Caro
Hermano, o Brasil foi derrotado pela poderosa Alemanha, não tivemos reação
diante da força de uma equipe bem armada contra um bando desentrosado e sem
tática definida. Perdemos porque ainda acreditamos que somos os melhores, mas
isso é coisa do passado, quando Nelson Rodrigues dizia que éramos a “pátria de
chuteiras”, agora somos “patrioteiros” descalços e esforçados em aprender a
cantar o hino nacional. Agora que estamos fora da final vamos esquecer e só
vamos lembrar dos refrões, mesmo assim trocando o andamento “um sonho
intenso...“ por “amor eterno...”.
Lionel,
fiquei dividida na partida entre a sua seleção e a da Holanda, os “laranjas”
escolheram o Rio de Janeiro e estavam integrados à paisagem carioca, sem
vaidade iam de ônibus até o Leblon comer sanduíche. O trio Robben, Van Perse e
Sneijder foram a alegria da criançada, amáveis com todos conquistaram a nossa
simpatia, mas na hora “agá” prevaleceu o sangue Latino Americano e torci para
que a Argentina saísse com a vitória e fosse para a final.
Por
falar na final, a partida vai ser no templo do futebol, o Maracanã, a nossa
seleção amarela não quis jogar aqui, ainda não entendi a razão, mas agora
depois da acachapante derrota, do massacre humilhante, acho que foi melhor
assim. O Maracanã não é lugar para covardes! Fomos derrotados aqui pela seleção
uruguaia, mas foi em uma final e o placar comum entre gigantes. Uma coisa é
perder lutando até o fim , outra é perder chorando desde o começo.
Pulga
atômica, tenho a impressão que quando tua canhota toca na bola, tudo
silencia enquanto você arranca com ela dominada, os adversários empalidecem,
seus olhos saltam como se quisessem desviar a bola dos teus pés. E você a trata
sem cerimônia, com a intimidade que só os moleques têm quando disputam uma
pelada; com irreverência e confiança a alegria desabrocha espontaneamente e
fica impossível não torcer para que o goleiro adversário seja batido.
Quando
a seleção que tu defendes entrar em campo no jogo decisivo, pense que nós fomos
derrotados e os acolhemos com carinho, lembre-se que “mi caza es su caza” e
seja um pouquinho brasileiro quando partir na vertical para invadir a cidadela
inimiga. Faça o que não fizemos e ficaremos gratos. A patética e medíocre
comissão técnica brasileira está sonhando com o terceiro lugar, mas não me
representam, que percam de novo. Eu estou esperando a partida de domingo que é
o que interessa quando se participa de um torneio e se tem respeito com quem
torce.
Até
lembrei de quando era criança e um menino brigão, o Kiko, apanhava dos mais
fortes e corria pela rua chamando o
irmão mais velho: “Xande... Xande”! Caro amigo, seja o nosso irmão mais velho e
mais forte,vingue a nossa vergonha, lave nossa honra com gols.
Um
beijo, tia Lúcia.
Ricardo
Mezavila.
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