Uma
das máximas do folclore futebolístico, a frase: “futebol é uma caixinha e
surpresas”, parece que nesta copa está por ser desmistificada com a justa
colocação da seleção brasileira e sucessivas humilhações e, se acontecer, com a
seleção alemã levantando a taça no Maracanã. Apesar de ter empatado com Gana e
vencido apertado a Argélia, a seleção de Joachim Low exibiu um futebol
convincente e digno de campeão.
A
Argentina pode surpreender a lógica, mesmo tendo chegado com um futebol menos
vistoso e dependente do “Messias”, a celeste e branca tem a seu favor a famosa
garra sul americana que nós, apesar da geografia ajudar, não temos,
infelizmente. Ficamos no caminho como um cachorro morto, abrimos os cofres para
financiar a festa dos vizinhos, derramamos lágrimas por jogadores que nem
sangue pareciam ter, confiamos em uma comissão técnica que pode ser tudo, até
animadores de torcidas, mas não sabem nada sobre o futebol que se joga
atualmente.
Quem
olha os jogadores brasileiros os confunde com rappers, usam medalhões, bonés
estereotipados que se aproxima mais dos artistas que surgiram das comunidades
negras dos Estados Unidos do que de atletas, de onde se espera alto nível
profissional correspondente aos astronômicos salários que recebem. Quando a
seleção venceu o primeiro jogo, no seguinte vimos jogadores com cabelos
descoloridos, penteados exóticos e bigode. Essa foi uma clara demonstração de
que estavam ali, não para jogar, mas aparecer. Se ao menos jogassem alguma
coisa estariam perdoados.
Hoje
é o dia do velho e bom rock’in roll, o dia está lindo, o céu azul e a
temperatura agradável, o nosso futebol não estará representado na final, a
presidente vai comparecer, se ela pudesse me ouvir eu diria para assistir pela
televisão, mas de qualquer forma alguém vai estar sorrindo mais tarde. Os
alemães dentro da seriedade pertinente aguardam a hora da partida, parecem
caçadores esperando a hora de atirar, enquanto a caça não chega aproveitam para
ler Johann Goethe; assim como os argentinos, esses mais parecidos com a gente,
cantam músicas ironizando a nossa incapacidade sem vergonha, aguardam a hora da
partida sacaneando brasileiro, enquanto não passa ninguém com a “amarelinha”,
aproveitam para ler Jorge Luis Borges.
Aproveitando
o dia do rock estou ouvindo “Razamanaz” do Nazareth, se os alemães vencerem vou
ouvir Kraftwerk, mas se os argentinos vencerem vou fazer uma forcinha e ouvir
Fito Paez. Pela música sou Alemanha, mas pelo futebol sou Argentina.
Obs.:
Quando eu ia assinar a crônica a Alemanha fez mais um gol no J.Chester.
Ricardo
Mezavila.
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