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quarta-feira, 4 de junho de 2014

Ocorrências Evitáveis


internet


A responsabilidade pela morte do fotógrafo, que morreu com suposto problema cardíaco em frente ao Instituto Nacional de Cardiologia, não é dos médicos, mas do motorista da linha 422 que não o levou ao local apropriado: O Maracanã.

Se estivesse atualizado e acompanhando os últimos acontecimentos, saberia que estamos em época de copa do mundo, padrões e eventos FIFA; teria visto a entrevista do Fenômeno e saberia que hospitais não fazem parte do legado.

Pobre motorista, a culpa é sua que além de trabalhar em uma jornada desumana, a maioria cumpre dupla função, ainda tem que ser solidário com a população mal atendida, a culpa é sua que recebe um salário incompatível com o lucros das empresas que financiam campanhas e são beneficiadas pelos governos.

Por coincidência o motorista se chama Amarildo, não é o da Rocinha, que também não teve o atendimento adequado pelo poder público, ambos não estão em nenhum álbum de figurinhas, se estivessem ele nunca se completaria, as figurinhas estariam enterradas em algum cemitério clandestino.

O fotógrafo morreu do coração na calçada, em frente a uma unidade federal de referência em cardiologia, e talvez morresse lá dentro se tivesse sido atendido. Não custava um médico tentar socorrê-lo como fez o Amarildo, ninguém estaria indignado, a polícia não indiciaria os médicos por homicídio doloso.

No juramento de Hipócrates, o pai da medicina, está escrito: “Manterei o mais alto respeito pela vida humana”. Teria sido Hipócrates motorista de ônibus?

À família do fotógrafo Luiz Cláudio Marigo, ao lado da saudade e das lembranças boas ficam: a dúvida se haveria tempo para o socorro, a dor pela perda e o desgaste se houver processo.

Cabe lembrar que o maior erro quando se emite opinião é generalizar, o que não quero que pareça aqui, respeito todas as classes profissionais, mas as cenas urbanas estão aí para serem observadas e discutidas.


Ricardo Mezavila.

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