Indo
para o Museu de Arte de Montevideo, acabamos descobrindo Juan Zorilla de San
Martin, poeta uruguayo e, agora, também museu. Gostei de uma frase sua: “Velar
se debe la vida de tal suerte que viva quede en la muerte”, alguma coisa
tipo a vida deve prevalecer sobre a morte. Não fomos ao Museu de Arte, ficou
para depois. Depois de dois dias já me sinto parte da atmosfera da cidade.
Andamos por várias ruas e conversamos com algumas pessoas, todas muito simpáticas,
mas ainda não sabemos quanto tempo leva caminhar quatro quadras. Em um cálculo
prático e rasteiro, concordamos que sejam uns dez minutos.
Quando
entramos no ônibus 117 com destino a Plaza Independência os bancos estavam
vazios, durante o percurso foram entrando muitos passageiros e, como de costume
quando estou em transporte público, cedi meu lugar para uma senhora que disse
que estava a bajar (descer) do ônibus e agradeceu. Eu estava segurando o meu
livro e ela perguntou quem era o autor, meio sem graça disse que eu era o
autor, ela fez uma cara de surpresa e fez duas perguntas, uma foi lógica, mas a
outra não entendi muito. Primeiro perguntou de onde nós, eu e Sueli, éramos,
quando soube perguntou se éramos religiosos, eu respondi que si, nosotros somos
religiosos, ela fez um ar de aliviada e disse: “encantada” , e desceu na Calle Juan D. Jackson.
Percorrendo
a cidade conhecemos a sede antiga da presidência, um prédio que no governo de
Venâncio Flores passou a ser sede do executivo. O prédio histórico hoje é um
museu, na mesma linha do palácio do Catete, que guarda mobílias, pertences,
fotografias e tudo o que se manteve daquela época, infelizmente não se pode
fotografar, mas vale muito a pena conhecer, vimos coisas lindas. Lá está a carruagem,
em madeira, que fez a última diligência que levou Maldonado, não sei para onde,
mas levou. A enorme diferença desse museu para o Catete, é que a nova sede, que
foi construída em 1985, está ao lado da antiga, separadas por duas ruas, aqui o
Catete foi para o centro do país para garantir distância do povo.
Também
visitamos a sede nova do governo, prédio moderno com esculturas lindas no
saguão. É ali que Pepe despacha. Seguindo o roteiro fomos conhecer a igreja da
Catedral, tudo muito barroco e indescritível, só vendo. Outra dica é pegar o
Bus Tour, ônibus de dois andares, o de cima é aberto, no Mercado Del Puerto,
ele passa por vários pontos turísticos, em duas horas e meia e dá para
fotografar muito bem, tem que constar no roteiro. Seguindo com as dicas, a
pizza no bar “Tranquilo” é boa e a cerveja de um litro, “Patrícia” é boa
também, o que me deixou surpreso. Com o frio que faz no inverno, hoje fez oito
graus, é melhor beber vinho CUNA da uva TANNAT, só encontramos seco, eu até
prefiro, e tem um cheiro de uva super agradável.
Enfim,
sou um uruguayo solidário, comprei minha bombilla, mate e cuia. Não queria
falar, mas também comprei uma camisa da seleção, a Celeste, e vou para frente
da prefeitura amanhã, estava procurando
a 21 do Cavani, mas não tinha do meu tamanho, então tive que levar a 9 do
Suárez. Não estranhem se eu voltar mordendo!
Ricardo
Mezavila.
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