As
eleições estão se aproximando e não vejo muita diferença entre o eleitorado de
1960, quando Jânio foi eleito, e o de hoje, quando Dilma tenta a reeleição. Em cinquenta
e quatro anos vivemos período conturbado politicamente e fomentado
culturalmente como foram os anos que antecederam a segunda metade do século XX.
Em toda história tiveram os oposicionistas e aqueles da situação, os
insatisfeitos e os comprometidos, os apolitizados e os militantes, os que falam
o que pensam e os que reproduzem o que ouvem.
Estamos
dentro de um tempo que não tem fim, somos parte desse momento do universo, quis
alguém que estivéssemos vivendo esse mesmo período, então seria do agrado de
quem é responsável por nos colocar como protagonistas dessa época, que não
fiquemos apenas como observadores dos fatos, principalmente daqueles que nos
dizem respeito. Pare agora para pensar quantas pessoas já estiveram aqui e não
estão mais, e que você está hoje e não estará amanhã. Com a consciência sobre
isso instalada na sua percepção, tudo vai começar a fazer sentido.
Pensamos
cronologicamente a partir de quando nascemos, mas o mundo já existia e
continuará existindo na nossa ausência, portanto temos de valorizar o nosso
mandato aqui na vida atual, na tribuna que temos para conferir nossas opiniões
com a sublimidade de quem sabe que não foi o inventor do tempo e muito menos da
razão.
Ninguém
é mais ou menos, melhor ou pior, somos tudo isso e mais um pouco. Valorizar o
que somos é mais sábio do que contar anéis e diplomas; amar o que temos é o
ingrediente principal para os sentimentos agradáveis. Pensar em progredir
profissionalmente e financeiramente não podem estar na frente do progresso
pessoal e da solidariedade. Nós apenas nos levantamos das cadeiras que outros
sentarão, como sentamos quando outros se levantaram. De agora em diante tudo
continua igual, mas com predisposição de acrescentarmos valores que nos tornem
ainda mais aquilo o que somos.
Ricardo
Mezavila.
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