais, se eu estiver equivocado peço perdão, com exceção do neto de Tancredo Neves, não são herdeiros de grandes fortunas ou de legados políticos. Foram crianças que cresceram em uma ambiente comum à maioria das crianças brasileiras, tiveram uma infância tradicional. Na juventude seguiram caminhos abertos pelas oportunidades que tiveram e, todos eles, chegam nessas eleições em condições de assumir o cargo mais importante da república.

Aécio cresceu em um ambiente político, conviveu com personagens da nossa história recente e, principalmente, aprendeu na prática a organização partidária. É uma pessoa preparada para os desafios do cargo. Carrega o legado político de seu avô, a quem foi incumbida a responsabilidade histórica da renovação da esperança no coração de todos nós, que vínhamos de uma época cinzenta de incertezas e exageros.

Marina cresceu na dificuldade comum e própria de quem não vive nos grandes centros. Morou em palafitas e conviveu com perdas familiares e com doenças que ameaçavam constantemente sua existência. É uma pessoa forte, de personalidade, conhece o que é a pobreza e os afazeres domésticos. Acolhida pela religião encontrou um caminho por onde começar a refazer sua história e afiliou-se à Central Única dos Trabalhadores onde iniciou sua carreira sindical.

Dilma cresceu dentro de uma atmosfera literária, seu pai era búlgaro naturalizado brasileiro e frequentava círculos literários, além de ser filiado ao partido comunista da Bulgária. De classe média, frequentou escolas tradicionais e, durante a juventude, era ativista do movimento estudantil na luta contra a ditadura militar. Na organização operária ao qual pertencia optou lutar ao lado dos que defendiam o socialismo através da luta armada. É a história de uma jovem revolucionária que chegou à presidência da República.

Os três candidatos reúnem qualidades suficientes para governar o país. As crianças que eles foram nunca teriam chances de brincarem juntas, mesmo que vivessem em épocas e locais próximos, porque cada um tinha uma rotina diferente. Talvez Aécio estudasse na mesma escola que Dilma, mas não participaria das lutas; Marina talvez fosse doméstica na casa da família de um deles.

A polarização está bem diversificada, parece uma feira de bugigangas de todos os gostos. Sem levar para o pejorativo, mas os candidatos são na essência: um Mauricinho, uma Guerrilheira e uma Dona de Casa.  Em comum são vitoriosos, não escolheram ficar na janela.


Ricardo Mezavila.

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