A
palavra oração, etimologicamente, tem várias definições dependendo da fonte que
se pesquise. Em religião está ligada ao ato de se dirigir a Deus, foi um
recurso que ele criou para que possamos nos comunicar através da palavra. No
meu entendimento a palavra é derivada de orar que é falar e ação que é agir, ou
seja, falar e agir. Essa definição deixa de lado o pedir, o implorar e ficar
esperando a coisa acontecer por bondade divina, quando deveria ser falar e
agir, não adianta pedir se não há movimento e ação.
Quando
oramos o pai nosso dizemos no final: “livrai-nos do mal” e depois completamos
com Amém, que quer dizer assim seja. Esse mal que é antônimo de bem é uma
palavra homófona de mau, que é antônimo de bom. Quando oramos estamos querendo
o livramento do mal ou do mau, tanto faz, na verdade a intenção é a proximidade
do bem e do bom.
Seja
de que forma for é conveniente falar e depois agir para que a oração tenha
efeito, e não somente pedir e ficar esperando a graça providencial. A permanência
de pensamentos positivos atrai energias que irão alimentar a realização daquilo
que a gente procura e almeja, e isso impulsiona e dirige nossas atitudes
para o concreto, para o real e a
verdade.
Quando
eu penso ou pronuncio “livrai-nos do mal”, atenção ao coletivo da oração, a
gente não diz “livrai-me”, estou pedindo proteção contra a violência e maldades
externas, contra a doença e as calamidades, um problema, uma maldade; mas
também estou pedindo para que eu mesmo não seja mal ou mau, que não seja
inconveniente, desumano, grosso e desagradável. Entre todas as mazelas as que
mais repudio são: avareza, mesquinharia e egoísmo.
O
mundo é melhor na companhia de pessoas altruístas e quando você se esforça em
ser solidário e compreensível. A raiz da violência está no erro de pensar que
alguém é melhor do que alguém; que a ideologia do outro é reacionária e que
meus ideais são os mais consistentes; a minha razão é mais lógica e meus
conceitos religiosos são mais fundamentados. Pensamentos assim acendem o pavio
de uma bomba, arremessam pedras, dão bofetadas, rasgam bandeiras, proferem
palavras com forte poder de destruição, e por fim detonam a guerra.
Ricardo
Mezavila.
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