Durante
a partida histórica da semifinal da copa entre Brasil e Alemanha, em Belo
Horizonte, faltou ao técnico brasileiro, aos jogadores, parte da imprensa e
alguns torcedores manter os olhos abertos para a tsunami que se anunciava do
outro lado do campo. Como crianças brincando com seus baldinhos na areia
recebendo o novo dia com o céu azul em pleno inverno, não perceberam que o
vento estava mais forte, e que ondas rubro negras se aproximavam com mais força
e intensidade.
Com
os ventos vieram as nuvens, não formavam margaridas em um jardim alegre, nem os
pássaros cantavam ao seu redor. Uma imensa tempestade se anunciava, uma forte
onda estava se formando na região germânica e podia chegar na praia com atitude
e desmanchar todos os castelos de areia que as crianças construíram com
arrogância e prepotência.
Foram
necessários seis minutos para que tudo ruísse como se a queda do viaduto
próximo dali fosse um aviso. Ninguém esperava, apesar de que em futebol tudo
pode acontecer, ficaram olhando os jogadores alemães passearem de uma meia-lua
à outra, da bandeira de córner à linha intermediária, da marca do pênalti à
linha do gol. Disseram que o time brasileiro sofreu um apagão, uma pane, mas
nada justifica uma equipe ser massacrada em casa em um jogo tão importante.
Agora
os abutres esperam a carniça Argentina cair diante da laranja mecânica para que
a vergonha não vire uma tragédia ainda maior. Perderam a chance de vencer, não
abriram os olhos para o jogo de verdade e flertaram com as luzes das câmeras
que fabricam celebridades, jogaram por chão toda a esperança de uma gente
apaixonada pelo esporte e que precisa vencer nem que seja por pernas alheias.
Tomara
que os velhacos comandantes do nosso futebol sejam varridos pela tsunami de
Berlim, que não voltem mais, não precisamos de suas estatísticas, mas de
comprometimento e entrega. Prudence não abriu os olhos e não olhou ao redor,
por isso foi levada pela corrente e agora chora e tenta entender o que
aconteceu.
Ricardo
Mezavila.
Nenhum comentário:
Postar um comentário