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terça-feira, 9 de setembro de 2014

Independência ou morte?



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Quando o imperador soletrou essas frases à beira do córrego cumprindo uma mera burocracia, marcou o início oficial das forças armadas no combate à liberdade, aos direitos civis e à democracia. Se isso não tiver nenhum respaldo histórico, filosófico, político, científico ou antropológico, não tem a menor relevância quando estou debruçado sobre fatos recentes da barbárie militar no período pós-bossa nova e durante o tropicalismo, novos baianos até a gang 90.

Independência de fato e de direito nunca houve, então, se a independência foi descartada, a opção foi a morte. A morte física e a morte ideológica foram praticadas sem a menor cerimônia, com treinamento e apoio financeiro da águia colonizadora das Américas que se alia para depois cobrar seus investimentos.


Foi assim que vimos os sucessivos governos militares realizarem o tal do famigerado “milagre brasileiro” que muita gente ainda têm saudades dos tempos em que “a economia era sólida” e “o ensino público era de melhor qualidade”. Às custas do entreguismo e do endividamento os generais vendiam ilusão, se o ensino tinha alguma qualidade não foi mérito da ditadura, eles concorreram para que a educação fosse ceifada aos poucos e que a economia respirasse por aparelhos até que toda a terra tivesse sido cavada e no lugar existissem somente areais.


Quando os trabalhadores se reuniam, como no primeiro de maio, no Riocentro, os pilares do obscurantismo sentiam-se ameaçados e conspiravam e atentavam contra inocentes e, dedos em riste, apontavam as lideranças populares e as chamavam e terroristas. Terrorismo é uma façanha perversa e desqualifica qualquer projeto de luta, mas para a juventude heróica e brava soava como elogio, quando partia do lado de dentro dos quartéis. Nesse contexto também me considero um terrorista.


A América Latina, naquele período, foi banhada pelo sangue dos anônimos e dos Carlos, Josés, Ernestos, Rubens e milhares de outros “sonhadores” que lutaram por justiça para que a nossa consciência crítica não ficasse à deriva, dependente de lampejos esporádicos, ora de um cronista, de um político, de um estudante se manifestando nas praças, de um trabalhador indignado diante de um envelope de pagamento, de uma dona de casa dividindo o ovo para quatro filhos.


Da farsa da independência até hoje se passaram cento e noventa e dois anos, dos quais apenas doze, os últimos, foram concedidos para que os dirigentes da classe trabalhadora pudesse trabalhar na linha de frente, mas sendo atacado o tempo todo pelos conservadores, parte das elites, pelas marias-vão-com-as-outras, pelos militares que estão com um sorriso no canto da boca por conta de uma candidata duvidosa e pelos peões da ignorância que, por mera reprodução, querem que o partido criado pelos trabalhadores seja evaporado.


Para os que articulam com a morte, um bom desfile de sete de setembro. Para os que ainda lutam por independência, a luta continua!


Ricardo Mezavila.

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