Quando
fiz uma cara de tigre “aparecer” no início de um programa de bando de dados
“IACEI” (inclusão, alteração, consulta, exclusão, imprimir), para os alunos do
curso de programação de um cursinho, há mais de vinte anos, me senti como se
tivesse realizado uma mágica, a receita de uma poção qualquer que trouxe para a
tela a cara do tigre. Ooohhhh! Foi o que ouvimos na sala de aula naquela tarde
de um sábado ensolarado, e ainda não havia Harry Potter.
Não
vou conseguir reproduzir, mas lembro que usávamos DO WHILE ;
; [EXIT]; [LOOP]; ENDDO. Depois compilávamos o arquivo
executável .exe que, quando rodado, dava início ao programa. As coisas mudaram,
evoluíram, atualmente os procedimentos tecnológicos são necessários e acabamos
nos tornando dependentes de teclados, telas e mídias. Não ficamos mais
admirados com as ilusões que, sem perceber, ainda continuam acontecendo, mas no
mundo real.
A
cara da candidata Marina, por exemplo, não chega a assustar, nem é novidade no
meio político, como a cara do tigre lá do cursinho, mas representa uma mudança
de atitude, alguma coisa de velho em um modelo pintado com as tintas do novo,
alaranjada, diferente das cores naturais do felino, mas com presas mais ferozes e famintas.
A
cara da candidata parece uma aquarela borrada. Do Xapuri ao inferno, ela tenta
pintar uma tela, mas cada traço é um desafio que deixa o futuro ácido e pesado,
como as árvores que um dia foram suas amigas e, que agora, não são convidadas
para o batizado da “nova’ dama da república Natura, e dos agronegócios, cada
vez mais negócios. Tem muito pavio na relação do fósforo (capital) com a
pólvora (floresta), o que faz com que os animais fiquem longe da natureza, com
medo de um incêndio.
Na
disputa entre as cores, a vermelha ainda é a mais consistente, a que trouxe a
discussão política para os assuntos cotidianos e que nos fez ler os manifestos
políticos e sociais do mundo do lado de lá. O blush do rosto da candidata que
chamou Chico Mendes de “elite” e que se virou para a construção da Rede
Solidariedade, por oportunismo, vai acabar se concretizando, solidificando em
uma máscara quase real, capaz de enganar, mas sem força para permanecer sem que
as tintas comecem a derreter.
Ricardo
Mezavila.
Nenhum comentário:
Postar um comentário