Com
a morte do ex-candidato à presidência pelo PSB, Eduardo Campos, a campanha
finalmente vai sair do ostracismo e do marasmo. Eduardo não era o meu
candidato, mas recentemente ganhou um pouco da
minha simpatia quando revi uma entrevista de Suassuna dizendo que o
conhecia desde pequeno, que era amigo da família Arraes, Eduardo era neto de
Miguel, e que tinha sido secretário de cultura de Pernambuco quando Campos foi
governador.
Ariano
Suassuna sempre foi, junto com Darcy Ribeiro, a maior expressão da alma do povo
brasileiro índio e nordestino. Claro que li Gilberto Freyre, talvez o mais
importante sociólogo do século XX e que também viveu durante o período em que
cresci, mas Darcy e Ariano tinham, além da sensibilidade e do discurso intelectual,
a capacidade de falar direto ao entendimento do estudante, do camponês, do
morubixaba, do operário e do banqueiro.
De
volta aos fatos, tenho a impressão que teremos surpresas nos próximos dias,
posso estar totalmente enganado e especulando na cegueira, mas tenho a sensação
de que Marina Silva não será a candidata dos socialistas. Que ela sofre
resistência da maioria dentro do partido é fato, também não tem nenhum membro
da rede solidariedade participando da campanha. Ela é uma estranha no ninho, entrou
ali porque seu partido não foi registrado a tempo.
Na
próxima semana vai ser divulgada uma pesquisa com o nome de Marina e pode ser
que os caciques tomem uma decisão em função disso, mas tenho a ligeira
impressão de que ela não vai aceitar a vaga e o candidato terá que sair de
dentro do próprio partido ou da coligação. Tirei essa frase do contexto de um
comentário que a candidata fez sobre Eduardo após a sua morte: “Durante
esses dez meses, aprendi a respeitar, admirar e compartilhar suas atitudes”.
Eu acho que as pessoas não precisam aprender a respeitar a outra, isso faz
parte da convivência e independe de fatores ideológicos. Pisou na bola.
Com
olhar simplista sobre a situação, e dentro do achismo que historicamente é a
base das nossas observações, penso com meus cadarços: Marina entrou na chapa
como vice porque não conseguiu “montar” o seu partido, quer dizer, está
comprometida com pessoas que estão de fora do processo atual; se ela aceitar
ser candidata e vencer, o que eu não acredito, vai haver um racha enorme no PSB
porque ela vai ter cacife para bancar nomes e em política, camaradas, ninguém gosta de soltar o tapete, ficar em
cima então...
Ricardo
Mezavila.
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