A
campanha começou na mídia e Aníbal disse: “esses políticos
só aparecem em época de campanha”. Mas é claro que sim, Aníbal! Mas você
também só fala de política em época de campanha, e sempre para cornetar. Todas
as vezes, durante uma campanha e outra, em que você se viu indignado diante do
noticiário e não fez nada, pode ter a certeza de que a política, ou a falta
dela, estava por ali. A gente se
acostumou a votar e depois ir para casa abrir uma cerveja, delegando ao “nosso”
candidato o direito de fazer, ou não fazer, o que bem entender com o nosso
voto.
Se
os candidatos são os mesmos, você reclama, se forem novos você reclama também.
Se a candidata se atrapalha em responder uma pergunta você fica por aí comentando,
mas você não comenta que a empresa que paga os sabatinadores é uma das maiores
devedoras do governo e monopoliza informações, se desdobrando para tentar
formar nossas opiniões. Se a outra candidata aparece rindo no velório, você
posta na mídia social, mas rir sentada no gabinete ao lado do Sarney, é muito
mais dantesco do que sobre o caixão do ex-governador, isso você não comenta.
Infelizmente
guri, política não é uma bola que rola com carinho nos gramados, não forma
dupla no estilo Dudu-Ademir da Guia, não é uma conta que fecha, tampouco uma
cortina quebra-luz que deixa o quarto minimamente em uma penumbra preguiçosa;
nada disso, ou muito longe disso. A política requer habilidades sorrateiras, é
como se os políticos fossem répteis e mutantes, aparecem por baixo para não
serem vistos “in natura”, e quando a gente percebe estão na nossa frente
maquiados e sorrindo como atores vendendo margarina.
A
queda do Cessna em Santos se foi um trágico fim, marcou o início da campanha e
da certeza de que vivemos uma tragédia política por falta de criatividade, de
confiança e, principalmente, da passividade com que vemos tudo acontecer diante
de nossas janelas e, simplesmente, damos às costas e sentamos no sofá.
Acomodados, assistimos os candidatos desfilando nas propagandas com seus rabos
encolhidos e seus chifres polidos, contrastando com seus dentes amarelos.
Disse
Gil no show refavela: “visivelmente..., visivelmente, não é Aníbal?”. É,
podes crer, Aníbal.
Ricardo
Mezavila.
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